Por Sidarta

 

Sou mais afro-brasileiro do que judeu iberico brasileiro. Por conta disso, nos tempos em que estudei e estagiei nos USA não era preto nem branco… não era nada, só um latinoamericano pretensamente mais bem educado social e tecnicamente falando. Isso facilitou, de certa maneira, a não obrigação de tentar ser “compliant” com algum grupo racial ou hierarquicamente dominante no trabalho e poder ver que a democracia racial existia obrigatoriarmente dentro do trabalho mas só até terminar o expediente do dia.

Na primeira semana em Washington fui colocado junto com outros brasileiros, vietnamitas, salvadorenhos e outro “subdesarrollados” para “attent a lecture” sobre como não se sentir hostilizado pelas exibiçoes dos pretos nas ruas, principalmente com os latinos. Não tinha nenhum preto puro, aluno ou instrutor, na sala: “Andem sempre bem vestidos, sejam cordiais e não encarem os pretos direto nos olhos; voces não são americanos e eles não se sentem mais compelidos a os respeitar”. Disseram também que os cachorros americanos nas casas latiam pouco e raramente partiam para morder … mas que deixassemos que eles nos cheirassem.

Lendo atualmente um livro sobre o processo de ascençao (briga de foice) dos militares aos altos postos das forças armadas americanas, junto com parlamentares que são assessorados pelos militares e que agem junto aos fabricantes de armas, deparei-me com uma expressão dita por um almirante branco sobre um almirante preto de que, “desde a segunda guerra, os objetivos dos militares pretos não tinham mudado mas que agora eles estavam sabendo se aproveitar melhor de ONG’s, legislações contra o racismo, quotas e acusações de discriminação para alçarem vôos mais altos nos escalões militares e politicos”.

O alto comando militar americano adora receber ordem para matar mas parece gostar mais quando essas ordens saõ dadas por um presidente branco. Vai ser dificil mesmo para Obama ser o que não é ou não ser o que é…

Penso que é a rearticulação dos republicanos em cima das oscilações e do evidente oportunismo de Obama.