Um espaço de convívio entre amigos, que acabou por se tornar um arquivo protegido por um só curador.

Categoria: Notícia (Page 11 of 13)

Não será capa de nenhum jornal: Ministério Público determina que Serra devolva dinheiro desviado da saúde.

Na verdade o “Ministério Público” ai no título deveria estar no plural, já que foram o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Estado de São Paulo que encaminharam recomendação conjunta ao Governo José Serra (PSDB) para que devolva ao Fundo Estadual de Saúde R$ 2 bilhões que deveriam ser aplicados em saúde pública, nos últimos dois anos, mas foram depositados indevidamente em conta única do governo estadual e usados, também indevidamente, para outras finalidades.

E apesar de preferir que realmente a palavra correta na chamada fosse “determinar”, não é, seria sim, “recomendar”, como lido acima… Claro que, em caso de não cumprimento da “recomendação”, outras medidas judiciais ou extra-judiciais poderão ser aplicadas.

Outros estados da federação que se encontram também em maus lençóis (espero eu, afinal, “com saúde não se brinca”), são: Minas Gerais e Rio Grande do Sul (estados governados pelo PSDB) e também no Distrito Federal (então sob governo do DEM), coincidência ou não, são três do PSDB e um do DEM, existe cartilha pra isso???

Ao todo causaram prejuízo superior a R$ 6,5 bilhões ao sistema de saúde e afetaram mais de 74 milhões de habitantes. Bacana…

É esperar pra ver, mas em qualquer caso, a verdade é que, uma coisa a chamada tem de correta, não será notícia de capa, nem de jornalzinho de escola, ou revista de moda…

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Notícias relevantes…

“Terrorista” do ETA mata policial francês.

Em conversas recentes, sobre o tema “ETA”, sempre chegamos a duas suposições possíveis, eles conseguem separação por motivos justos, ou os motivos não são tão justos assim e eles não conseguem separação. Ora, são as duas únicas.

Acredito que em ambas, o grupo precise de apoio, e como o apoio não pode advir do lado espanhol, pois que encontrem apoio do outro lado, qual seja, o francês, pra lutar em ambas as frentes, o País Basco é muito pequeno, é quase um Davi vs Golias…

A lei contra pirataria aprovada pela França, apenas mudou o foco dos piratas… Agora no lugar de usar redes P2P, usam streaming, e quando proibirem o streaming, vão achar outro modo, é o mundo dando a volta no “Direito”, porque o “Direito” se move bemmm mais lento que a internet, e agora mais que nunca.

Ciência como fetiche. Para uns, a visão do inferno. Para outros, a redenção.

Li, ontem, na BBC Brasil, que o desempenho escolar dos norte-americanos caiu sensivelmente. E que, simultaneamente, cresceu o obscurantismo, na esteira do triunfo das idéias do fundamentalismo neo-pentecostal que viceja nos Estados Unidos da América. Conseguiram impor o ensino do criacionismo nas escolas, em detrimento das teorias evolucionistas, por exemplo.

Nos médio e longo prazos, é um desastre anunciado. Os EUA tornaram-se o país rico e dominante que são por conta de vários fatores e um deles foi o impulso e o cultivo da ciência. Agora, se estimulam sua regressão, estão a estimular a da riqueza material e dos meios de domínio. O cerceamento da divulgação de teses científicas implica, mais ou menos dias, um estreitamento das mentalidades.

Não vejo nas ciências uma cosmologia, nem qualquer beleza artística que justifique seu cultivo como o de um deus. Mas, não nego que ela pôs na minha frente este computador portátil em que escrevo e o automóvel que me leva ao trabalho. Evitou, também, que eu morresse da mais simples gripe e que um corte na pele evoluísse para uma septicemia.

Alguém poderá dizer que as objeções dos reformados fundamentalistas são muito especificamente dirigidas ao criacionismo e poupam outros campos. Todavia, uma objeção conceitual contém todas potencialmente. Não se deverá nem poderá investigar qualquer coisa que possa colidir com os escritos circunstanciais a uma época e a um local. Enfim, o que criam os semitas de há sete mil anos aprisionou o futuro, por conta de interpretações estritas.

Por outro lado, vejo algo parecido e diametralmente oposto. Sim, porque esses opostos referem-se ao mesmo ponto de articulação. Conversando aqui e ali, tomo conhecimento que os neo-pitagóricos seguidores de um médico francês do século XIX depositam vastas esperanças na ciência. Crescem em adeptos nos EUA e, por isso mesmo, aumentam suas possibilidades de obterem confirmações científicas, porque os seguidores norte-americanos têm recursos e vontade de os gastarem com pesquisas.

É impressionante essa esperança e devoção científica. Não vejo em que a investigação científica possa ajudar esse moralismo retributivo de culpas desconhecidas. Claro que minha incapacidade de perceber não significa mais que a própria ignorância, e por isso sigo tentando compreender. Ora, querem provar a existência de entidades imateriais, de espíritos, que animam os corpos? Para quê? Há muito se acredita nisso sem qualquer comprovação e com muito mais poesia!

Saúde para pobres no Brasil. Tribunal determina que Estado deve custear remédios e tratamentos caros.

O Supremo Tribunal Federal decidiu que cabe ao estado brasileiro custear tratamentos e medicamentos de elevado custo, sempre que não estejam disponíveis como procedimentos rotineiros, para todos os utentes do serviço. Mais precisamente, o tribunal estabeleceu que o poder judicial pode determinar ao administrador o fornecimento de tais prestações, sem que isso signifique alguma violação da lei ou da separação dos poderes do estado.

É uma decisão muito bem vinda, essa. Primeiro, reforça um princípio básico da saúde pública no Brasil, a universalidade. Segundo, diminui a pressão que recai sobre todos para que paguem por saúde privada, ainda que isso seja extremamente pesado nos orçamentos das pessoas mais pobres.

Em terceiro lugar, por conta do acréscimo de despesas, obriga o poder central, ou seja, o governo federal, a ser mais diligente na fiscalização das verbas que repassa a estados federados e municípios. Na verdade, o sistema único de saúde, o SUS, é praticamente custeado pelo governo federal, embora sua gestão seja descentralizada. Por isso, verificam-se imensos absurdos e desvios nas extremidades do sistema.

Vários municípios brasileiros utilizam os recursos destinados especificamente à saúde para outras despesas e atuações, o que é simplesmente inconstitucional. Além, é claro, de submeter as populações mais pobres a sacrifícios maiores que os habitualmente enfrentados. Então, vendo-se obrigado a custear tratamentos e medicamentos caros, por ordem judicial, o poder público, nomeadamente o governo central, tenderá a fechar o cerco sobre os inúmeros casos de má utilização e desvios desses dinheiros.

O BRIC e o PIGS!

PIGS

PIGS

Ontem, encontrei um velho amigo que há muito tempo não via. E como sempre se faz nessas ocasiões, fomos conversar bebendo algo e contar da vida de cada um, um pouco.

Eis que no meio da conversa ele me fala sobre os PIGS, bom a primeira coisa que me veio a cabeça foi exatamente a história do PIG* de Paulo Henrique Amorim. Não era…

Qual não foi minha surpresa fiquei sabendo que, a imprensa inglesa se referia por vezes, a (P)ortugal, (I)rlanda, (G)récia e Espanha (do inglês (S)pain), através do acrônimo “PIGS”, ou porcos, tal qual tambem se utilizam do acrônimo BRIC para tratar a (B)rasil, (R)ússia, (Í)ndia e (C)hina. A grande diferença está em que os brics (do inglês “brick”) traduz-se por “tijolo”, sendo logo um elogio a essas economias, enquanto que PIG, “porco”, é usado como termo que busca realmente depreciar os PIGS.

Publicações como NewsWeek, The Times, The Economist, ou Financial Times, se referiram a estas economias como os porcos que voavam (the flying pigs), ou tambem utilizaram a expressão, “economia porca”. Dizem que “há oito anos essas economias chegaram mesmo a voar (flying pigs), logo depois de unirem-se a eurozona, mas agora os PIGS voltavam de novo ao solo”.

Mais sobre os “PIGS” no site EuroNews.net em português.

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A Suécia reconhece o genocídio armênio.

O Parlamento Sueco votou e aprovou uma moção de reconhecimento do genocídio armênio, contrariamente à postura assumida pelo governo. Dadas as peculiaridades do sistema de governação sueco, será mais difícil que no caso norte-americano o governo derrubar a moção.

A Turquia retirou de Estocolmo seu embaixador, a deixar clara sua insatisfação com esse arroubo de afirmação de fato histórico pelo parlamento. O primeiro-ministro turco também cancelou uma visita que faria à Suécia.

Uma coisa é interessante. Em certo sentido, os menores são mais livres. Claro que não desconheço a imensa riqueza sueca, tanto em termos absolutos, como em termos relativos – nestes últimos, na verdade, é realmente grande. Mas, não ignoro que diante dos EUA, por exemplo, a Suécia é pequena e tem interesses muito menores na Turquia.

Pode, assim, afirmar o genocídio sem os receios de que a inimizade da Turquia ponha em risco algum aliado, ou que signifique a perda de alguma base militar, ou a possibilidade de estancamento do abastecimento d´água de algum aliado. Isso, realmente, não podem esquecer os Estados Unidos, excepto se se esquecerem um pouco de seus preferidos da província cuja capital é Cesareia.

Spy vs Spy – Retaliação brasileira aos EUA.

Amostragem 1:

“Puta merda que imbecilidade, espero que entrem em algum acordo…”

“pqp, vou ter que começar a importar do ebay até comida, pqp ta foda mesmo. Agora que eu vi vai subir também o II pra relogio que é caro pra caralho no brasil. E pra carro de 35 pra 50% . viva a fronteira.”

“Que coisa doente, eu fico é feliz com o subsídio que os EUA dão pro algodão. Afinal é o povo americano que está pagando pro algodão ser mais barato pra gente aqui.”

“Vamos ver até onde esse país de Comunistas onde eu vivo vai aguentar… Quero ver quando isso aqui se tornar uma Venezuela…Vamo fazer fila pra compra um pacote de salsicha podre!”

“Porra, acho muita sacanagem quando fecham o mercado para produtos que num são produzidos por aqui… Onde vou arrumar oculos de sol com lente decente agora????”

Amostragem 2:

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Dia internacional da mulher para homens e mulheres.

“A igualdade das mulheres e das jovens constitui também um imperativo econômico e social. Enquanto não se conseguir libertar as mulheres e as jovens da pobreza e da injustiça, todos os nossos objetivos – a paz, a segurança, o desenvolvimento sustentado – correrão perigo.”

A frase é de Ban Ki Moon, secretário-geral da ONU.

Neste 08 de março nos lembremos, todos, das mulheres que ainda são coisificadas, exploradas, discriminadas, humilhadas,  assassinadas, agredidas, violadas, mutiladas, vendidas,  castigadas, usadas como arma de guerra, submissas e oprimidas. Discriminação contra mulheres não é assunto só nosso, e sim de homens e mulheres. A consciência não tem gênero.

Segue um vídeo interessante com depoimentos de mulheres de diversos países falando sobre suas vidas:

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=gXAqtYnKyJk&hl=pt_PT&fs=1&]

Olívia Maria.

O genocídio armênio e o Departamento de Estado.

Técnica otomana de eliminar armênios.

A partir de 1915, os turcos iniciaram um extermínio sistemático de populações armênias do Império Otomano. Estima-se que até 1923 à volta de um milhão e meio de armênios foram exterminados, como resultante de uma das linhas de ação dos Jovens Turcos. Há de se reconhecer: matar um milhão e meio de pessoas em oito anos é muito trabalhoso, embora japoneses e alemães já tenham mostrado mais eficiência nessa matéria.

No palco dos concertos internacionais, os governos turcos, desde então até hoje, negam o genocídio. Negam de maneira bastante eloquente, pois chega a ser crime, na atual Turquia, falar sobre isso. Fazer o que fizeram é brutal. Negar, afasta a hipótese de perguntar as razões. Imagino que, se um dia Constantinopla for retomada, eles, os turcos, vão se abster de ficar indagando as razões, por imperativo de coerência.

Consumado o fato, os turcos apostaram no sentido correto, por ser o mais provável historicamente. Apostaram no esquecimento que as negações e manobras para confundir quase sempre conseguem obter da comunidade internacional. Todavia, parece que o risco de se terem equivocado é bastante grande, pois os armênios, ainda que inicialmente dispersos, não se dispuseram a perder sua memória, nem a ficarem resignadamente calados.

Muito lóbi foi feito para se obter o mais importante reconhecimento do genocídio, o dos Estados Unidos da América. E resultou que o Congresso Norte-Americano está em vias de votar uma moção de reconhecimento da ocorrência do genocídio. Contudo, o Presidente Obama, por meio da Secretária de Estado Hillary Clinton, opõe-se ao reconhecimento daquilo que até as águas do Bósforo sabem.

Os Estados Unidos não querem desagradar o governo turco e, obviamente, põem acima de qualquer proclamação de uma verdade histórica seus interesses estratégicos imediatos. O Congresso, esse também pode ter dado andamento à inciativa somente para por o Presidente na difícil situação de ter que veta-la. Ou seja, o de sempre, um chantageando o outro. Naturalmente que deve haver um e outro preocupado seriamente com o reconhecimento, pois a população do mundo não é toda de conspiradores e chantagistas.

Não discuto as premências estratégicas dos Estados Unidos, que isso é assunto e interesse deles. Mas, creio que o Presidente Obama talvez pudesse tentar jogar visando mais ao futuro. Ao contrário do que sempre assume a diplomacia norte-americana, a história não é tão desimportante, nem tão fácil de esquecer. E pode estar em tempo deles tentarem, com alguma inteligência alem das bombas, diminuir os rancores que alimentam contra si.

Um dia, a vontade de retomar Constantinopla pode tornar-se a de tomar Washington, também.

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