Um espaço de convívio entre amigos, que acabou por se tornar um arquivo protegido por um só curador.

Ciência como fetiche. Para uns, a visão do inferno. Para outros, a redenção.

Li, ontem, na BBC Brasil, que o desempenho escolar dos norte-americanos caiu sensivelmente. E que, simultaneamente, cresceu o obscurantismo, na esteira do triunfo das idéias do fundamentalismo neo-pentecostal que viceja nos Estados Unidos da América. Conseguiram impor o ensino do criacionismo nas escolas, em detrimento das teorias evolucionistas, por exemplo.

Nos médio e longo prazos, é um desastre anunciado. Os EUA tornaram-se o país rico e dominante que são por conta de vários fatores e um deles foi o impulso e o cultivo da ciência. Agora, se estimulam sua regressão, estão a estimular a da riqueza material e dos meios de domínio. O cerceamento da divulgação de teses científicas implica, mais ou menos dias, um estreitamento das mentalidades.

Não vejo nas ciências uma cosmologia, nem qualquer beleza artística que justifique seu cultivo como o de um deus. Mas, não nego que ela pôs na minha frente este computador portátil em que escrevo e o automóvel que me leva ao trabalho. Evitou, também, que eu morresse da mais simples gripe e que um corte na pele evoluísse para uma septicemia.

Alguém poderá dizer que as objeções dos reformados fundamentalistas são muito especificamente dirigidas ao criacionismo e poupam outros campos. Todavia, uma objeção conceitual contém todas potencialmente. Não se deverá nem poderá investigar qualquer coisa que possa colidir com os escritos circunstanciais a uma época e a um local. Enfim, o que criam os semitas de há sete mil anos aprisionou o futuro, por conta de interpretações estritas.

Por outro lado, vejo algo parecido e diametralmente oposto. Sim, porque esses opostos referem-se ao mesmo ponto de articulação. Conversando aqui e ali, tomo conhecimento que os neo-pitagóricos seguidores de um médico francês do século XIX depositam vastas esperanças na ciência. Crescem em adeptos nos EUA e, por isso mesmo, aumentam suas possibilidades de obterem confirmações científicas, porque os seguidores norte-americanos têm recursos e vontade de os gastarem com pesquisas.

É impressionante essa esperança e devoção científica. Não vejo em que a investigação científica possa ajudar esse moralismo retributivo de culpas desconhecidas. Claro que minha incapacidade de perceber não significa mais que a própria ignorância, e por isso sigo tentando compreender. Ora, querem provar a existência de entidades imateriais, de espíritos, que animam os corpos? Para quê? Há muito se acredita nisso sem qualquer comprovação e com muito mais poesia!

2 Comments

  1. Monte Alverne Sampaio

    Nao há como negar que os avanços da ciência nos legaram conquistas fantástica, mas, quando se faz uma relação simples custo benefício, com respeito ao formato da racionalidade, meramente, economica como é conduzida a CIENCIA, perdemos feio….temos…muito, muito, muito mais miséria – miséria é pouco, como malifícios, lançados contra as pessoas. Entao, a ciência em si e seus avnços ao fantisticos, mas, também, os fundamentalismo sejam de que ordem forem, sao péssimos. Logo, viva a ciência para vida e, nao para tirá-la

    • Andrei Barros Correia

      Monte,

      Apontaste uma verdade muito incoveniente. Os avanços científicos não detiveram os da pobreza.

      Muita gente pode dizer que não se faz ciência para evitar a pobreza, mas acho que deve sim visar a isso, até por uma questão de inteligência. Porque, do contrário, comete-se suicídio coletivo.

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