Um espaço de convívio entre amigos, que acabou por se tornar um arquivo protegido por um só curador.

Mês: abril 2010 (Page 3 of 6)

Eco-tolice e eco-chantagem contra a Usina de Belo Monte.

O nascimento de uma pessoa é um evento lesivo ao meio ambiente, porque ela beberá água, comerá animais e vegetais, usará roupas, pouco importando que sejam naturais ou sintéticas, usará meios de transporte, ela consumirá energia, enfim. A existência de gente na terra é o único fator de dano ambiental que há. Portanto, caso se queira suprimí-lo, basta nos exterminarmos todos.

Como não há indicações de que os ambientalistas nutrem esse nível de apreço pelo meio-ambiente – ao contrário do que sugere a ferocidade do discurso – é de se pensar que a questão toda gira em torno a intervir com o menor nível de prejuízo ambiental possível. E essa nível varia conforme os objetivos a que se visam. Na verdade, não há ações ambientalmente inertes, nem aquelas que o imaginário convencionou julgar mágicas.

Poderíamos, por exemplo, erradicar toda a soja plantada no cerrado brasileiro e semear células fotovoltáicas, que seria até esteticamente superior. Teríamos o afã de energia limpa atingido, mas ao preço da fome e, talvez, de alguma insatisfação dos chineses. Com fome, talvez nem conseguísemos pagar o elevado preço dessa energia do deus de hélio, aparentemente tão gratuita.

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Ora, mas eu pago meus impostos!

Quatro pagadores de impostos. O cão era isento.

A afirmação quase acaciana do título assumiu ares de argumento de uma parcela da população contra as reclamações de outra. A componente de obviedade revela-se, não na generalidade do pagamento de impostos, mas na generalidade dessa obrigação. Ou seja, pagar impostos não distingue as pessoas, é apenas uma obrigação legal, que não nobilita quem a cumpre.

Tornou-se hábito de muitos, querendo falar mal de qualquer reclamação dos mais pobres, dizer que se trata de desordem de quem não paga seus impostos.  Ao mesmo tempo em que se chama baderna ao reclamo, chamam-se os reclamantes de não pagadores de impostos.

Acontece que a maior parte dos que lançam mão desse argumento falso paga menos impostos que os destinatários da contrariedade, pois a tributação tem tornado-se marcantemente regressiva, ou seja, tem incidido cada vez menos sobre quem ganha mais. Tomando o consumo como base de incidência, a tributação não distingue a capacidade contributiva dos pagadores de impostos.

Então, na verdade, os reclamantes mais pobres pagam mais impostos que os defensores da ordem. Tomemos o caso de uma simples visita ao mercado, para comprar uma singela galinha resfriada. Sendo o preço fixo – e os impostos também, obviamente, – quem terá pago mais impostos, relativamente ao seu poder contributivo: o que ganha mais, ou o que ganha menos?

Rede Globo fazendo o dever de casa???

Pequeno vídeo viral da Rede Globo da campanha de Serra? Comercial dos 45 anos da Globo colocado e retirado do ar, rapidamente, cheio de mensagens subliminares da camapnha do PSDB a presidência da república. Posto no ar apenas tempo o suficiente pra causar o alvoroço característico na blogosfera… Pior que a galera acha que a Rede Globo caiu de joelhos porque o retirou do ar, enquanto na internet todo mundo só fala disso…

Resumo da ópera, a Globo só fala em Serra, a blogosfera só fala em Serra, nem todo mundo fala bem, mas é aquela coisa, falem bem ou mal, falem de mim… Deu certo. Parabéns pra Globo, aprendendo a usar novas mídias, rápido… Claro que não está de joelhos, apenas conseguiu que se fale dela, do vídeo, ou ainda da campanha de Serra, em toda mídia relativamente independente (internet?), e distribuiu seu vídeo amiúde por sites onde certamente ele não chegaria normalmente.

Caso deixasse no ar a campanha de aniversário, não aconteceria nada vezes nada, Mendes ainda é presidente do STF (tudo bem, tudo bem, nem se fosse Deus o presidente do STF, aconteceria algo com a Globo)… O vídeo eu não vou colocar aqui por motivos óbvios, é mais fácil vê-lo na internet no site de sua preferência (leia-se a favor ou contra Serra) , do que na Globo… Nem vídeo, nem link, nem nada.

Severiano Miranda.

Agora que temos dinheiro, podemos ter educação e algo mais?

Duas figuras interessantes, primeiro, o famoso PIB, Produto Interno Bruto…

Gráfico do PIB

PIB

Segundo o jornal espanhol ABC, diz o FMI que em 2014, o PIB brasileiro será o 8º do mundo… Traduzindo, estaremos atrás apenas de: EUA, China, Japão, Alemanha, França, Reino Unido e Itália. Mesmo hoje em dia, não estamos tão mal… Além desses já citados, apenas há a mais, Rússia e Espanha (A reportagem do ABC.es é pra dizer que a Espanha vai descer algumas posições).

Agora outro gráfico, com um troço chamado Paridade do poder de compra:

Paridade do poder de compra

Paridade do poder de compra

Essa tal Paridade do poder de compra é um índice que relaciona o poder aquisitivo das pessoas com o custo de vida do local onde ela mora, se ela efetivamente consegue comprar tudo que necessita com seu salário. Já dá pra enxergar o tanto de análises que se podem fazer observando os dois gráficos?

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José Serra e o capitalismo à brasileira: as privatizações de 1994 a 2002.

Como é bom fazer aquilo em que se acredita.

Um texto de Andrei Barros Correia

Imagens são fantasticamente reveladoras. O ânimo de quem faz aquilo em que acredita dificilmente é escamoteado em uma fotografia. Nesta, por exemplo, vê-se José Serra sorrindo muito sinceramente – esse sorriso é o máximo a que ele chega em efusão – no leilão de privatização da companhia de distribuição de energia elétrica do Estado do Espírito Santo, a Escelsa, em 1995.

Anunciava-se a redenção dos males do país com a privatização de tudo quanto fosse vendável. No caso da energia elétrica, privatizaram as distribuidoras, desmontaram o planejamento estatal que, mal ou bem fazia planos, e impuseram uma política de contenção de investimentos às geradoras, que não foram vendidas.

O resultado foi um imenso racionamento de energia elétrica, popularmente chamado apagão, sucedido em 2001 e 2002, os dois últimos anos do governo do doutor – sim, com doutoramentos mesmo – Fernando Henrique Cardoso. Como se sabe, energia elétrica é o insumo mais importante para o crescimento econômico e pode-se perceber as consequências trágicas de dois anos de escassez.

As privatizações, assim como as estatizações, em si, não constituem males nem bens. O problema são suas razões, suas oportunidades, a existência real de regulações e a propaganda. O pessoal do Presidente Fernando Henrique Cardoso assumiu um tremendo risco político anunciando as privatizações como uma salvação, uma coisa de caráter redentor, a entrada no perfeito mundo dos serviços bons e baratos.

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Here comes Your Man, Pixies.

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Parece um The Police da vida, mas fazia uns dez anos que eu não ouvia. E não faz mal, é bastante sonoro e tem uma boa baixista, para quem ainda se surpreende com mulheres em bandas. É curioso, só podia vir do lugar civilizado dos EUA, Boston.

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