Um espaço de convívio entre amigos, que acabou por se tornar um arquivo protegido por um só curador.

Categoria: Hipocrisias (Page 13 of 14)

Um dos motivos porque acredito que Serra está fadado ao fracasso.

Abaixo vai trecho da entrevista que Fernando Cardoso deu a revista veja, onde diz claramente, “-O Serra é estati…”, acredito eu que o final fosse “…zante” (estatizante), ele fala isso como se fosse bom. E ainda diz que foi Serra que quis a privatização da Vale e da Light. Muito bem.

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Eu já disse isso, e repito, alguem precisa realmente dizer a ele que o pensamento está equivocado, se ele quer eleger Serra, tem que dizer o contrário.

Direto aos fatos: as telefônicas foram vendidas (entregues) a preço de banana, e pagas “na valsa” com o lucro, e o dinheiro emprestado pelo próprio governo. Beleza, agora Luiz Inácio diz que vai reerguer a Telebrás para difundir banda larga no país, principalmente onde as empresas privadas não tem interesse econômico. Não é segredo para ninguem que o serviço prestado pelas telefônicas nas áreas que deveria investir são péssimos (banda larga e telefonia celular), já que as linhas fixas foram praticamente herdadas do sistema antigo.

E quando Lula fala sobre a Telebrás, a Folha de São Paulo, veículo de comunicação sabidamente vendido, faz uma pesquisa sobre a aprovação popular da medida. A pesquisa folha, indica que dentre 10.391 pessoas (até o momento em que escrevo), 9.790 pessoas (94%) são a favor da reativação da Telebrás, e 601 pessoas são contra (4%), há algumas considerações em torno desse percentual a que se pode chegar, ninguém gostou das privatizações das telecomunicações (ou quase ninguem, afinal temos 601 pessoas contra a Telebrás), bom, caso o percentual de aprovação das privatizações seja maior, então fato é que, há muita gente insatisfeita com o trabalho de quem comprou as tele. As empresas não funcionam, prova disso é a telefônica ter sido proibida de vender speedy (seu plano de banda larga ADSL), o serviço prestado é de péssima qualidade.

Bom, notável que a coisa talvez vá  funcionar melhor quando o governo entrar no jogo. Mas é cômico ver o presidente da telefônica, Antônio Carlos Valente, cobrar incentivo à banda larga, a definição de políticas públicas, além de desoneração tributária para produtos e serviços. Oras, ele já não teve o suficiente recebendo a empresa de graça e nunca investindo de volta nem um tostão do lucro obtido na empresa? Em 2005 o lucro foi de $6.184 bilhões USD. Isso só em 2005, em 2009 ocorreu a proibição de venda do speedy, ou seja, ele simplismente não investe, ele quer dinheiro do governo para investir, é como se dissese, essa é a parte do meu patrão, se voce  governo brasileiro quer melhora no serviço, pague voce mesmo pela melhora. Que tipo de empresa é essa??? Hááá!!! Uma sem concorrência… Entendi.

Severiano Miranda.

Depois daquele beijo.

Do G1: Meninas se beijam em bloco no Rio e acabam na delegacia.

Engraçado notar como atitudes de um Sr. como este (de 50 anos, moralista padrão, que fez a denuncia), tem sentido contrário ao que desejaria ele, ou seja, acontecimentos como esse, vão, cada vez mais afirmar o direito defendido pelos outros foliões. Porque certamente chegará o dia em que, o Sr. em questão um pouco mais velho, vai acudir a polícia com o mesmo propósito, e a polícia dará de ombros, oras, por pura insignificância.

Pior de tudo é a situação cômica em que se mete a polícia a troco de nada, várias guarnições para prender 2 meninas??? Um policial atropelado com pé quebrado por causa de um beijo??? Rio… Pra não chorar.

E veja a imfâmia da declaração do Sr. 50, “Ele disse que viu duas moças se beijando e pensou que uma era menor de idade. Ele achou que nesse caso seria errado uma menor de idade beijando outra maior de idade…”, quer dizer que esse Sr. passa os carnavais a procurar e a fazer cumprir a lei de corrupção de menores?! Se fosse um beijo entre outro cinquentão e uma garotinha ele também denunciaria, ou identificando-se com seu semelhante, seria complacente? Seria ele só mais uma pessoa com olhar eivado de teias de aranha de qualquer natureza (religiosa?)…

O delegado Gustavo Valentini, usou de seus tantos anos de estudo, na universidade e posteriormente pro concurso, para concluir: “verificou que não houve nenhuma corrupção de menores”.

De todas a melhor declaração, e amis sensata, é mesmo a da garota mais velha (18 anos,  a mais nova tinha 17): “O meu beijo não tinha nada de agressivo, é um beijo como qualquer outro beijo de carnaval, uma coisa que acontece. Não precisava ter causado a confusão que causou”.

Impressionante a polícia se meter num caso assim, e os policiais ainda recebem diploma de curso supeiror ao acabar o curso de formação… A julgar pela qualidade de nosso sistema educacional, não vou falar nada, ainda bem que estão começando a exigir diploma de nível superior nos concursos pra soldado, assim nossa super preparada polícia passará a ter dois diplomas. Como diz a música, “polícia para quem precisa de, polícia…”.

PS: Ainda bem que o delegado, justamente, liberou a turma do beijo, caso os tivesse detido, ainda teria pago mico, pois a artigo de corrupção de menores no Código Penal teve a idade alterada no ano passado,  foi de 18, para 14 anos.

Severiano Miranda.

"Alguém segura o passado".

Assisti hoje na TV Câmara a reprise do programa Expressão Nacional exibido no último dia 02 de fevereiro. O programa consistiu num debate sobre a Comissão da Verdade e era composto pelos deputados João Almeida e Pedro Wilson, pelos cientistas políticos Glenda Mezzaroba e Otaciano Nogueira, e pelo general Rocha Paiva.

Foi um debate longo e consistente. O fato é que eu sou a favor da apuração de crimes cometidos em períodos ditatoriais em qualquer parte do mundo, pelo que sou completamente a favor da criação da comissão e acho um retrocesso a discussão em torno de um assunto como este. A ditadura e a lei da anistia são indefensáveis.

O fato é que após assitir o tal debate passei a admirar ainda mais a cientista política Glenda Mezzaroba, cujos escritos a propósito da lei da anistia eu já tinha lido, e a repudiar ainda mais a postura patife do citado general.

Dentre as estúpidas defesas do general consigo destacar duas que o levam ao mais elevado grau de estupidez. A primeira foi afirmar que em 1964 não houve golpe, mas sim um contragolpe civil-militar, em reposta a um golpe civil que estava sendo preparado. Esta pessoa realmente não tem qualquer respeito para com os familiares dos desaparecidos políticos, dos mortos e dos torturados. Não sei o que é mais patife, querer impedir a apuração da verdade ou sequer dignar-se a chamar a coisa pelo seu nome.

A segunda foi dizer que não consegue compreender o porquê de se endeusar terroristas e de satanizar os torturadores, quando afirma que a comissão deve apurar as torturas e desaparecimentos cometidos pelos dois lados da ditadura, o do Estado com seu aparato militar e o dos grupos civis.

“Alguém segura o passado”, disse o deputado Pedro Wilson. É mesmo inevitável perceber que o exército brasileiro quer segurar o passado na tentaiva de reduzí-lo a isto: passado. Apurar os crimes, declarar quem foram os torturadores, desenterrar corpos, e, finalmente, fornecer as certidões de óbito aos familiares de desaparecidos políticos é impedir que outros períodos ditatoriais ressurgam. Tem que se lembrar para prevenir. A memória tem esta função.

A postura dos militares brasileiros é mesmo vergonhosa.

Olívia Gomes

Hillary Clinton está preocupada com o Irã. Ela diria exatamente porquê?

No Catar, a senhora Rodham Clinton, Secretária de Estado dos Estados Unidos da América, disse estar preocupada com a democracia iraniana. Dito assim, tão repentinamente e em companhia de monarcas árabes, deve-se convir que soou estranho a quem se ponha a pensar um pouco.

Na fotografia acima, por exemplo, a Secretária de Estado encontra-se na democrática companhia do monarca da Arábia Saudita. Não consta que ela tenha apresentado alguma objeção a esta forma tão democrática  que é a monarquia da Península Árabe,  inaugurada pelo afã britânico de conformar esse espaço aos seus interesses petrolíferos.

Não consta, tampouco, que Hillary Clinton tenha qualquer interesse na instalação do se convencionou chamar democracia nesses emirados arábicos, muito embora seja possível que os habitantes deles queiram votar!

Com quê, então, está preocupada a Secretária de Estado?

Tentativa e erro… Muito erro.

CardosoCardoso é uma pessoa inteligente, pelo menos isso pensam, ou dizem, dele. Tendo estudado e morado em tantos lugares, não me impressionaria que realmente fosse.

Ele foi presidente do Brasil durante 8 anos, tempo no qual se comprou o congresso por pelo menos duas vezes claras, e havia um rolo compressor, que desmontava toda e qualquer possibilidade de diálogo entre os partidos da república. Não que com o diálogo se fizesse alguma coisa em prol de alguma mudança em favor do povo ou de qualquer classe trabalhadora. Pelo contrário, e ainda professores universitários eram chamados vagabundos, entre outras gafes quaisquer.

Volta e meia, Cardoso volta a tona, hora para soltar mais uma bomba boba, hora para tentar convençer alguem de que a bobagem é séria. Dessa vez ele reaparece para fazer as duas coisas, e bom, há quem não concorde comigo e concorde com ele, mas isso é engraçado.

Veja só, talvez por ser inteligente, ele sabe que Lula tem uma imagem no exterior BEM melhor que a dele a qualquer tempo de seu governo. Então lá foi ele com o objetivo de angariar apoio para José Serra na terra prometida da classe média brasileira, os Estados Unidos da América. Ora, sabendo que a imagem de Lula seja melhor lá fora até mesmo que em seu país (já que aqui conta com uma imprensa toda contra, e a classe média que a segue), ele não atacou Lula… Óbvio. Atacou sua candidata a presidência da república, Dilma Rousseff, e veja só, ele disse que Dilma é autoritária, dogmática e que vai se aproximar de Hugo Chavez, presidente eleito da Venezuela (de forma mais democrática que Profirio Lobo foi eleito em Honduras inclusive).

E assim está sendo muito noticiado. Mas veja bem, legal, ele foi lá convencer o americano das bobadas que fala, e disse o que quis e o que não sobre Dilma Rousseff para fazer terrorismo com a campanha presidencial. Por mim beleza, mas vejam o outro lado da notícia, vejam o que ele fala de Lula com as próprias palavras que sairam na coluna de Andres Oppenheimer repórter do “The Miami Herald“:

Lula has greater independence from his party. He has transcended his party. Lula is a skillful negotiator, a [former] union leader. He is not a confrontational man; he is a negotiator.“.

Então vejam só… Lula é tão popular, incluso, tão bom governante, que até Cardoso quer estar a seu lado… Claro que nessa frase há um bocado de excesso, mas se a entrevista fosse no Brasil ele não teria falado assim de Lula, NUNCA, só que lá fora ele, felizmente, não pode mentir.

Fonte: BBC Brasil.

Chantagem bancária. Vão quebrar Grécia, Espanha, Portugal, Itália e Irlanda?

Inicialmente, advirto que não segue uma negação dos endividamentos dos países. Sim, há dívidas, é claro. Segue uma tentativa de lembrar que os credores é que fazem o foco de seus retratos, que todos findam por aceitar como o único possível. Mas não é o único e deveria bastar para percebê-lo a dívida dos Estados Unidos da América, a maior de todas.

Os credores nunca aceitam que possam ter avaliado mal os riscos assumidos, o que talvez revele a grande verdade de que, na realidade, não há riscos. Todavia, assumindo-se as balizas formais que os próprios dizem seguir, vamos acreditar que há riscos e que estes são avaliados.

Ora, se os devedores estão à beira da insolvência e não se deu alguma catástrofe imprevista, é claro que duas situações são possíveis: ou os riscos foram mal avaliados, ou tudo está sendo propositadamente magnificado para aumentar o resgate da chantagem.

As duas conclusões possíveis, acima enunciadas, permanecem inalteradas se for acrescentado outro elemento a elas antecedente. Países diversos, mas igualmente endividados, sofrem pressões diversas. Por que? Enxergo uma parte da resposta no urânio, que é o lastro real de algumas moedas – não é o ouro, é claro, que serve para nada.

Sem esse lastro não seria possível a alguém consumir quase tudo quanto os outros produzem e pagar com notas promissórias nunca descontadas. Nem dever mais que todos os outros e nunca ter sua dívida executada e convocar a falência alheia para sempre evitar a própria.

Lembro-me que Caio César teve problemas muito maiores que os discursos chatos do advogado hipócrita que era Cícero, pois República nem havia mais, então. César era um grande caloteiro e utilizador político do calote. Como qualquer general e político esplêndido sabia que as dívidas não podem ser maiores que os devedores. Terá sido Brutus um banqueiro, ou preposto destes?

E por que não escoa?

Me fiz esta pergunta ontem ao ler a capa da revista Veja, que traz a seguinte pergunta: Por que chove tanto? e ainda afirma que uma combinação de fatores naturais tem castigado o sul e o sudeste do Brasil desde o começo deste ano.

Com uma afirmação como esta, a imprensa finda por retirar a responsabilidade dos gestores públicos pelos danos causados em decorrência dos temporais. O fato é que não são as chuvas que castigam as mencionadas regiões. A falta de estrutura urbana é que faz este papel. Afinal, as águas da chuva não escoam e, consequentemente, acumulam e geram os desabamentos e os outros problemas já conhecidos.

Colocar a culpa dos alagamentos, mortes, desabamentos, e etc, em um fenômeno natural é o caminho mais patife que pode haver, além de consistir em verdadeira subestimação das inteligências alheias. Chuva não é exclusividade do verão brasileiro; é um fenômeno de ocorrência mundial, mas que não gera transtornos da ordem dos “castigos” em todos os lugares do mundo.

Lembro-me de no inverno do ano passado em Portugal. Em Braga – cidade apelidada pelos portugueses como “penico do céu” em virtude da grande quantidade de chuva no local – choveu um mês inteiro quase ininterruptamente e não me recordo de ter visto um só ponto de alagamento na cidade.

A quantidade de chuva e os problemas vividos nos últimos tempos nas regiões sul e sudeste passam por um nexo causal escondido pela imprensa: a falta de estrutura urbana e o descaso dos governos com as condições de moradia, saúde e segurança da maioria da população. É mais conveniente culpar as chuvas.

O general esqueceu-se de Alexandre, O Grande, da Macedônia.

Texto de Ubiratan Câmara de Queiroz.

Chegou o convite… era preciso escrever.

Os dias se passaram, as desculpas, por mais banais que fossem, convenciam, pelo menos a mim.

O receio, ao longo do que eu via escrito na poção, existia. Mas, pensando bem, deixar de escrever supera as eventuais bobagens das minhas palavras em deselegância. Assim espero.

Pois bem. As notícias da manhã de hoje me despertaram a atenção. Em especial:

– As declarações feitas pelo general Raymundo Nonato de Cerqueira Filho, indicado para ocupar uma vaga de ministro do Superior Tribunal Militar (STM), de que militares homossexuais não teriam condições de comandar tropas geraram inúmeras críticas nesta quinta-feira em todo o país.

– Casal de mulheres vai à Justiça para dar seus sobrenomes ao filho.

– O Parlamento português aprovou em 08 de janeiro uma proposição de lei do Governo socialista para permitir o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, mas descartou a possibilidade de adoção por estes casais.

Oportuno ressaltar, desde já, que as linhas que se seguem não são manifestos particulares favoráveis ao ativismo multicolorido, sequer proselitismo pederástico, muito menos hostilidade aos homossexuais. Nada disso!

O que me parece digno de registro – e não se trata de qualquer novidade – é que, paulatinamente, os homossexuais adquirem mais respeito e afirmação social, notadamente a partir das últimas décadas do século passado. De sorte que não seria leviano afirmar que este é o século dos homossexuais, como foi o pretérito das mulheres, que, relembremos, inauguraram em solo pátrio apenas em 1927 o direito ao voto, no Estado Potiguar.

A sociedade, diante da afirmação exponencial política, econômica e social da classe homoafetiva, tende a minorar a hipocrisia, afinal, não são todos os seguidores de Pedro que se dispõem a ceifar a vida de um filho gay, ou a sua própria, como abertamente propalam.

Diante deste fortalecimento social, do respeito gradativo, a parada gay parece ser uma manifestação anacrônica, pelo menos quanto movimento de afirmação que se pretende. Não parece razoável exigir direitos fantasiados em máscaras, paetês, lantejoulas e reduzidas vestimentas de couro, afinal.

Não se trata de extinguir as paradas – a existência ou não, é ora irrelevante – mas de enquadrá-lo como movimento de estabilização ou manifestação carnavalesca.

Sustenta-se o discurso que o movimento é a mais lídima, justa, persuasiva e democrática expressão dos anseios da categoria.

Acredita-se, por outro lado, que as paradas acabam por convergir a atenção daqueles que a depreciam mais ostensivamente, promovendo, assim, a manutenção do ódio e da reprovação social, anacrônico, portanto. Tal posicionamento, em confronto com o primeiro, já foi taxado em conversa de botequim como justificante dos altos índices de homicídio no Estado da Paraíba.

Instaurou-se o silêncio… não havia mais o que se discutir.

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