Os meninos palestinos apedrejavam carros, em Jerusalém. A reação que o israelense condutor do carro nas fotografias acima julgou adequada foi atropelar os meninos.
Atacar o infiel é servir a Deus. O absoluto não se atem a coisas relativas, como a proporcionalidade, por exemplo. Então, a conduta do israelense é inculpável, pouco importando que o carro tenha 1.500 kg e a pedra 100 g.
Eles são coerente consigo próprios, têm que viver o tudo ou nada, têm que fermentar o ódio de cada nova geração, têm que viver Masada novamente.
Com todo o respeito aos pobre e aos oprimidos, mas se um cara aparecer na frente do meu carro com uma pedra para jogar no meu párabrisas eu jogo o meu carro primeiro em cima dele, seja ele judeu, muçulmano, eleitor de Dilma ou de Serra, grego ou coreano…
Uma inocente pedra jogada por um sem teto revoltado contra tudo e contra todos entrou pelo párabrisas do carro de um conhecido e matou a mulher dele que estava no banco do passageiro. Nada aconteceu ao agressor… tratado como vítima da má distribuição de renda no país e de outras injustiças sociais.
Buda diz que se uma cobra se levantar para lhe morder bata nela com um pedaço de pau, mesmo sendo ela um ser sensiente.
Realmente, Sidarta, pensando-se abstratamente, ou seja, em tese pura, é normal que a toda ação corresponda uma reação e é mesmo desejável.
Todavia, esse singelo caso israelense insere-se em um contexto muito maior e longo, de agressões nitidamente desproporcionais.
Basta lembrarmos que os israelenses conseguem uma taxa de êxito à volta de 8:1. A um e dois katiuschas de fundo de quintal, respondem com bombas de fragmentação – formalmente proscritas por convenção internacional, coisa a que Israel não dá a mínima bola, é verdade.
Usam as maravilhosas bombas de fósforo – também proscritas. Usam munições de urânio empobrecido.
Usam a asfixia financeira e de serviços básicos, isto é, cortam água, energia e suprimento de comidas e remédios.
Quando estão de bom humor bombardeiam uma escolinha infantil da ONU.
Então, o episódio do atropelamento das fotos veio a calhar como um indicativo a mais da escalada já longa de violência totalmente desproporcional.
A propósito, isso calha muito bem aos norte-americanos, também. Ou, melhor dizendo, às Lockheed-Martin e Boeing da vida, porque armamento também sujeita-se à obsolescência programada.
Recentemente, a Boeing celebrou o maior contrato externo de sua história, relativamente a uns F-15 Silent Eagle, de ultíssima geração para a Arábia Saudita. Só não convém vender aos Al Saud a democracia, esse produto perigoso.
Vou te dizer, nesse panorama, embora eu não seja belicista, só há uma saída, é todos terem a Bomba. Ou nenhum, é claro!
Por isso estimo muito que o Irã desenvolva as suas, ou compre-as a quem as quiser vender, para que os filhos de Josué acalmem-se um pouco, que só se acalmam assim, basta lembrar a grande obra de Tito Flávio Vespasiano.
Estás a precisar ler urgentemente o livro “The Constantine Sword”, de James Carrol.
Tenho aqui, importado dos USA, em inglês, mas foi traduzido no Brasil como “Os judeus e a igreja”.
O autor é um jornalista e ex-padre católico americano/irlandês, filho de um general da USAF e que morou na Alemanha no início da ocupação pós-segunda guerra.
Trata simplesmente das causas, antigas e novas, do antisemitismo no mundo, e das táticas utilizadas por grandes governantes, principalmente Napoleão, sobre como se aproveitar dos recursos financeiros e científicos dos judeus e sobre como forçá-los à assimilação.
Os episódios das condições da concessão da cidadania francesa por Napoleão e da derrubada dos muros do gueto de Roma pelo seu irmão são de uma sacanagem refinada.
Talvez sirva de contraponto jornalístico ao que fomos ensinados e programados sobre como os “judeus mataram o nosso senhor”.
Emprestei o livro a amigos fascistas, beatos, progressistas, pacifistas, judeus, etc., mas não rudes nem canalhas, e as reações mais frequentes depois da leitura foram:” é, eu não tinha pensado nisso”.
Sobre a questão da reação desproporcional, paciência, o cara que ataca primeiro geralmente o faz sem avisar e com total desproporcionalidade. Nas questões da guerra, sou mais a doutrina Mao…: pegado de surpresa, recue; se o inimigo parar, ataque-o; se o inimigo recuar, destrua-o…