Um espaço de convívio entre amigos, que acabou por se tornar um arquivo protegido por um só curador.

Categoria: Infâmias (Page 19 of 20)

A patifaria americana e Hugo Chávez.

Este é o documentário “A revolução não será televisionada” filmado e dirigido pelos irlandeses Kim Bartley e Donnacha O’Briain. O vídeo mostra os acontecimentos do golpe contra o governo do presidente Hugo Chávez, em abril de 2002, na Venezuela.

Vale muito a pena assisti-lo. Só posso afirmar que o PIG venezuelano é perigoso, bem perigoso.

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Olívia Maria

O genocídio armênio e o Departamento de Estado.

Técnica otomana de eliminar armênios.

A partir de 1915, os turcos iniciaram um extermínio sistemático de populações armênias do Império Otomano. Estima-se que até 1923 à volta de um milhão e meio de armênios foram exterminados, como resultante de uma das linhas de ação dos Jovens Turcos. Há de se reconhecer: matar um milhão e meio de pessoas em oito anos é muito trabalhoso, embora japoneses e alemães já tenham mostrado mais eficiência nessa matéria.

No palco dos concertos internacionais, os governos turcos, desde então até hoje, negam o genocídio. Negam de maneira bastante eloquente, pois chega a ser crime, na atual Turquia, falar sobre isso. Fazer o que fizeram é brutal. Negar, afasta a hipótese de perguntar as razões. Imagino que, se um dia Constantinopla for retomada, eles, os turcos, vão se abster de ficar indagando as razões, por imperativo de coerência.

Consumado o fato, os turcos apostaram no sentido correto, por ser o mais provável historicamente. Apostaram no esquecimento que as negações e manobras para confundir quase sempre conseguem obter da comunidade internacional. Todavia, parece que o risco de se terem equivocado é bastante grande, pois os armênios, ainda que inicialmente dispersos, não se dispuseram a perder sua memória, nem a ficarem resignadamente calados.

Muito lóbi foi feito para se obter o mais importante reconhecimento do genocídio, o dos Estados Unidos da América. E resultou que o Congresso Norte-Americano está em vias de votar uma moção de reconhecimento da ocorrência do genocídio. Contudo, o Presidente Obama, por meio da Secretária de Estado Hillary Clinton, opõe-se ao reconhecimento daquilo que até as águas do Bósforo sabem.

Os Estados Unidos não querem desagradar o governo turco e, obviamente, põem acima de qualquer proclamação de uma verdade histórica seus interesses estratégicos imediatos. O Congresso, esse também pode ter dado andamento à inciativa somente para por o Presidente na difícil situação de ter que veta-la. Ou seja, o de sempre, um chantageando o outro. Naturalmente que deve haver um e outro preocupado seriamente com o reconhecimento, pois a população do mundo não é toda de conspiradores e chantagistas.

Não discuto as premências estratégicas dos Estados Unidos, que isso é assunto e interesse deles. Mas, creio que o Presidente Obama talvez pudesse tentar jogar visando mais ao futuro. Ao contrário do que sempre assume a diplomacia norte-americana, a história não é tão desimportante, nem tão fácil de esquecer. E pode estar em tempo deles tentarem, com alguma inteligência alem das bombas, diminuir os rancores que alimentam contra si.

Um dia, a vontade de retomar Constantinopla pode tornar-se a de tomar Washington, também.

Timóteo 2 : 9 – 15.

“9.    Quanto às mulheres, que elas se apresentem em trajes decentes e se enfeitem com pudor e modéstia. Não usem tranças, nem objectos de ouro, pérolas ou vestuário luxuoso;
10.    mas enfeitem-se com boas obras, como convém a mulheres que dizem ser piedosas.
11.    Durante a instrução, a mulher deve ficar em silêncio, com toda a submissão.
12.    Eu não permito que a mulher ensine ou domine o homem. Portanto, que ela permaneça em silêncio.
13.    Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva.
14.    E não foi Adão que foi seduzido, mas a mulher que, seduzida, pecou.
15.    Entretanto, ela será salva pela sua maternidade, desde que permaneça com modéstia na fé, no amor e na santidade.”

Sem mais.

Severiano Miranda.

"O Brasil quer pensar com a própria cabeça".

Esta foi a frase proferida pelo jornalista Alexandre Garcia hoje pela manhã no Bom Dia Brasil, jornal do partido político Globo. O noticiário exibiu uma reportagem sobre a estadia da secretaria de estado americana Hillary Clinton no Brasil e enfatizou o que ela disse a respeito do plano nuclear iraniano, ou seja, que é uma ameaça para o mundo – o que só eles, os americanos, podem fazer.

Segundo o jornalista “o Brasil e os Estados Unidos têm divergências porque o Brasil quer pensar com a sua própria cabeça” referindo-se, explicitamente, ao posicionamento do presidente Lula em relação ao programa nuclear e a Ahmadinejad, além de criticar a postura do presidente em relação a política externa, ocasião em que chamou Zelaya de “aprendiz de Chávez”.

É o funcionário mostrando serviço para o patrão.

Reportagem na íntegra: http://colunas.bomdiabrasil.globo.com/alexandregarcia/

Um dos motivos porque acredito que Serra está fadado ao fracasso.

Abaixo vai trecho da entrevista que Fernando Cardoso deu a revista veja, onde diz claramente, “-O Serra é estati…”, acredito eu que o final fosse “…zante” (estatizante), ele fala isso como se fosse bom. E ainda diz que foi Serra que quis a privatização da Vale e da Light. Muito bem.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=grbeuBaY9Kk&hl=es_ES&fs=1&]

Eu já disse isso, e repito, alguem precisa realmente dizer a ele que o pensamento está equivocado, se ele quer eleger Serra, tem que dizer o contrário.

Direto aos fatos: as telefônicas foram vendidas (entregues) a preço de banana, e pagas “na valsa” com o lucro, e o dinheiro emprestado pelo próprio governo. Beleza, agora Luiz Inácio diz que vai reerguer a Telebrás para difundir banda larga no país, principalmente onde as empresas privadas não tem interesse econômico. Não é segredo para ninguem que o serviço prestado pelas telefônicas nas áreas que deveria investir são péssimos (banda larga e telefonia celular), já que as linhas fixas foram praticamente herdadas do sistema antigo.

E quando Lula fala sobre a Telebrás, a Folha de São Paulo, veículo de comunicação sabidamente vendido, faz uma pesquisa sobre a aprovação popular da medida. A pesquisa folha, indica que dentre 10.391 pessoas (até o momento em que escrevo), 9.790 pessoas (94%) são a favor da reativação da Telebrás, e 601 pessoas são contra (4%), há algumas considerações em torno desse percentual a que se pode chegar, ninguém gostou das privatizações das telecomunicações (ou quase ninguem, afinal temos 601 pessoas contra a Telebrás), bom, caso o percentual de aprovação das privatizações seja maior, então fato é que, há muita gente insatisfeita com o trabalho de quem comprou as tele. As empresas não funcionam, prova disso é a telefônica ter sido proibida de vender speedy (seu plano de banda larga ADSL), o serviço prestado é de péssima qualidade.

Bom, notável que a coisa talvez vá  funcionar melhor quando o governo entrar no jogo. Mas é cômico ver o presidente da telefônica, Antônio Carlos Valente, cobrar incentivo à banda larga, a definição de políticas públicas, além de desoneração tributária para produtos e serviços. Oras, ele já não teve o suficiente recebendo a empresa de graça e nunca investindo de volta nem um tostão do lucro obtido na empresa? Em 2005 o lucro foi de $6.184 bilhões USD. Isso só em 2005, em 2009 ocorreu a proibição de venda do speedy, ou seja, ele simplismente não investe, ele quer dinheiro do governo para investir, é como se dissese, essa é a parte do meu patrão, se voce  governo brasileiro quer melhora no serviço, pague voce mesmo pela melhora. Que tipo de empresa é essa??? Hááá!!! Uma sem concorrência… Entendi.

Severiano Miranda.

Depois daquele beijo.

Do G1: Meninas se beijam em bloco no Rio e acabam na delegacia.

Engraçado notar como atitudes de um Sr. como este (de 50 anos, moralista padrão, que fez a denuncia), tem sentido contrário ao que desejaria ele, ou seja, acontecimentos como esse, vão, cada vez mais afirmar o direito defendido pelos outros foliões. Porque certamente chegará o dia em que, o Sr. em questão um pouco mais velho, vai acudir a polícia com o mesmo propósito, e a polícia dará de ombros, oras, por pura insignificância.

Pior de tudo é a situação cômica em que se mete a polícia a troco de nada, várias guarnições para prender 2 meninas??? Um policial atropelado com pé quebrado por causa de um beijo??? Rio… Pra não chorar.

E veja a imfâmia da declaração do Sr. 50, “Ele disse que viu duas moças se beijando e pensou que uma era menor de idade. Ele achou que nesse caso seria errado uma menor de idade beijando outra maior de idade…”, quer dizer que esse Sr. passa os carnavais a procurar e a fazer cumprir a lei de corrupção de menores?! Se fosse um beijo entre outro cinquentão e uma garotinha ele também denunciaria, ou identificando-se com seu semelhante, seria complacente? Seria ele só mais uma pessoa com olhar eivado de teias de aranha de qualquer natureza (religiosa?)…

O delegado Gustavo Valentini, usou de seus tantos anos de estudo, na universidade e posteriormente pro concurso, para concluir: “verificou que não houve nenhuma corrupção de menores”.

De todas a melhor declaração, e amis sensata, é mesmo a da garota mais velha (18 anos,  a mais nova tinha 17): “O meu beijo não tinha nada de agressivo, é um beijo como qualquer outro beijo de carnaval, uma coisa que acontece. Não precisava ter causado a confusão que causou”.

Impressionante a polícia se meter num caso assim, e os policiais ainda recebem diploma de curso supeiror ao acabar o curso de formação… A julgar pela qualidade de nosso sistema educacional, não vou falar nada, ainda bem que estão começando a exigir diploma de nível superior nos concursos pra soldado, assim nossa super preparada polícia passará a ter dois diplomas. Como diz a música, “polícia para quem precisa de, polícia…”.

PS: Ainda bem que o delegado, justamente, liberou a turma do beijo, caso os tivesse detido, ainda teria pago mico, pois a artigo de corrupção de menores no Código Penal teve a idade alterada no ano passado,  foi de 18, para 14 anos.

Severiano Miranda.

"Alguém segura o passado".

Assisti hoje na TV Câmara a reprise do programa Expressão Nacional exibido no último dia 02 de fevereiro. O programa consistiu num debate sobre a Comissão da Verdade e era composto pelos deputados João Almeida e Pedro Wilson, pelos cientistas políticos Glenda Mezzaroba e Otaciano Nogueira, e pelo general Rocha Paiva.

Foi um debate longo e consistente. O fato é que eu sou a favor da apuração de crimes cometidos em períodos ditatoriais em qualquer parte do mundo, pelo que sou completamente a favor da criação da comissão e acho um retrocesso a discussão em torno de um assunto como este. A ditadura e a lei da anistia são indefensáveis.

O fato é que após assitir o tal debate passei a admirar ainda mais a cientista política Glenda Mezzaroba, cujos escritos a propósito da lei da anistia eu já tinha lido, e a repudiar ainda mais a postura patife do citado general.

Dentre as estúpidas defesas do general consigo destacar duas que o levam ao mais elevado grau de estupidez. A primeira foi afirmar que em 1964 não houve golpe, mas sim um contragolpe civil-militar, em reposta a um golpe civil que estava sendo preparado. Esta pessoa realmente não tem qualquer respeito para com os familiares dos desaparecidos políticos, dos mortos e dos torturados. Não sei o que é mais patife, querer impedir a apuração da verdade ou sequer dignar-se a chamar a coisa pelo seu nome.

A segunda foi dizer que não consegue compreender o porquê de se endeusar terroristas e de satanizar os torturadores, quando afirma que a comissão deve apurar as torturas e desaparecimentos cometidos pelos dois lados da ditadura, o do Estado com seu aparato militar e o dos grupos civis.

“Alguém segura o passado”, disse o deputado Pedro Wilson. É mesmo inevitável perceber que o exército brasileiro quer segurar o passado na tentaiva de reduzí-lo a isto: passado. Apurar os crimes, declarar quem foram os torturadores, desenterrar corpos, e, finalmente, fornecer as certidões de óbito aos familiares de desaparecidos políticos é impedir que outros períodos ditatoriais ressurgam. Tem que se lembrar para prevenir. A memória tem esta função.

A postura dos militares brasileiros é mesmo vergonhosa.

Olívia Gomes

A menina de 9 anos que foi excomungada.

O então Arcebispo de Olinda e Recife, D. José Cardoso, excomungou uma menina de 9 anos. Hoje, D. José Cardoso encontra-se reformado, pois atingiu 75 anos. O ato de excomunhão motivou-se por aborto e atingiu não apenas a criança, mas o médico realizador do procedimento e familiares.

A excomungada foi estuprada pelo padastro e engravidou de gêmeos. A menina estava física e moralmente debilitada,  era filha de uma família paupérrima de Recife e teve o aborto realizado dentro da legalidade brasileira, pois tratou-se de caso de estupro e o procedimento médico visou a proteger a vida da gestante. É óbvio, até para um padre de visão curta, que uma criança de nove anos corre risco de vida em uma gravidez.

D. José formou-se na burocracia da Igreja Católica, tendo estado longamente em Roma, desempenhando serviços de funcionário do Vaticano. Ou seja, uma espécie de burocrata público de sotaina, ávido por regulamentos e documentos oficiais.

O ápice de sua carreira eclesiástica foi o Arcebispado de Olinda e Recife. Nunca foi uma figura muito estimada, mas isso não é propriamente um defeito. Poderia ser imputada essa falta de estima ao seu rigor de administrador formalista e à sua discrição. Mas, D. José destacou-se negativamente por mais outra característica: a estreiteza intelectual que, neste caso da excomunhão, ficou evidente.

Recentemente, o Cardeal Rino Fisichella, Reitor da Pontifícia Universidade Lataranenze de Roma, publicou, no Observatório Romano, uma carta contra a excomunhão da menina de 9 anos. O Cardeal Fisichella, convém apontar, é tido como um intelectual de pensamento refinado. Ele disse, em resumo, que a vida da menina era o valor maior em questão e, portanto, as práticas visando à sua conservação não eram delitos passíveis de excomunhão.

Para quem não se detiver para perceber como pensa uma corporação fechada, as palavras do Cardeal Fisichella parecerão óbvias e até banais. Claro, existe a legalidade e ela não se submete e normas religiosas em um Estado laico, como o Brasil. Todavia, não é pouca demonstração de bom senso o que disse o Cardeal.

Ele pôs em jogo os princípios, aquela parte não propriamente normativa que inspira todo o sistema legal, seja canônico, seja laico. Por desconhecerem os princípios a fundo e os mecanismos lógicos para maneja-los e por acreditar mais em papéis que em realidades, cometem-se erros estúpidos como o do Arcebispo.

Ou seja, o funcionário de estreitas capacidades e de afazeres burocráticos é capaz de aplicar erroneamente aquilo que deveria saber usar, até porque ufana-se de conhecer todos os regulamentos. Mas, desconhece o que pode ter inspirado os regulamentos em que gastou as retinas e apoiou o nariz a vida toda.

Desconhece, mesmo sendo um religioso medianamente graduado, que a doutrina acima do palavrório dos seus regulamentos não reconhece a manifestação de vontade dos incapazes. Que essa doutrina afirma o valor máximo da vida; que essa doutrina afirma a misericórdia divina com os inocentes.

Mais trágica ainda que a tolice canônica de D. José foi a reação de alguns prelados graduados em Roma. Redigiram uma carta contra o Cardeal Fisichella, dirigida ao Bispo de Roma, pedindo punição para o sensato. Essa carta foi sumariamente desprezada pela Cúria, em uma postura reveladora de que ainda há gente pensando no Vaticano.

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