Um espaço de convívio entre amigos, que acabou por se tornar um arquivo protegido por um só curador.

Excursão humanitária a faixa de Gaza: 2ª Frota.

Com a devida licensa, aos bons textos de Andrei, tomo um pouquinho do espaço (bom espaço) da Poçao, pra divulgar um vídeo sobre a faixa de Gaza.

Primeiro de tudo, não estou exatamente escrevendo um texto, mas, mais do que isso, divulgando um vídeo… O tema de Israel e Palestina é bem presente na Europa, talvez pela proximidade física, talvez pela existência de alguns poucos que realmente se importem com isso, e acreditem em valores amplamente divulgados como são os direitos humanos (e desses, precisamos mais, não só no Brasil, como no mundo todo, se fosse um programa televisivo, até aqui o texto se chamaria, “gente que faz”), e tambem pela existência de alguns que querem se aproveitar da (subis) existência promovida pelos grupos dos quais os primeiros fazem parte.

Assim, que, voltando a Palestina, tema que me persegue essa semana, depois de ver dois episódios de Salvados, programa de televisão tipo documentário, com um humor por vezes ácido, por vezes bobo, mas com uma fórmula que funciona… Primeiro tratando mais o tema pelo lado palestino, depois pelo lado judeu… É notável, e eu já concordava com isso, a conclusão a que chegam alguns entrevistados, e o próprio apresentador (@jordievole) de que os argumentos são os mesmos dos dois lados, e que um lado, quer o fim do outro.

Não obstante, há claramente um lado mais forte, o Judeu, que sem dúvida oprime os mais fracos palestinos, basta ver pedaços das reportagens para notar que os “colonos” judeus, em algumas cidades palestinas, jogam o lixo em cima dos palestinos, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Isso pra dizer o mínimo. Crimes e assassinatos de civis, acontecem de ambos os lados, que têm seus heróis e mártires cada um a seu gosto, mas de novo, levando em consideração o exército de Israel, ai os crimes dos Judeus, dão de goleada, sem dúvida. Vale muito a pena ver os documentários, pra ver outras nuances do problema, na minha opinião singela os documentários eximem um pouco Israel, mas eles também não se propõem a atacar uma das realidades, apenas “noticiar”…

E ai, o mais importante, e impressionante também. Hoje, há alguns minutos atrás na verdade, fui a uma palestra da Anistia Internacional, onde ocorreu o depoimento de uma garota catalã que estava em um dos barcos da excursão humanitária a faixa de Gaza no ano passado. Ela conta as torturas a que foram submetidos os tripulantes (civis) pelo exército de Israel, entre muitas outras coisas, que foram algemados todos pelados, e a discriminação promovida pelo exército de Israel entre europeus e mulçumanos, suas conversas com os Turcos (maioria na frota já que o maior barco era Turco) sobre a Islãmofobia que vem tomando conta da Europa.. Enfim, um depoimento preciosíssimo, que eu realmente gostaria de ter em vídeo, para não estragá-lo com estes mal escritos parágrafos.

O impressionante, é que, após ver a morte, a tortura, e etc, ela pretende participar de uma segunda frota, que se antes eram 6 barcos (leia-se barcos comprados, já que ninguem se dispõe a alugar barcos para esse propósito), agora serão dez barcos, que se antes haviam 3 espanhóis, agora querem levar um barco espanhol, como da primeira vez havia um barco Grego. No primeiro parágrafo falei sobre gente que acredita nisso, acreditar, é diferente de dizer que acredita. Dar a vida, é um pouco dramático demais, mas essa menina, arrisca a dela, e convençe outros espanhois a arriscar a deles também. O vídeo que queria divulgar, foi a catalã quem editou, e vai assim:

 

Flotilla de la Libertad. Un ataque a la solidaridad from Rumbo a Gaza on Vimeo.

2 Comments

  1. andrei barros correia

    Acho que a menina catalã está certa. Ela deve ir tantas vezes quantas sejam as frotas e tentar convencer mais gente a ir.

    Isso evidencia o nível de violência israelense. É engraçado, eles, os israelenses, trabalham com o silêncio e a desinformação, não com a mentira.

    Eles não negam que sejam assassinos, mas utilizam o argumento de que todos são. Aí, começa o sofisma dos israelenses, porque eles esquecem a questão quantitativa.

    Eles matam muitíssimo mais e isso faz diferença.

    Até por isso, é urgente que o Irã tenha seu arsenal nuclear, para que não haja só Israel com as bombas, a fazer o que bem quer e a matar na quantidade que acha interessante.

  2. Severiano Miranda

    Rapaz, o depoimento da menina foi muito bom. Estavam filmando e até tentei pegar a gravação, mas não deu! =)
    De qualquer forma, o vídeo que ela fez, ficou bacana, ela disse que esses pedaços de vídeo, é de gente que escondeu, porque claro, o exercito israelense lhes tirou tudo, até as roupas, logo quando tomaram os barcos, algemaram todos nus, dois a dois, os mais alvos (e portanto europeus), sentados, e os mais escuros (turcos? e demais..), algemados deitados. A qualquer protesto que se seguisse a isso, um modo de quebrar a vontade, um garoto turco de não mais que vinte anos, a certa altura conseguiu ficar de pé e gritou pra todos que não assinassem nada que os israelenses mandassem assinar. Depois disso, puseram-no ajoelhado sobre um bloco de gelo, por perto de onde os helicopteros trafegavam, e quando ele pendia aos lados os soldados o açoitavam pra que continuasse sobre o bloco. Bacana?
    Ela falou tambem que estava dando o depoimento em escolas de segundo grau, onde havia algumas crianças que assistiam, e se deparava com perguntas como: “E ela não podia chamar a polícia? Porque essa polícia era ruim?”
    Foi boa a palestra bicho…
    O vídeo é bacana tambem, os soldados de Israel entrando no barco e a galera gritando, vocês não são soldados, são assassinos! Essas são aguas internacionais, vocês não podem entrar. Do caralho…

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