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http://youtu.be/HB780oK6F9M
http://youtu.be/TwRKZ1a167Q
Senado da República prestes a aprovar a absurda – mas, muito absurda mesmo – dispensa dos graus de mestre e doutor para professores universitários de instituições públicas e privadas.
Cria a figura hedionda do contrato de trabalho docente temporário. Sucumbe às pressões dos milionários donos de universidades privadas, ávidos por baratearem seus custos e maximizarem seus lucros, ainda que em detrimento do nível dos docentes.
Tal absurdo interessa só aos empresários do ensino superior, que é um tremendo negócio, diga-se. Aumenta exponencialmente a oferta de trabalhadores precários, recém saídos da graduação, e vai em sentido contrário à elevação de nível e de profissionalismo que se vinha buscando de algum tempo para cá.
Na verdade, a docência devia ser toda submetida ao regime da dedicação exclusiva e ser bem remunerada por isso. As alterações legislativas prestes a serem aprovadas no Senado vão rigorosamente no sentido inverso. Ou seja, no de tornar a docência um trabalho precário e o professor escravo de várias faculdades particulares, mal-pago em todas.
Os interesses dos donos de faculdades privadas não se confundem com os interesses do país. Por isso mesmo, é aviltante que o Senado da República deixe-se capturar por interesses parciais em detrimento do interesse público. Depois, os políticos ainda ensaiam achar ruim serem considerados a classe menos respeitável que há.
Seria uma grande oportunidade para a Presidente Dilma exercer seu poder de veto de lei!
São raríssimas as ocasiões em que se envelhece com grandeza. Esta é uma.
O original, de 1964.
O que se conta é o seguinte: Antônio Silvino era o canganceiro mais conhecido dos sertões nordestinos, até aparecer Lampeão. Silvino chamava-se, de batismo, Manuel Batista de Morais e adotou o novo apelido em homenagem e demonstração de fidelidade ao antigo chefe, depois deste morrer.
Uns dizem que essa música de Humberto Teixeira refere-se a um episódio de invasão da cidade de Princesa Izabel, na Paraíba, pelo bando de Silvino, em 1927. Na ocasião, dava-se uma seca tremenda e os homens teriam saído todos em busca de trabalho. As mulheres teriam defendido a cidade e posto o bando para correr, armadas de porretes de pau pereiro.
Há um problema nisso, é que Antônio Silvino foi preso em 1914 e ficou encarcerado no Recife até 1937, quando recebeu um indulto do Presidente Getúlio Vargas, por comportamento exemplar. Na prisão, ele trabalhava com couros – era exímio nisso – e ensinava o ofício aos outros presos.
Por outro lado, é conhecido o respeito que Silvino tinha com as mulheres, ao contrários de outros bandos, como o de Lampeão, onde as violações e espancamentos eram frequentes. Assim, o enfrentamento entre as mulheres de Princesa Izabel e os homens de Silvino não é plausível.
É mais provável que o episódio inspirador tenha sido a Guerra de Princesa Izabel, em 1930. Um conflito grande, dadas as circunstâncias, entre chefes políticos locais e o Presidente da Província da Paraíba, João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque.
O líder de Princesa era o Coronel José Pereira Lima, que chegou a ter quase dois mil homens sob seu comando e criou o Território Livre de Princesa, área autônoma que não atendia ao governo da Paraíba. As forças públicas da Paraíba não conseguiram conquistar Princesa e sofreram derrotas humilhantes.
http://youtu.be/zT8y4brLke0
Os bin Laden eram e são patrões. Gente de uma oligarquia saudita, aparentada aos da casa real, riquíssimos. Partícipes da riqueza gerada pela exploração do petróleo, na Arábia Saudita.
Como todos os poucos sauditas em situações semelhantes, os Bin Laden têm empregados representantes de seus interesses nos EUA e na Europa. Trata-se de investir dinheiros limpos, branquear dinheiros duvidosos, contratar fornecedores, comprar simpatias no Congresso e, claro, vender óleo.
Um dos representantes dos Bin Laden era George Bush, aquele que ainda fez parte de uma aristocracia que foi à guerra, ou seja, o Bush que sucedeu a Ronaldo Reagan. Esses Bush trabalham com petróleo e elegem-se no Texas, embora estudem – os que estudam – no leste.
Um dos vários Bin Laden é Osama, o que foi assassinado recentemente, em operação dos militares norte-americanos em terras paquistanesas. Parece que Osama nunca seguiu o destino mais comum aos Bin Laden, ou seja, não foi mais um príncipe saudita, rico e vivedor segundo as riquezas de passeios no Mediterrâneo em grandes barcos repletos de moças fremitosas ao fremir dos dinheiros.
Mas, a circunstância de ser o não-playboy não fez de Osama um não negociador com os Bush e o o governo norte-americano. Há pouco menos de trinta anos, Osama foi útil para o desiderato norte-americano de complicar a vida da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas na sua guerra contra os afegãos.
O que se desvia do habitual – e só se percebe muito depois – é que a disposição de Osama para negociar provinha de uma crença que não dependia propriamente de dinheiro. Alias, coisa que seria óbvia se os negociadores norte-americanos se ativessem ao fato de Osama ser rico! Eles compraram o que não estava à venda.
A questão das crenças e inclinações de Osama não vem ao caso, agora. Importa não esquecer que ele fez aquele acordo para dar combate aos russos da mesma forma que faria qualquer acordo para dar combate a quem fosse, momentaneamente, contra o povo que julgava agredido, ou contra suas idéias.
Importa não esquecer que ele não foi comprado integralmente, senão circusntancialmente. Claro que nada disso exclui a possibilidade de tratar-se de um patife – nunca de um louco – porque um árabe não tem que meter-se em assuntos da estepe, mas…
Os EUA responsabilizaram Osama e uma agremiação bastante implausível por explosões e matanças ocorridos em onze de setembro de 2001, em Nova Iorque e Washington DC. Esses episódios, a meu ver, estavam acima das possibilidades de Osama e de quantos seguidores ele tivesse. Excepto se contavam com facilidades como uma estranha sonolência das defesas aéreas norte-americanas e uma ignorância profunda dos serviços secretos sempre tão celebrados.
Depois desses feitos atribuídos a um potente Osama bin Laden, os EUA estiveram à vontade para atuar na sua área de preferência: a emergência. Ela permite o levantamento de quaisquer ordens, de quaisquer garantias, ela torna viável o estado de excepção. A guerra – chamada agora de justiça – tem livre trânsito, protegida por razões jurídicas.
A guerra não pode acabar-se. Ela é um fator mágico: gera receitas para o enorme complexo industrial militar, para o setor de prestação de serviços mercenários, para as corporações estatais que cuidam de segurança, para o setor financeiro e para as classes que se ocupam da direção governamental do estado.
Para esses últimos, a guerra e o estado de tensão neurótica permanente fornecem a desculpa para o levantamento de certas legalidades, sob o pretexto da exceção. A tensão funciona como causa excludente da normalidade legal e, por isso mesmo, é muito útil para os políticos.
Ainda tem outro efeito positivo para os governantes, porque ela embriaga as massas de fervor cego, sanguinário e patriótico. Assim enlouquecidas, as massas são conduzidas para onde for necessário. Às vésperas de um processo eleitoral em que o presidente Barack Obama apresentava-se com poucas chances de reeleição, o assassinato de Bin Laden foi o golpe certo.
Do ponto de vista de terrorismo e outras coisas desse tipo – todas muito diversas e chamadas pela mesma ambígua palavra – o assassinato de Bin Laden quer dizer nada. Não era líder de coisa alguma um homem que não podia estar por trás de todas as bombas explodidas no mundo. Não há uma rede organizada como querem crer cérebros que acreditam em organização. Não há porque pessoas com os interesses mais diversos simplesmente não se organizam.
Bin Laden vivia ni Paquistão há anos, com o conhecimento do governo paquistanês, é claro. Por dinheiro, eles os governantes paquistaneses só não entregam suas bombas nucleares. O restante está à venda, precisando-se apenas acertar-se o preço. Deu-se isso relativamente à localização de Bin Laden.
Disseram onde ele estava e os norte-americanos foram lá e mataram-no, pronto. Fizeram isso precisamente porque Bin Laden valia nada, porque se valesse, ou não diriam, ou cobrariam muitíssimo mais caro.
Instituto per le Opere di Religione é o nome oficial do Banco do Vaticano, respeitável casa bancária que foi presidida pelo Bispo Paul Marcinkus, de 1971 a 1989. Um banqueiro longevo, como é raro acontecer. Uma longevidade que implicou na brevidade de outras instituições, como o Banco Ambrosiano, e na brevidade do presidente deste, Calvi.
A lavagem e o branqueamento de dinheiros das máfias – italianas e não italianas – foram tão intensas que Monsenhor Marcinkus teve que retirar-se de cena e voltar para Chicago. Claro que foi uma saída honrosa, daquelas que se devem aos grandes colaboradores. Não abandonaram Marcinkus ao azar, deram-lhe uma saída possível.
Ele aceitou-a, como aceitou quase todos os papéis, inclusive os mais grandiosos, como arquitetar e financiar a eleição de Wojtyla para Bispo de Roma. Alguns vêem também o desempenho de outros papéis difíceis – embora menos nobres – como a passagem de Luciani para outros tempos…
O caso é que Monsenhor Marcinkus operou grandes transformações, intermediou sinais, para utilizar-se a terminologia de Paulo. Por sua competência bancária, vários grupos formalmente inexistentes funcionaram como se fossem empresas detentoras de inocentes contas no Citibank, e nem empresas eram…
Sindicatos sem dinheiro funcionavam como prósperas iniciativas, por obra de Monsenhor Marcinkus… A Democracia Cristã era um aglomerado de bem-intencionados sem recursos e, nada obstante, havia dinheiro para mansões na Tunísia.
Hoje, beatifica-se Wojtyla porque uma mulher curou-se de Parkinson ou Alzheimer – não fui verificar – e se esquece de Marcinkus, companheiro de milagres e grande promotor do milagreiro beatificado. Ele, que operou milagres imensos, entre os quais não falar nunca, hoje é esquecido.
Para que justiça fosse feita, considerando-se que Wojtyla é beato oficial, Marcinkus devia ser santo!