Um espaço de convívio entre amigos, que acabou por se tornar um arquivo protegido por um só curador.

Mês: julho 2010 (Page 4 of 5)

Nixon tinha frêmitos nucleares.

Richard Nixon.

Richard Nixon foi o bandido mais inteligente da política norte-americana nos últimos cem anos. A grande viragem econômica do mundo deu-se com ele, por meio do maior calote já dado: a desatrelação do dólar norte-americano ao ouro. Isso permitiu a continuidade da elevação do nível de vida sem necessidade de poupança. Passariam, então, a ser os maiores consumidores e devedores do mundo.

Ele percebeu uma coisa que dá náuseas em muitos, mas que deve ser dita. Que o lastro do dólar em urânio enriquecido era mais forte que em ouro. Na verdade, um e outro sinal desse fascínio de Nixon pelo metal não-ferroso extremamente pesado já se conhecia.

A conversa mantida com Henry Kissinger sobre o lançamento de bombas nucleares no Vietnam já se conhecia. Então, ele já via sua popularidade despencar por conta da guerra no sudeste asiático e perguntou a Kissinger o que achava de usar as Bombas. O secretário teria objetado que era excessivo. O presidente o teria instado a pensar grande.

Encontraram uma forma menos drástica e mais sofisticada de acabar a guerra. Foi a visita de Nixon a Mao, na China. Essa magnífica manobra diplomática evidenciava que a guerra não tinha mais qualquer sentido, porque se o presidente norte-americano visitava o chinês estava claro que a tese do efeito dominó não tinha mais serventia e aplicação.

Agora, documentos que deixaram de ser sigilosos apontam que Nixon cogitou das Bombas contra a Coréia do Norte, em 1969, na esteira de tensões decorrentes da derrubada de uma avião de espionagem norte-americano pelos norte-coreanos. Na ocasião, elaborou-se um plano de nome Freedom Drop – essa insistência deselegante e ridícula com a palavra freedom devia ensejar estudos – que continha as linhas gerais de um ataque com vários artefatos nucleares táticos.

É interessante notar as estimativas de baixas civis, feitas na ordem de uns cem a alguns milhares. Revela claramente o baixíssimo nível de preocupação com a letalidade das medidas, pois de uns a muitos vai um imenso caminho. Essa imprecisão evidente permite ter idéia que o número de baixas civis não estava entre as grandes preocupações.

Essa vontade nixoniana de lançar as Bombas no sudeste asiático – diante de qualquer situação mais fraturante – também interessa para compreender-se o discurso norte-americano atual sobre as armas nucleares. Hoje eles falam bastante em evitar que algum país desenvolva essas armas porque não seriam detentores seguros e confiáveis das Bombas.

Mas, parece ficar muito claro em que mãos elas estão inseguras. Ora, eles cogitam a três por quatro lançar bombas atômicas sobre os outros, preocupam-se muito pouco com as baixas civis que isso acarretaria, e ainda sentem-se à vontade para acusar outros países de serem inseguros?

São coerentes, todavia. Israel treme-se de desejo de lançar as suas Bombas sobre o Irã e não faz questão de escondê-lo. E são festejados pelos Estados Unidos da América como seguros e confiáveis aliados! Claro, pensam da mesma maneira.

Al pueblo paraguayo. Um texto de Eduardo Guimarães.

El pueblo paraguayo ha sido insultado en una televisión brasileña, la SporTV, que pertenece a la cadena de televisión Globo. Fue un ataque injusto, estúpido, que ha dejado avergonzados millones de brasileños que no comparten del preconcepto de una elite criminal, racista, que no hace lo que hizo solamente con vuestro pueblo, pero con sus propios compatriotas pobres.

Quién firma este artículo es un brasileño, es importante que sepan. Escribo a nombre de la mayoría de nuestro pueblo, estoy seguro. Un pueblo que, también en su mayoría, es sencillo, alegre, amistoso como es el pueblo paraguayo.

Les pido a los paraguayos que entiendan que quién los insultó de esta manera brutal como ha hecho la Globo, fue solamente la Globo, una corporación que ha crecido haciendo favores a la dictadura militar brasileña entre los años 1960, 1970 y 1980, apoyando asesinatos y torturas de los patriotas que enfrentaran aquella dictadura, que se mantuvo en el poder por más de veinte años.

Soy un comerciante que viaja por Latinoamérica para vender repuestos y que ha aprendido a amar la cultura de los pueblos hispánicos de esta parte del mundo. En mis viajes, he hecho muchas amistades, incluso en Paraguay.

A mi me encanta desde la sopa paraguaya hasta el jacaré. La música, los costumbres, las señoritas hermosas, los hombres valientes. He torcido arto por la selección de Paraguay en el juego con España. Me quedé orgulloso de mis hermanos paraguayos, que vendieran caro su derrota a los españoles.

En resumen, mis hermanos, no tengo más palabras para pedirles perdón, no por mi pueblo, que jamás haría lo que hizo la Globo, que es una infección que contamina nuestro país con su programación estúpida, racista, vendida a los intereses del mundo rico y que el pueblo solo mira en la tele por falta de opción. Pido perdón, si, por este país tener esta enfermedad que se llama Globo.

En algunas semanas viajo a Paraguay a trabajo y voy a intentar hablar más a ese pueblo hermano, para que no crea jamás que lo que hizo aquella televisión criminal tiene algo que ver con lo que piensa y siente el pueblo brasileño por sus hermanos paraguayos, a los cuales un Brasil que no existe más hizo tanto mal en el pasado, pero que habrá de reparar tales crímenes en el futuro.

Muchas gracias y mil perdones, mis hermanos paraguayos. Que viva por siempre la amistad de Paraguay y Brasil.

Espelho cristalino, por Alceu Valença.

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essa rua sem céu, sem horizontes
foi um rio de águas cristalinas
serra verde molhada de neblina
olho d’agua sangrava numa fonte
meu anel cravejado de brilhantes
são os olhos do capitão corisco
e é a luz que incendeia meu ofício
nessa selva de aço e de antenas
beija-flor estou chorando suas penas derretidas na insensatez do asfalto

mas eu tenho meu espelho cristalino
que uma baiana me mandou de maceió
ele tem uma luz que alumia
ao meio-dia clareia a luz do sol

que me dá o veneno da coragem
pra girar nesse imenso carrossel
flutuar e ser gás paralisante
e saber que a cidade é de papel
ter a luz do passado e do presente
viajar pelas veredas do céu
pra colher três estrelas cintilantes
e pregar nas abas do meu chapéu
vou clarear o negror do horizonte
é tão brilhante a pedra do meu anel

A Guerra do Paraguai. Um bom video.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=XYD4O2muU3w&hl=pt_PT&fs=1]

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=2jwEv99X-Yg&hl=pt_PT&fs=1]

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=pb-MmsD9Mdc&hl=pt_PT&fs=1]

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=Y23eYJ_X3Eo&hl=pt_PT&fs=1]

Um video – em quatro partes – bem claro sobre a Guerra do Paraguai. A última parte – deve-se dizer – é muito mal narrada em português, por um indivíduo que parece não saber ler.

Matamos, brasileiros, argentinos e uruguaios, 90% da população masculina do Paraguai. E roubamos partes do território paraguaio. E, depois, praticamente acabou-se o Paraguai. Basicamente, isso ocorreu por conta de insatisfações comerciais de Buenos Aires e do Rio de Janeiro com alguns êxitos na criação de gados e em uma pouca industrialização que ocorria no Paraguai.

Absolutamente ignorante de história e absolutamente descortês, hoje, uma rede de televisão brasileira acha razoável agredir os paraguaios a propósito de futebol. Uma rede de televisão que é detentora de uma concessão pública! Não terão bastado os assassinatos?

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