“Todo dia era dia do índio, hoje eles só tem o 19 de abril.”
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Um espaço de convívio entre amigos, que acabou por se tornar um arquivo protegido por um só curador.
“Todo dia era dia do índio, hoje eles só tem o 19 de abril.”
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O cliente Moacir Bulling faleceu após passar 45 minutos ao telefone, em contato com o call center, na tentativa de cancelar um serviço de internet banda larga. Sua pressão arterial aumentou e ele sofreu um enfarte agudo durante o dito atendimento.
O cliente já estava peregrinando há algum tempo em busca do tal cancelamento e a ligação de mais de meia hora foi, de fato, a gota d´água. A Brasil Telecom foi condenada a pagar R$ 20,4 mil para a família da vítima. A decisão foi proferida pela 3ª Turma recursal cível dos juizados especiais do estado do RS, reformando a decisão de “extinção sem julgamento do mérito” proferida em 1º grau.
R$ 20,4 mil para a Brasil Telecom não é nada. Para a família é um consolo diante da morte de um dos seus. Para nós, consumidores, continua a ser o absurdo de sempre. O descaso permanece e a agência responsável pela telefonia no Brasil – ANATEL – não parece estar preocupada com sua clientela. Suas prioridades são outras, se resumem a vender. O resto não lhes interessa.
Vi hoje num jornal daqui de Campina Grande uma notícia que me deixou um bocado angustiada. Pois bem, um circo português, chamado circo Estoril, que está na cidade há alguns dias, foi assaltado ontem a noite.
O fato é que a maioria dos circos é pobre, ou relativamente pobre, o que me levou a pensar imediatamente em seus integrantes, artistas, que trabalharam para conseguir a quantia furtada e que deverão trabalhar ainda mais para a recuperarem.
O que me chamou a atenção na reportagem, e me deixou triste, foi a frustação nos rostos dos que trabalham com a alegria.
A ONU divulgou esta semana um relatório afirmando que a falta de água limpa mata 2,2 milhões de pessoas e cerca de 1,8 milhão de crianças com menos de 5 anos de idade, anualmente. A causa da poluição é o despejo de resíduos sólidos que chegam a contaminar 2 bilhões de toneladas de água diariamente. As consequências diretas são o envenenamento da vida marinha e a contaminação de doenças.
A maior parte do despejo de resíduos acontece nos países em desenvolvimento: 90% do esgoto sem tratamento é lançado em rios e mares.
Agora pare e lembre daquele seu vizinho que usa água potável para lavar a calçada ou para abaixar a poeira da rua. Estamos bem, não estamos?
Este é o documentário “A revolução não será televisionada” filmado e dirigido pelos irlandeses Kim Bartley e Donnacha O’Briain. O vídeo mostra os acontecimentos do golpe contra o governo do presidente Hugo Chávez, em abril de 2002, na Venezuela.
Vale muito a pena assisti-lo. Só posso afirmar que o PIG venezuelano é perigoso, bem perigoso.
[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=IHPPpL9z9GE&hl=pt_PT&fs=1&]
Olívia Maria
“A igualdade das mulheres e das jovens constitui também um imperativo econômico e social. Enquanto não se conseguir libertar as mulheres e as jovens da pobreza e da injustiça, todos os nossos objetivos – a paz, a segurança, o desenvolvimento sustentado – correrão perigo.”
A frase é de Ban Ki Moon, secretário-geral da ONU.
Neste 08 de março nos lembremos, todos, das mulheres que ainda são coisificadas, exploradas, discriminadas, humilhadas, assassinadas, agredidas, violadas, mutiladas, vendidas, castigadas, usadas como arma de guerra, submissas e oprimidas. Discriminação contra mulheres não é assunto só nosso, e sim de homens e mulheres. A consciência não tem gênero.
Segue um vídeo interessante com depoimentos de mulheres de diversos países falando sobre suas vidas:
[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=gXAqtYnKyJk&hl=pt_PT&fs=1&]
Olívia Maria.
Esta foi a frase proferida pelo jornalista Alexandre Garcia hoje pela manhã no Bom Dia Brasil, jornal do partido político Globo. O noticiário exibiu uma reportagem sobre a estadia da secretaria de estado americana Hillary Clinton no Brasil e enfatizou o que ela disse a respeito do plano nuclear iraniano, ou seja, que é uma ameaça para o mundo – o que só eles, os americanos, podem fazer.
Segundo o jornalista “o Brasil e os Estados Unidos têm divergências porque o Brasil quer pensar com a sua própria cabeça” referindo-se, explicitamente, ao posicionamento do presidente Lula em relação ao programa nuclear e a Ahmadinejad, além de criticar a postura do presidente em relação a política externa, ocasião em que chamou Zelaya de “aprendiz de Chávez”.
É o funcionário mostrando serviço para o patrão.
Reportagem na íntegra: http://colunas.bomdiabrasil.globo.com/alexandregarcia/
é sempre bom lembrar da bela música Testamento, de Vinicius de Moraes:
[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=rWMDESqS2LE&hl=pt_PT&fs=1&]
“..Mas você, que esperança… Bolsa, títulos, capital de giro,
public relations, e tome gravata! Protocolos, comendas,
caviar, champanhe, e tome gravata! O amor sem paixão,
o corpo sem alma, o pensamento sem espírito e tome gravata!
E lá um belo dia, o enfarte, ou, pior ainda, o psiquiatra..”
Fabuloso!
Olívia.
Gosto muito dos livros em edições de bolso. Encontrei o Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa, neste formato, da editora Companhia de Bolso, na livraria Saraiva em Recife. Desde então, ando lendo-o. Hoje, deparei-me com este belíssimo texto, cuja lucidez não se encontra muito comumente:
“A liberdade é a possibilidade do isolamento. És livre se podes afastar-te dos homens, sem que te obrigue a procurá-los a necessidade do dinheiro, ou a necessidade gregária, ou o amor, ou a glória, ou a curiosidade, que no silêncio e na solidão não podem ter alimento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo. Podes ter todas as grandezas do espírito, todas da alma: és um escravo nobre, ou um servo inteligente: não és livre. E não está contigo a tragédia, porque a tragédia de nasceres assim não é contigo, mas do Destino para si somente. Ai de ti, porém, se a opressão da vida, ela própria, te força a seres escravo. Ai de ti, se, tendo nascido liberto, capaz de te bastares e de te separares, a penúria te força a conviveres. Essa, sim, é a tua tragédia, e a que trazes contigo.
Nascer liberto é a maior grandeza do homem, o que faz o ermitão humilde superior aos reis, e aos deuses mesmo, que se bastam pela força, mas não pelo desprezo dela.
A morte é uma libertação porque morrer é não precisar de outrem. O pobre escravo vê-se livre à força dos seus prazeres, das suas mágoas, da sua vida desejada e contínua. Vê-se livre o rei dos seus domínios, que não queria deixar. As que espalharam amor vêem-se livres dos triunfos que adoram. Os que venceram vêem-se livres das vitórias para que a sua vida se fadou.
Por isso a morte enobrece, veste de galas desconhecidas o pobre corpo absurdo. É que ali está um liberto, embora o não quisesse ser. É que ali não está um escravo, embora ele chorando perdesse a servidão. Como um rei cuja maior pompa é o seu nome de rei, e que pode ser risível como homem, mas como rei é superior, assim o morto pode ser disforme, mas é superior, porque a morte o libertou.
Fecho, cansado, as portas das minhas janelas, excluo o mundo e um momento tenho a liberdade. Amanhã voltarei a ser escravo; porém agora, só, sem necessidade de ninguém, receoso apenas que alguma voz ou presença venha interromper-me, tenho a minha pequena liberdade, os meus momentos de excelsis.
Na cadeira, aonde me recosto, esqueço a vida que me oprime. Não me dói senão ter-me doído.”
Olívia Gomes
Assisti hoje na TV Câmara a reprise do programa Expressão Nacional exibido no último dia 02 de fevereiro. O programa consistiu num debate sobre a Comissão da Verdade e era composto pelos deputados João Almeida e Pedro Wilson, pelos cientistas políticos Glenda Mezzaroba e Otaciano Nogueira, e pelo general Rocha Paiva.
Foi um debate longo e consistente. O fato é que eu sou a favor da apuração de crimes cometidos em períodos ditatoriais em qualquer parte do mundo, pelo que sou completamente a favor da criação da comissão e acho um retrocesso a discussão em torno de um assunto como este. A ditadura e a lei da anistia são indefensáveis.
O fato é que após assitir o tal debate passei a admirar ainda mais a cientista política Glenda Mezzaroba, cujos escritos a propósito da lei da anistia eu já tinha lido, e a repudiar ainda mais a postura patife do citado general.
Dentre as estúpidas defesas do general consigo destacar duas que o levam ao mais elevado grau de estupidez. A primeira foi afirmar que em 1964 não houve golpe, mas sim um contragolpe civil-militar, em reposta a um golpe civil que estava sendo preparado. Esta pessoa realmente não tem qualquer respeito para com os familiares dos desaparecidos políticos, dos mortos e dos torturados. Não sei o que é mais patife, querer impedir a apuração da verdade ou sequer dignar-se a chamar a coisa pelo seu nome.
A segunda foi dizer que não consegue compreender o porquê de se endeusar terroristas e de satanizar os torturadores, quando afirma que a comissão deve apurar as torturas e desaparecimentos cometidos pelos dois lados da ditadura, o do Estado com seu aparato militar e o dos grupos civis.
“Alguém segura o passado”, disse o deputado Pedro Wilson. É mesmo inevitável perceber que o exército brasileiro quer segurar o passado na tentaiva de reduzí-lo a isto: passado. Apurar os crimes, declarar quem foram os torturadores, desenterrar corpos, e, finalmente, fornecer as certidões de óbito aos familiares de desaparecidos políticos é impedir que outros períodos ditatoriais ressurgam. Tem que se lembrar para prevenir. A memória tem esta função.
A postura dos militares brasileiros é mesmo vergonhosa.
Olívia Gomes
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