Um espaço de convívio entre amigos, que acabou por se tornar um arquivo protegido por um só curador.

Categoria: Desimportâncias (Page 11 of 13)

Os gatos do Circo de Moscou.

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Até onde sei, esse pessoal do Circo de Moscou foi o único que conseguiu amestrar gatos, ensinando-os truques e fazendo-os desempenhar os papéis. Lembro-me bem de um livro de um tio meu, daqueles grandes, bem encadernados, em papel couché, que era sobre o Circo de Moscou e tinha algumas fotografias desses gatos treinados. Mas, vídeo nunca tinha visto.

Gatos, de regra, só fazem o que querem. Acho que isso está, inclusive, na raiz da simpatia da maioria por cães. As pessoas querem um animal obediente e submisso, isso as faz sentirem-se bem e estimadas. Os gatos apegam-se, sim, às pessoas, mas têm seu tempo próprio e fazem suas coisas antes de qualquer outra. Gostar deles e conviver com os bichanos requer compreender a independência, portanto.

Por isso, os pequenos truques ensinados aos gatos pelo pessoal do Circo de Moscou são a realização de uma grande tarefa. Não consigo imaginar como condicionar um gato a fazer algo de imediato, a um sinal ou um comando. É possível inserir condicionamentos na sua rotina, mas isso torna-se mais uma etapa do seu dia. É diferente de fazer um gesto e ter o gato a fazer alguma coisa para que foi treinado.

Legados:

1: Tanga (Angola):  Pano, capa. (dicionário Kimbundu-Português coordenado por J.D. Cordeiro da Matta)
Tanga (Brasil): Espécie de avental com que certos povos primitivos cobrem o corpo desde o ventre até as coxas. (dicionário da língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)

2: Kitanda (Angola): Feira, mercado. (Dicionário de Kimbundu-Português coordenado por J.D. Cordeiro da Matta)
Quitanda (Brasil): Pequeno estabelecimento onde de vendem frutas, legumes, cereais,etc. (Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)

3: Mbunda (Angola): Trazeiro, nádegas, saracoteio. (Dicionário de Kimbundu-Português coordenado por J.D. Cordeiro da Matta)
Obs:O N e o M antes de consoantes, tem somente a função de anasalar estas consoantes.
Bunda (Brasil): As nádegas e o ânus. (Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)

Todos direto do site de Dulce Braga, uma angolana que passava férias de verão em Portugal, radicada no Brasil dois meses depois da Revolução dos Cravos em Portugal, e dois meses antes do dia da independência de Angola. Que acaba de escrever um livro contando parte dessa história, Sabor de Maboque, uma fruta que tem um aspecto interessante e sem dúvidas, dá vontade de provar…

Maboque

Maboque

O BRIC e o PIGS!

PIGS

PIGS

Ontem, encontrei um velho amigo que há muito tempo não via. E como sempre se faz nessas ocasiões, fomos conversar bebendo algo e contar da vida de cada um, um pouco.

Eis que no meio da conversa ele me fala sobre os PIGS, bom a primeira coisa que me veio a cabeça foi exatamente a história do PIG* de Paulo Henrique Amorim. Não era…

Qual não foi minha surpresa fiquei sabendo que, a imprensa inglesa se referia por vezes, a (P)ortugal, (I)rlanda, (G)récia e Espanha (do inglês (S)pain), através do acrônimo “PIGS”, ou porcos, tal qual tambem se utilizam do acrônimo BRIC para tratar a (B)rasil, (R)ússia, (Í)ndia e (C)hina. A grande diferença está em que os brics (do inglês “brick”) traduz-se por “tijolo”, sendo logo um elogio a essas economias, enquanto que PIG, “porco”, é usado como termo que busca realmente depreciar os PIGS.

Publicações como NewsWeek, The Times, The Economist, ou Financial Times, se referiram a estas economias como os porcos que voavam (the flying pigs), ou tambem utilizaram a expressão, “economia porca”. Dizem que “há oito anos essas economias chegaram mesmo a voar (flying pigs), logo depois de unirem-se a eurozona, mas agora os PIGS voltavam de novo ao solo”.

Mais sobre os “PIGS” no site EuroNews.net em português.

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Pedras, cimento e cal amontoados aleatoriamente não fazem uma casa.

Kaká, sem compreender como deu errado.

O Real Madrid seguiu o exemplo do novo-riquismo. Inventou dinheiro e saiu comprando futebolistas sem perguntar o preço. Nada demais nisso, pois geralmente os mais caros futebolistas são os mais competentes com a bola.

Mas, geralmente não quer dizer sempre. E, a reunião dos mais caros também não quer dizer a melhor equipe. Eis que o Madrid não tem êxito na Uefa e fica estupefato, como se se perguntasse: meu Deus, como pode dar errado?

Ora, deu errado simplesmente porque a regra do quanto mais caro, melhor,  não é uma verdade absoluta!

A cidade não pára…

Exatamente 1 ano atrás, um dos únicos dias em que me perdi em Salamanca… Infelizmente não estava sozinho nesse dia!

Em compensação, foi o dia que ficou na lembrança de todos… Dos males o menor, fica a saudade…

=)

Perdidos em Salamanca

Perdidos em Salamanca

Comentário antecipado de Andrei: 1 hora depois da foto, a temperatura deve ter aumentado uns 5 ou 6 graus, e todos estavam muito satisfeitos comigo!
=)

Severiano Miranda.

Quando os selvagens tomam a cidade. Uma vaquejada em Campina Grande.

Há uma vaquejada aqui em Campina Grande, neste final de semana. Organizadores e promotores dela ufanam-se de ser a maior do Brasil. Pouco me importa o tamanho do evento, pois o tamanho dos aborrecimentos gerados, esse é bem grande.

A derrubada do boi por dois cavaleiros é prática antiga e bem enraizada na cultura nordestina. Tem matrizes ibéricas e diferencia-se do que os norte-americanos – e muitos brasileiros deslumbrados – chamam rodeio. Conseguiu-se tornar essas corridas de derrubada do boi em grandes festas.

Por aqui, duas formas de má-educação já são bastante frequentes e notáveis: colocar músicas em alturas estupidamente altas e fazer todo tipo de absurdos no trânsito. Pois a ocorrência da vaquejada consegue piorar esse cenário já terrível.

Nesse preciso momento, um selvagem põe uma música horrível em volume ensurdecedor, em algum sítio nas ruas adjacentes à minha residência. Na verdade, pouco importa a qualidade da música, pois de 120 decibéis em diante qualquer som é insuportável. E, certamente, não é um caso único. Os mal educados possuidores de carros com aparelhos de som dignos de boate estão por todo os lados.

O trânsito também apresenta uma piora, pois o pior sempre é possível. E isso não se deve apenas ao nível alcoólico dos condutores, que sempre está elevado nos finais de semana. A coisa piora por conta do estado mental de descompressão, de falta de limites.

Escandaloso mesmo é que os praticantes desses absurdos não acreditam minimamente que estão fazendo algo desagradável para os outros. Esse é o sinal verdadeiro da barbárie, ou seja, achar que ela é o estado normal.

Timóteo 2 : 9 – 15.

“9.    Quanto às mulheres, que elas se apresentem em trajes decentes e se enfeitem com pudor e modéstia. Não usem tranças, nem objectos de ouro, pérolas ou vestuário luxuoso;
10.    mas enfeitem-se com boas obras, como convém a mulheres que dizem ser piedosas.
11.    Durante a instrução, a mulher deve ficar em silêncio, com toda a submissão.
12.    Eu não permito que a mulher ensine ou domine o homem. Portanto, que ela permaneça em silêncio.
13.    Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva.
14.    E não foi Adão que foi seduzido, mas a mulher que, seduzida, pecou.
15.    Entretanto, ela será salva pela sua maternidade, desde que permaneça com modéstia na fé, no amor e na santidade.”

Sem mais.

Severiano Miranda.

O Citroën DS da Rua de São Victor.

Quase todos os dias, passávamos pela Rua de São Victor, em Braga, a caminho do Centro. Um desses dias, reparei no DS da fotografia acima, em uma garagem. Tirei a foto com a câmera do telemóvel, coisa rara, que eu não tenho propriamente entusiasmo por fotos. Não me lembrava mais onde tinha metido a tal fotografia e, agora, minha mão enviou-ma por e-mail.

É um automóvel lindo. Elegante nas suas formas esguias e inovador na sua época. Ele foi produzido por vinte anos, entre 1955 e 1975. Inaugurou as fantásticas suspensões hidropneumáticas dos Citroën e a utilização de farois direcionais, entre outras inovações.

Remissão ou fim do mundo?

O Chile foi palco de outro terremoto devastador, digo outro por dois motivos, primeiro porque na década de 60 ocorreu lá, o mais forte terremoto registrado, de 9,5 pontos na escala ritcher. Segundo, porque esse ano houve já, um grande terremoto de dimensões catastróficas, no Haiti.

A notícia que correu o mundo ontem, foi provavelmente a notícia do terremoto do Chile, com vídeos no youtube e cobertura online dos quatro cantos do mundo, afinal tragédia alheia vende pacas, e eu fui um dos que comprou, talvez não bastante, mas o suficiente. Mas além dessa, houve outras, não tão quentes, mas reveladoras.

Duas dessas notícias eu li porque, por acaso, caiu em minhas mãos um Jornal do Comércio, a primeira é que fernando cardoso, num desses eventos criados para sua presença (provavelmente), fez, a meu ver, uma coisa inusitada, defendeu a descriminalização não só da maconha, como de outras drogas, pois “a política de guerra às drogas não está funcionando”. E ainda chamou reacionários aos que são contra a idéia, especificamente setores da ONU que são contra essa posição na américa latina. Está na página 11 do caderno Brasil do JC.

Não bastasse essa notícia, no mesmo caderno na página 16, diz que a Corte Constitucional Colombiana, rejeitou proposta feita por Uribe, aquele mesmo do futebol de cabeças, para realizar um consulta popular a respeito de um possível terceiro mandato. O impressionante na matéria, é que ele aceitou a decisão da Corte, e segundo está escrito, disse que era “preciso respeitar a norma legal”.

Quando soube da catástrofe no Haiti, torci para a natureza subir, leia-se, um furacãozinho nos Estados Unidos, ou algo parecido, quem sabe o segundo grande terremoto do ano ser lá??? Não deu certo, desceu, veio pro Chile, e depois dessas duas notícias fico pensando, será que o fim do mundo começou por aqui (como se já não tivéssemos problemas suficientes)? E se não, porque  será que esses dois estão buscando? Remissão? Redenção? (Enganação?)

Ai fico danado lembrando da letra dos “Strokes“, o fim, não tem final

Severiano Miranda

Um calor assassino.

Esse texto não tem qualquer pretensão científica e não é uma afirmação do aquecimento global. Ele existe mesmo, com texto ou sem ele. Por não se chegar a um consenso sobre quem pagará a conta, adiamos a abordagem do problema. Enquanto isso, chuvas de mais e de menos, frios de mais e de menos, calores avassaladores vão nos destruindo a vida.

Quero enfatizar é o nível de desconforto que se vive, dia e noite, todo o ano, sem tréguas, aqui nestas plagas. É um calor quase tangível materialmente, como se fosse algo corpóreo, táctil. Provoca uma irritabilidade tremenda, uma indisposição para tudo, uma situação doentia. Não há exagero possível nas adjetivações, com tanto exagero nas temperaturas.

Alguém que viva nas grandes latitudes não compreende totalmente isso que digo. Nelas, há variações, e aos calores sucedem os frios, com etapas intermédias, dando ritmo às passagens do clima e à vida. As pessoas desenvolvem o fascínio do calor, porque ele afasta as dificuldades do frio. Mas, contam com a volta da estação fria e recebem-na satisfeitos, porque afasta a opressão do calor.

Isso aqui é a ante-sala da loucura e da inviabilidade da vida, como seria algum sítio em que fosse inverno todo o tempo. Essa é a comparação adequada, porque aponta o aspecto central. Ou seja, além de estar nitidamente mais quente, está quente o ano inteiro, sempre.

Ao contrário do frio, para o calor não há defesa. Andar nu ou semi-nu não é solução para o calor, é exibicionismo corporal, apenas isso. O mal-estar que se sente com uma camiseta de mangas curtas ou sem ela é o mesmo. Há uma diferença, na verdade, sem a camisa ainda se toma o sol, queimando fundo a pele.

Caminha-se um pouco e transpira-se a ponto de encharcar a camisa e sentir o colarinho pregado ao pescoço. Sai-se de um ambiente refrigerado e corre-se para o automóvel com ar refrigerado, para ir a qualquer canto que tenha também ar refrigerado. Se algum trabalho impõe os trajos completos, camisa, gravata e paletó, então é quase um martírio, além do ridículo, é claro.

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