Um espaço de convívio entre amigos, que acabou por se tornar um arquivo protegido por um só curador.

Categoria: Hipocrisias (Page 11 of 14)

Um avião de caça ecológico. Piada ou apenas contradição em termos?

F/A-18 Green Hornet.

O caça da fotografia acima é um F/A – 18 Super Hornet, semelhante ao que os norte-americanos querem vender ao Brasil, sem repassar a tecnologia. Mas, ele tem uma peculiaridade, é o primeiro caça movido por uma mistura de 50% de querosene de aviação (Jet A-1) e biocombustível de matriz renovável. Por isso, pôde ser batizado de Green Hornet, epíteto bastante criativo e evocativo da simpatia ambiental da aviação da marinha norte-americana.

O jato de guerra foi anunciado no Dia da Terra, 22 de abril passado. É fantástica a celebração ambientalmente correta em um equipamento voltado, exclusivamente, para a destruição e otimizado ao máximo para essa finalidade. Protege e destrói o ambiente ao mesmo tempo.

Claro que o programa da marinha norte-americana é voltado à segurança energética, ou seja, à redução da dependência de combustível fóssil. Todavia, não recuaram um milimetro na teatralização da coisa como uma marcante conquista ambiental.

Green Killer ficaria mais adequado, porém menos simpático.

Eco-tolice e eco-chantagem contra a Usina de Belo Monte.

O nascimento de uma pessoa é um evento lesivo ao meio ambiente, porque ela beberá água, comerá animais e vegetais, usará roupas, pouco importando que sejam naturais ou sintéticas, usará meios de transporte, ela consumirá energia, enfim. A existência de gente na terra é o único fator de dano ambiental que há. Portanto, caso se queira suprimí-lo, basta nos exterminarmos todos.

Como não há indicações de que os ambientalistas nutrem esse nível de apreço pelo meio-ambiente – ao contrário do que sugere a ferocidade do discurso – é de se pensar que a questão toda gira em torno a intervir com o menor nível de prejuízo ambiental possível. E essa nível varia conforme os objetivos a que se visam. Na verdade, não há ações ambientalmente inertes, nem aquelas que o imaginário convencionou julgar mágicas.

Poderíamos, por exemplo, erradicar toda a soja plantada no cerrado brasileiro e semear células fotovoltáicas, que seria até esteticamente superior. Teríamos o afã de energia limpa atingido, mas ao preço da fome e, talvez, de alguma insatisfação dos chineses. Com fome, talvez nem conseguísemos pagar o elevado preço dessa energia do deus de hélio, aparentemente tão gratuita.

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Rede Globo fazendo o dever de casa???

Pequeno vídeo viral da Rede Globo da campanha de Serra? Comercial dos 45 anos da Globo colocado e retirado do ar, rapidamente, cheio de mensagens subliminares da camapnha do PSDB a presidência da república. Posto no ar apenas tempo o suficiente pra causar o alvoroço característico na blogosfera… Pior que a galera acha que a Rede Globo caiu de joelhos porque o retirou do ar, enquanto na internet todo mundo só fala disso…

Resumo da ópera, a Globo só fala em Serra, a blogosfera só fala em Serra, nem todo mundo fala bem, mas é aquela coisa, falem bem ou mal, falem de mim… Deu certo. Parabéns pra Globo, aprendendo a usar novas mídias, rápido… Claro que não está de joelhos, apenas conseguiu que se fale dela, do vídeo, ou ainda da campanha de Serra, em toda mídia relativamente independente (internet?), e distribuiu seu vídeo amiúde por sites onde certamente ele não chegaria normalmente.

Caso deixasse no ar a campanha de aniversário, não aconteceria nada vezes nada, Mendes ainda é presidente do STF (tudo bem, tudo bem, nem se fosse Deus o presidente do STF, aconteceria algo com a Globo)… O vídeo eu não vou colocar aqui por motivos óbvios, é mais fácil vê-lo na internet no site de sua preferência (leia-se a favor ou contra Serra) , do que na Globo… Nem vídeo, nem link, nem nada.

Severiano Miranda.

Revista Veja invoca astrólogo para vaticinar vitória eleitoral de José Serra!

Modelo científico que dará a vitória a José Serra

Neste ano de 2010 haverá eleições presidenciais no Brasil. Concorrem Dilma Roussef, candidata do Presidente Lula, e José Serra, candidato das hostes do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso.  A imprensa televisiva e a escrita – revistas e jornais – decidiu-se maioritariamente por alinhar-se à candidatura de José Serra e faz campanha mais ou menos aberta. Quanto às televisões, convém lembrar que essa postura é ilegal, pois são concessões públicas. Mas, a legalidade, ora a legalidade…

Revistas e jornais não são concessões públicas e podem dizer o que quiserem, portanto. O problema mais visível – e o mais agressivo para mim – é que dizem o que bem querem, fazem campanha, mas insistem em serem tratados como meios jornalísticos. Mas, tudo bem, uma hipocrisia a mais ou a menos não constitui qualquer novidade.

Todavia, o espetáculo sempre pode ficar mais trágico, na medida em que não há limites na escala para a descida do nível intelectual das publicações. O ridículo e a mentira não conhecem o fundo do poço na verdade.

Eis que a revista semanal Veja – uma publicação muito popular e muito ruim – veicula uma matéria supostamente jornalística, com destaque, em que um astrólogo – sim, um astrólogo – anuncia candidamente que os astros conspiram para dar a vitória nas eleições presidenciais a José Serra!

O decifrador das relações entre datas e astros diz que Há uma espécie de ciência por trás disso. E revela um delicioso segredo: o candidato José Serra adora ler horóscopo e tem especial atenção pelo labor científico-divinatório do astrólogo objeto da tão jornalística matéria.

É desconcertante, simplesmente. Não apenas pela falta de respeito com essa profissão científico-divinatória, mas com os neurônios de quem ainda os põe a funcionar. E se alguém perguntar ao pessoal dessa tal revista qual a sua área, dirão que é informação.

O Vaticano consegue piorar as coisas já ruins.

O Cardeal Tarcísio Bertone, chefe da diplomacia do Vaticano, disse que o celibato não está associado à pedofilia. Segundo Sua Eminência Reverendíssima, associada à pedofilia é a homossexualidade. Insatisfeito com expor uma opinião, o Cardeal acha de dizer que sua assertiva é amparada em ciência.

Todavia, a idéia do Cardeal é falsa e realmente tola. Basta pensar um pouco para constatá-lo. Ora, o homossexualismo é a atração por pessoas do mesmo sexo, não necessariamente por pessoas jovens ou muito jovens. A pedofilia tem a ver com a idade do objeto desejado, não com o sexo. Então, a ocorrência do desejo pedófilo tende a ser a mesma entre heterossexuais e homossexuais.

O sacerdote graduado não deve ter achado conveniente e suficiente dizer que é difícil estabelecer ligações necessárias entre o celibato e a pedofilia, o que, de resto, seria uma proposição bastante razoável. Realmente, há pontos de contacto, mas uma relação de causa e efeito é complicado de se afirmar peremptoriamente.

Ele quis ir além, quis desviar a atenção do celibato e do escandaloso problema da pedofilia dos sacerdotes romanos.  Pretendeu negar a causa habitualmente considerada a principal. E achou que a melhor forma de fazê-lo era inserindo uma nova suposta causa. Andou mal.

O Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares. Ou, como uma tolice pode ter um nome chamativo.

Energia sendo liberada pela divisão do núcleo.

Conceptualmente, não há diferença alguma entre o número de armas nucleares suficiente para destruir o mundo, o número suficiente para destruí-lo duas vezes ou o número suficiente para realizar a obra quatro vezes. Aliás, destruir-se o mundo – na verdade, eliminar a vida humana na terra – é algo que somente pode acontecer uma vez. É simples de perceber isso, mas, não obstante, é comum falar nesses conceitos impossíveis.

A partir de um certo ponto, as diferenças quantitativas não implicam diferenças qualitativas. Então, por exemplo, se 1.000 megatons são suficientes para exterminar o bicho humano da terra, pouco importa se o estoque de energia variará entre 10.000 e 5.000 megatons. Diferenças haverá entre 1.000 megatons e nenhum, pois ai retorna-se à possibilidade de se pensar na escala qualitativa: mais ou menos destruição, porque a partir de toda destrição, ela não acontece mais.

Depois que os EUA, a então URSS, a Inglaterra, a França e a China passaram a deter um estoque de armamentos nucleares – de fissão e de fusão – suficiente para realizar a ante-sala da parúsia, resolveram encenar uma divertida peça de burla mundial chamada Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares. E a platéia gostou.

A diversão consiste em proclamar que o que existe é fato consumado e não se discute. E que só existe para quem já tem, ficando os espectadores impedidos de pensar e querer ter também e – pasmem – convencidos de que isso é bom!  Ora, alguém já disse que as platéias quase sempre são piores que os atores e deve ser verdade. Então, dezenas de países espectadores acorreram sofregamente aos balcões de negócios da ONU para firmar, no canto das páginas, o roteiro do espetáculo.

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A Venezuela compra armamentos à Rússia.

Chavéz e Putin

A Venezuela anunciou a compra de equipamentos militares russos, totalizando um dispêndio de mais de 5 bilhões de dólares norte-americanos, conforme anunciou Vladimir Putin, o primeiro-ministro russo. Não quero discutir as despesas venezuelanas, que são feitas com dinheiro deles.

Chamou-me atenção a tolice que disse o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, a propósito dessas aquisições. Realmente, quase sempre que algo se diz ou se comenta por obrigação, consiste em uma bobagem. Se, além de falar por obrigação, o comentarista tem gravado no íntimo – tão profundo que o próprio não percebe – a marca da arrogência imperial, então a bobagem magnifica-se.

Pois bem, o representante do Departamento de Estado disse: Nós estamos com dificuldades para entender que necessidades de legítima defesa a Venezuela tem para ter esses equipamentos.

Se se tratasse de uma análise direta da assertiva, tomando-se em conta estritamente a frase, concluiríamos que estarem em dificuldades de compreender revela que estão em ignorância. Para isso, pensamento e estudo são recomendados, pois ajudam a superar a dificuldade.

Se lembrarmos que o dito não significa apenas o que parece, à primeira vista, então a coisa torna-se realmente saborosa. O dominador tem dificuldades de perceber por que razão o dominado quer deixar de sê-lo. Tem dificuldades de aceitar que ele próprio é a ameaça contra quê o dominado quer se precaver. Aí revela-se a arrogância: o dominador pretende sê-lo por alguma superioridade maior que a das forças. Pretende que o domínio é algo natural, daí espanta-se que alguém o rejeite.

O senhor Philip Crowley, o porta-voz do comentário tolo, terá alguma vez perguntado-se sobre as dificuldades dos outros compreenderem a necessidade dos EUA possuírem 5000 ogivas nucleares? Seria um bom passo para ele superar suas deficiências cognitivas.

A imprensa manipuladora.

A imprensa brasileira, em sua enorme maioria, é contra o governo do Presidente Lula. Esse governo, de fato, tem inúmeros aspectos reprováveis, mas tem êxitos inegáveis, o que está na base da aprovação popular do Presidente, a maior da história republicana brasileira. Não há problemas na imprensa não gostar do Lula e ela pode bem falar contra ele, diretamente e dizendo o porquê.

Problema há na adoção da mentira, da mensagem subliminar e da superficialidade como linha editorial. A mentira passa por fazer editorias chamando-os de reportagens e por deformar, pura e simplesmente os fatos. A mensagem subliminar passa por tentar atacar o Presidente indiretamente, tentando imputar-lhe disfarçadamente a responsabilidade por tudo que aconteça – até eventos da natureza – sem a coragem de dizê-lo abertamente.

A superficialidade salta à vista de quem veja as capas de revistas semanais e jornais: não passam, as primeiras, de revistas de tolices, da vida privada de atores de novelas e de futebolistas, de receitas milagrosas de como emagrecer, de pseudo-ciência de almanaque, de falsos especialistas em tudo. Essas três características ou, talvez melhor dizendo, linhas de ação, são se apresentam isoladamente. Elas se combinam, para produzir sempre mais e pior na mesma direção.

Um exemplo muito nítido veio de uma das revistas semanais – a pior delas, sob qualquer aspecto, a Veja – na capa desta semana. O veículo contém uma suposta matéria jornalística sobre o transporte aéreo no Brasil. A chamada da capa anuncia claramente que as passagens aéreas são baratas, que as companhias têm aeronaves novas, mas que os aeroportos são ruins. Ou seja, do lado dos prestadores do serviço, atingiu-se o nirvana, mas do lado do governo, dono dos aeroportos, há vastos pecados a serem pagos.

Afirmar que as passagens aéreas no Brasil são baratas é simplesmente uma mentira e das grandes. Basta uma breve visita ao sítio de internet de qualquer das companhias e principalmente das que compõem o duopólio reinante, a TAM e a Gol. As passagens são mais caras que em qualquer parte da Europa e da América do Norte e mais que na maior parte da América do Sul.

Quanto às aeronaves, são realmente novas. Seria o mínimo esperado de companhias com tamanhas margens de lucro, ou seja, que mantivessem frotas atualizadas. Na verdade, não fazem qualquer favor aos consumidores nesse particular. Todavia, essas maravilhas de aviões novos têm as distâncias entre as cadeiras entre as menores do mundo. Quer dizer, aviões novos e desconfortáveis.

Os aeroportos brasileiros não são o último tipo de estrutura aeroportuária do mundo, mas muito do que se percebe de ruim neles é de responsabilidade das companhias. Por exemplo, as enormes filas para fazer check-in são responsabilidade das companhias  – que economizam em funcionários e logística – e esse é o pior problema dos viajantes aéreos! A lentidão e as complicações para retirar o cartão de embarque nada têm com o aeroporto em si.

Ora, se se fizesse uma matéria jornalística séria, cujo objetivo não fosse falar mal do governo a qualquer custo e abusando de mensagens subliminares, seria necessário apontar o que cabe a quem, em cada etapa do processo que envolve uma viagem aeronáutica. Seria necessário comparar os preços no mundo, o conforto nos aviões, as margens de retorno das companhias, os índices de satisfação dos consumidores, os custos de operação aeroportuária. E uma análise desses fatores não conduziria a uma sentença peremptória de aclamação das companhias e reprovação do governo. Ambos seriam reprovados.

Por outro lado, defeitos evidentes do governo não são apontados, porque são erros que operam em favor das companhias aéreas, em detrimento dos consumidores. Por exemplo, o governo atual é conivente com o adiamento das regras sobre vôos atrasados e cancelados e sobre bagagens extraviadas. Há muito discutem-se normas que imporiam pesadas penalidades por descumprimento das obrigações contratuais assumidas pelas transportadoras aéreas. Os regulamentos estão prontos mas são continuamente adiados porque as agências governamentais sucumbem à pressão.

Trata-se, enfim, de uma parcialidade que vai até a ante-sala do ataque direto, mas não o faz porque essa imprensa, além de patife e rasteira, é também covarde. Seria mais estúpido que as próprias matérias que oferece atacar nominalmente um homem que tem aprovação de mais de setenta por cento dos cidadãos. Mas, seria também mais digno.

Suposições… E só minha verdade existe.

Fazendo algumas suposições rápidas:

Suponha que eu compre uma barra de chocolate. Essa tal barra de chocolate com a qual eu iria me deliciar, está mofada. Tudo certinho, dentro da validade, na embalagem, mas mofada… E quando eu abro a embalagem com uma baita fome, ou vontade de comer o tal chocolate, que seja, descubro o mofo, oras, há suposições possíveis aqui, posso comprar outra barra de chocolate em algum lugar, caso tenha algum dinheiro sobrando, ou esperar para comer algo que me apeteça depois (ou não), com alguma paciência e alguma raiva.

Seria lógico então que, caso andando pela rua uma outra vez, não comprasse o chocolate no mesmo lugar, ou evitasse comprar aquela marca de chocolate. Seria mesmo lógico que eu diria a conhecidos, nas situações pertinentes, que não comprassem seus chocolates naquela loja, e que tambem não comprassem determinada marca.

Bem, agora imaginando que não seja um chocolate, e sim algo de maior valor pecuniário, é aumentada a possibilidade de eu ficar com fome, certamente a depender de meus gostos, com mais ou menos paciência, e mais ou menos raiva, também dependendo do valor.

Pois se isso acontece com um carro, a minha fome será uma certeza, tendo em vista que não tenho dinheiro pra comprar nem um carro, quem dirá dois. Então se eu vou comprar um carro, e descubro ao tirá-lo da embalagem que o mesmo está mofado, pronto, fiquei sem o carro. Pois bem, vou eu dizer que não comprem naquela loja, ou avisar aos outros que não comprem carros de determinada marca. E tudo bem não? Não!

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Os discursos de justificação do tráfico negreiro. Do Papa ao Senador da República.

Aplicação do castigo do açoite. Jean-Baptiste Debret.

Um texto de Andrei Barros Correia

Entre gente e bichos há duas diferenças básicas. Consistem em que os segundos usam a violência só para comerem e não se justificam por isso. O resto, são mais semelhanças que dessemelhanças, com grandes vantagens para os bichos que, inclusive, não têm a infelicidade de falar nem sabem o que é o serviço público.

As infelizes das pessoas precisam justificar-se e também às suas infâmias. Eventualmente, esforçam-se a produzir teorias embasadas em alguma ciência social, deformando-as consoante os objetivos visados. Outras vezes, mais inteligentemente, servem-se do Deus único que, como o papel, aceita tudo que se lhe ponha em cima. Acho que a grandeza desse Deus está precisamente nisto: perceber quanta infâmia as criaturas põem na sua conta e deixar para lá, evidenciando conhecer bem os limites de sua obra. Magnânino, esse adjetivo cabe-lhe.

Pois bem, a partir do século XV, os europeus começaram a disputar com os magrebinos o monopólio da venda de peças de Guiné, ou seja, de pretos da África Subsaariana. Os bérberes maometanos do Norte d´África já tratavam com os africanos do Sahel, trocando basicamente cavalos de montaria e armas por escravos pretos. Os maometanos não se constrangiam com a utilização de escravos, em geral, desde que não fossem fiéis. De certa forma, os monoteísmos agem similarmente!

O que os marroquinos faziam por meio de longas caravanas de camelos, ao longo de vasto deserto, os portugueses resolveram de fazer navegando. Como nem uns, nem outros, eram romanos – César tinha escravos sem justificar-se teologicamente – o Papa de Roma veio em socorro dos navegadores. Em 1453, a bula Romanus Pontifex, de Nicolau V, assumindo a inviabilidade de uma nova e desejável cruzada, abre as portas para outros tipos de saques.

Esse documento assume o tráfico de escravos como um efeito lateral das grandes tarefas da cristandade, ou seja, um mal menor diante da salvação da alma desses pretos que, por meio da escravidão, entravam no rebanho. Efeito lateral e até resultado positivo, assim se tornava a escravidão! Essa interpretação papal é um pouco brutal, convenhamos.

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