Um espaço de convívio entre amigos, que acabou por se tornar um arquivo protegido por um só curador.

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Bordaberry é novamente condenado. E o Brasil insiste em não tratar as coisas com seriedade.

Juan María Bordaberry tornou-se presidente do Uruguai em 1971, a partir de eleição suspeita de fraudes. Em 1973, deu um golpe de estado, dissolveu o parlamento, os partidos políticos e suprimiu as liberdades civis. Instalou-se como ditador até 1976, quando os militares uruguaios acharam de substituí-lo por Alberto Demicheli.

Era ligado ao franquismo e a certo monarquismo carlista castelhano. Postulava um ideário conservador das tradições hispânicas que, na verdade, era conservador de tradições monárquicas, dinásticas e católicas de Castela, ou seja, um saudosismo anacrônico do Império Espanhol, branco, puro, católico e borbónico.

Foi processado e julgado culpado por quatorze homicídios havidos durante sua ditadura e posto em prisão domiciliar por razões de saúde. Agora, foi novamente condenado, mas não por assassinatos. Desta feita, foi considerado culpado por atentar contra a Constituição Uruguaia ao promover o golpe de estado em 1973.

Os exemplos dos países vizinhos ao Brasil não frutificam nele. Somos os tais homens cordiais, de Sérgio Buarque.

Acreditamos no acordo eterno, feito por cima e com a exclusão das maiorias. Acreditamos na possibilidade de comprar o silêncio da história. Acreditamos que violações das leis e das integridades físicas são bobagens desde que não nos atinjam diretamente. Acreditamos que o terror pode ser mantido sob controle e que nunca nos atingirá, pessoalmente, desde que nos alinhemos com os terroristas. Acreditamos que o assassinato é uma tolice, desde que o morto não seja dos nossos.

O Ipod, que virou Iphone, que virou Ipad…

Em 1979, o inglês Kane Kramer inventava um aparelho revolucinário, um Digital Audio Player. O aparelho tinha capacidade de armazenar 8 megabytes e tocar aproximadamente 3,5 minutos de música. Engraçado que nesse mesmo ano, também foi inventado, pela Sony diga-se de passagem, um outro aparelho, similar, mas maior e mais pesado, o Walkman. É claro que não vou fazer aqui comparações estapafúrdias, visores LCD, mesmo pequenos eram bem mais caros do que são hoje, sem falar que não havia memória flash, o inglês usou bubble memory no seu aparelhinho (uma promessa dos anos 70, mas que se tornou inviável comercialmente nos anos 80 com a queda dos preços dos HD’s como hoje conhecemos). A título de curiosidade, o Sr. Kramer até bem pouco tempo atrás estava falido, pois em 1988 por falta de dinheiro pra renovação, ele perdeu as patentes de seu aparelho, e agora a situação continuaria a mesma, não fosse uma empresa malandra requerer direitos sobre a invenção do Ipod, e a Apple ter de “comprar” o apoio do até então ilustre inventor desconhecido. Ai tem uns desenhos de protótipos dele, e o que seria depois o Ipod, é notável a semelhança, não somente com o Ipod, mas com todos os aparelhos da categoria.

Digital Audio Player -> Ipod

Digital Audio Player -> Ipod

Iphone

Iphone

O primeiro modelo de Ipod saiu em 2002, 14 anos depois que a patente foi perdida. Apesar do preço, exorbitante para a maioria das pessoas, o aparelho dominou o mercado e assim tem sido, desde seu lançamento, até que um dia… Chega o Iphone, que seria o então telefone celular da Apple, o Iphone seguiu o mesmo caminho do Ipod, e num seguimento onde a Apple não tinha mercado, seja o de telefones de luxo (quem compra para fazer chamadas apenas), seja no de smartphones (quem usa pra trabalhar, divertir-se, ou ainda usar uma série de utilidades sem as quais passava muito bem antes), certo é que o tal Iphone também deu um susto na concorrência e está ai com sua fatia de mercado dominada. O aparelho é realmente bom, saber a hora em que passará um ônibus ou metrô na parada, e se dirigir até ela 10 minutos antes de ele passar é ótimo, entre outras funcionalidades bacanas. Numa viagem serve como GPS com acesso a transporte público. Mas claro, infelizmente aqui em pindorama, ter um troço desses já seria perigoso por si só, para usar em transportes públicos então… Enfim…

Eis que, nesse meio tempo em que os telefones celulares agregaram funcionalidades, e os computadores diminuíram de tamanho, surgiu um aparelho novo, chamado netbook, bom, o netbook ganhou bastante mercado de notebooks e computadores de mesa, esses últimos já ficando bem vovôs. Acredito eu, por serem mais baratos (também tem hardware mais simples), e mais portáteis que os próprios notebooks. Eis que a Apple, como sempre, surge com um aparelho “diferente”, o Ipad. Ora, o Ipad é um Iphone que não faz ligações (ou um Ipod Touch), que cresceu demais. E ele cresceu para concorrer com os netbooks sem dúvidas, o futuro vai dizer se com êxito ou não, no primeiro momento fez mais barulho que vendas, mas se depender dos irmãos mais velhos, tem tudo pra triunfar, eu não o vejo com bons olhos, mas sem dúvida alguma, o Sr. Steve Jobs tem mais aptidão pro negócio do que eu… Alguem dúvida?

Ipad

Ipad - o novo tablet PC da Apple

E por que não escoa?

Me fiz esta pergunta ontem ao ler a capa da revista Veja, que traz a seguinte pergunta: Por que chove tanto? e ainda afirma que uma combinação de fatores naturais tem castigado o sul e o sudeste do Brasil desde o começo deste ano.

Com uma afirmação como esta, a imprensa finda por retirar a responsabilidade dos gestores públicos pelos danos causados em decorrência dos temporais. O fato é que não são as chuvas que castigam as mencionadas regiões. A falta de estrutura urbana é que faz este papel. Afinal, as águas da chuva não escoam e, consequentemente, acumulam e geram os desabamentos e os outros problemas já conhecidos.

Colocar a culpa dos alagamentos, mortes, desabamentos, e etc, em um fenômeno natural é o caminho mais patife que pode haver, além de consistir em verdadeira subestimação das inteligências alheias. Chuva não é exclusividade do verão brasileiro; é um fenômeno de ocorrência mundial, mas que não gera transtornos da ordem dos “castigos” em todos os lugares do mundo.

Lembro-me de no inverno do ano passado em Portugal. Em Braga – cidade apelidada pelos portugueses como “penico do céu” em virtude da grande quantidade de chuva no local – choveu um mês inteiro quase ininterruptamente e não me recordo de ter visto um só ponto de alagamento na cidade.

A quantidade de chuva e os problemas vividos nos últimos tempos nas regiões sul e sudeste passam por um nexo causal escondido pela imprensa: a falta de estrutura urbana e o descaso dos governos com as condições de moradia, saúde e segurança da maioria da população. É mais conveniente culpar as chuvas.

Das drogas e das praças…

Encontraram maconha na praça do Município de Cruzeta – RN, e também na casa de alguns cruzetenses que usavam a planta com fins medicinais. Uma notícia, no mínimo, inusitada. Pessoalmente acredito que não seja o fim do mundo na cidade de Cruzeta, droga maior é a falta de educação e ninguem está minimamente preocupado em resolver o problema… Então deixa o cidadão tomar mais 3 chazinhos pra renová, e o delegado pode continuar a ficar sentado no banco da praça, nas suas tardes de sol, sem nada fazer, além de admirar as plantinhas ao vento…

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O Presidente Lula teve uma crise hipertensiva e já havia quem organizasse o enterro.

O Presidente Lula teve uma crise hipertensiva, em Recife. Foi levado ao Real Hospital Português, medicado e submetido a exames. Não é problema sério, ao que tudo indica.

Mas, desencadeou em alguns jornais brasileiros uma crise, não de hipertensão, mas de sinceridade ansiosa. Querem o homem morto, não importa de que moléstia. Um dos jornais mancheteou que o Presidente não poderia tratar-se adequadamente porque o Vice-Presidente é um homem bastante doente e a Ministra da Casa Civil também.

Isso é mentira. O Vice-Presidente é, sim, um homem doente, desde as primeiras eleições. Apresenta uma resistência impressionante e vem submetendo-se ao tratamento. A Ministra da Casa Civil esteve doente e, hoje, considera-se clinicamente curada.

A ansiedade em livrar-se do Presidente é tão grande que esses veículos nem mesmo calcularam que o Lula morto poderia virar um mártir e, assim, ter um peso eleitoral ainda maior que em vida. Esse é o aspecto mais interessante. A rejeição dos média é tão grande, que assumem, às vezes, uma postura absolutamente sincera de regozijo antecipado com uma levíssima possibilidade de doença.

Os Marajás da função pública brasileira.

O governo brasileiro, por meio da Advocacia-Geral da União, resolveu enfrentar o absurdo de alguns salários de funcionários públicos que excedem muito ao limite constitucional. Para ter-se uma noção do problema, lembro que o limite remuneratório no serviço público brasileiro é de R$ 24.500,00, correspondentes à remuneração de um ministro do Supremo Tribunal Federal.

Ora, um funcionário da Universidade Federal do Ceará ganha, por mês, um salário de R$ 46.430,42, ou seja, quase o duplo do teto! Isso equivale aproximadamente a € 17.000,00 ou a noventa e um (91) salários mínimos brasileiros. Não se trata de dar ares de fim de mundo, mas é realmente escandaloso.

Ao contrário de outros tempos, a ação da AGU dar-se-á institucionalmente, ou seja, a buscar reverter essas situações, que são muitas, no judiciário. Os salários superiores ao teto são inconstitucionais, uma vez que a norma fundamental os proíbe  taxativamente. Quer dizer, não se trata de tornar este enfrentamento em bandeira de propaganda política, como fez o então candidato à presidência Fernando Collor de Mello.

A notícia foi dada no jornal Valor Econômico, de 27/01/2010.

Uma tirinha… Engraçada?

E.M. e as idéias
E.M. e as idéias

O que aconteceria se os personagens da tirinha fossem reais???
Já pensou se algum político de repente tem essa mesma idéia? E se de repente o cara contrata suas empresas para fazer segurança privada… Pra onde iria o dinheiro dos impostos? Esse político teria idoneidade para decidir sobre os rumos da segurança pública? Humm…

PS1: É sim uma tirinha engraçada… No mínimo dá calafrios… =)

PS2: E se o filho do político dissesse quase sem querer, de onde saiu o dinheiro de um certo castelo?

Tirinha direto do Malvados.com.br.

Retrato do Brasil. O que é saúde pública para pobres.

A fotografia acima quer dizer que durante um mês, o de janeiro, não se realizarão exames médicos na rede pública de saúde, em Campina Grande, Paraíba.

Suponhamos, para alerta de quantos julgarem isso banal, a seguinte situação. Alguém tem um câncer diagnosticado. Precisa urgentemente de exames para a determinação dos parâmetros do tratamento. Sabe-se que nessas doenças o tempo é um fator essencial. Ou seja, este paciente perderia preciosos dias de tratamento por conta dessa incúria.

Isso é, sem eufemismos suavizantes, um retrato de como funcionam serviços públicos cujos usuários são as camadas mais pobres da população brasileira. Um serviço essencial é interrompido como se fosse a coisa mais trivial do mundo, que não acarretasse problema algum. E, realmente, é revelador de certa mentalidade dominante. Quer dizer, para os mais pobres os serviços públicos são prestados como se fossem um favor, não uma obrigação constitucionalmente prevista.

Convém lembrar que a Constituição brasileira prescreve a universalidade da saúde pública e a continuidade dos serviços e que, portanto, tal conduta é frontalmente contrária à lei mais importante desse país. Convém lembrar também que os recursos financeiros para os serviços de saúde – administrados pelos Estados Federados e pelos Municípios – são eminentemente repasses federais. Ou seja, o governo central repassa os dinheiros e os outros entes sentem-se à vontade para condutas deste tipo.

Às vezes é interessante recorrer à exageração para propor alguma comparação. Suponhamos, por exemplo, que a companhia de fornecimento de energia elétrica informasse ao secretário de saúde que interromperia o fornecimento por um mês, para sua residência. Ora, seria o escândalo público, repercutido diariamente nos meios de comunicação institucionais.

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