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Ruim das ditaduras – além dos grandes absurdos – são os pequenos, pelo que têm de ridículo e de potencialmente mais violentos que os grandes. Pois bem, a última ditadura brasileira censurava música, como se as músicas censuradas a fossem por em risco, quando todo mundo queria ouvir alguma bobagem de Roberto Carlos.

Puseram esse trabalho a cargo de meia dúzia de semi-analfabetos, civis e militares. Essa gente censurou até Sófocles, provavelmente por alguma ordem superior, que não tinham a mais tênue idéia do que era a Trilogia Tebana. E censuraram Chico Buarque e, precisamente a canção Cálice. O vídeo acima mostra Cálice interpretada em versão de censura.

Tenho para mim que Golbery percebia a tolice que era isso, pois sabia que haviam ganhado. Mas, tinham que deixar os subalternos experimentarem o poder proibir, ainda que fosse proibição tola. Pior é que fizeram e deixaram os subalternos irem além de proibir canções.