A equipe argentina estreou no mundial, vencendo a Nigéria por um gol a zero. As duas equipes jogaram bem, mas a Argentina mostrou uma grande qualidade no toque de bola. E jogaram um futebol aberto, franco, bonito de se ver.
É engraçado – depois de superada a repugnância inicial – observar a evidente torcida contrária à Argentina dos locutores da Rede Bobo de televisão. Não tenho alternativas a ela e vejo as partidas com o mínimo volume de som possível. Eles assumiram uma postura anti-argentina evidente e até ridícula. Acho que têm raiva de Maradona, como têm de todos que pensarem com as próprias cabeças e não os reputarem os emissários de Deus na terra.
Ainda mais terrível é que a propaganda anti-argentina, patrocinada pela Rede Bobo, surte efeitos nos seus espectadores, claro. E as pessoas passam a achar que uma opinião é um dado objetivo. Ou seja, passam a confundir sua contrariedade à Argentina com a crença de que eles andam a jogar mal.
É daí que vêm as surpresas, ou seja, da ignorância de confundir o que se quer que seja com o que pode ser. Suponhamos que os argentinos terminem por ser os maiores vencedores. Resultará em milhares de brasileiros atônitos, sem compreender como aqueles seres desprezíveis afinal venceram.
Andrei. Acho que a impostura das nossas elites em fomentar uma rivalidade acima do tom contra a Argentina, e menosprezar os outros vizinhos chamando-os índios, como se fosse insulto, se deve à busca de apoio popular às teses de alinhamento ao imperio americano minando as posibilidades de um aprofundamento das relações dentro do continente. No caso da globo, a odiosa campanha tem mais um atrativo que é justamente o de aumentar a audiência nos jogos dos “inimigos” e contra os “inimigos”. Como sou contra essas patriotadas em jogos de seleção e sou fã do futebol bem jogado e ofensivo, torço pela seleção argentina que joga com três atacantes, um meia avançado e um volante como Veron que sabe chegar na frente. Bem diferente de dunga e seus 23 volantes.
Gostei do jogo, mas acho que Messi deixou a desejar um pouco.
Quanto à antiargentinice, é de fato uma tolice muito grande.
Assim como o Julinho, também torço pelo futebol ofensivo e bem jogado.
Repito contigo, Andrei: “Suponhamos que os argentinos terminem por ser os maiores vencedores. Resultará em milhares de brasileiros atônitos, sem compreender como aqueles seres desprezíveis afinal venceram.”
Estou torcendo pelos Argentinos nesta copa, porque gosto muito do Maradona, e do futebol de Messi.
Julinho e André,
Não sei se vocês viram uma postagem do Paulo Henrique Amorim, de hoje, chamada Maradona Sublime?
Capta o espírito da beleza técnica. Ele devolveu a bola aos jogadores nigerianos com precisos toques de esquerda.
Simples, sem olhar para a bola, pô-la na altura do peito dos jogadores que vinham pegá-la na lateral.
Andrei,
Não tinha lido a postagem de PH. Li agora, depois da sua indicação. Excelente. Certeiro nas palavras, das formas ao conteúdo.
Essa frase eu faço questão de reproduzir: “O Galvão e o naipe de inúteis comentaristas da Globo não perceberam aqueles suaves, elegantes e preciosos momentos em que o sublime Maradona homenageou a arte do futebol.
Maradona é… Maradona. Dispensável adjetivos.
Li o artigo e tinha percebido o toquinho que ele dava pros jogadores. Além disso, me impressionou o fato dele, mesmo ganhando, ir buscar as bolas. A impressão que deu é que ele queria jogar. Ouvi ontem o Sócrates dizer uma coisa muito bonita sobre o Maradona e sua aventura como treinador. Ele disse que Maradona abriu mão de ser deus para ser treinador, é isso era uma grande prova de humanidade. Quanto ao galvão, é um nojento, e me lembro bem da campanha que ele fazia contra Rivaldo, só por ele ser nordestino, não ser chegado a badalação e não dar confiança à globo. Todos os gols que o gordinho fez em 2002 passaram pro Rivaldo.
Felizmente, não creio que essa campanha da Globo tenha tido o êxito pretendido. Afora as camisas dos clubes locais e a da seleção brasileira, a que mais vejo nas ruas é a da seleção argentina. Tenho preferido assistir à copa na Band (por vezes no mudo, para ouvir a narração da rádio). Aqui a imagem é boa e o tom da emissora é bem outro. O comentarista dela disse que, por apreciar o bom futebol, torceria pela Argentina.
Pedro,
Imagino que na Band a coisa seja muito menos ruim que na Bobo.
Tava assistindo, agora há pouco, a Holanda e Dinamarca. Uma boa partida. O narrador era um desses que não sei o nome, mas dava até para escutá-lo.
O comentarista era aquele Caio, exemplo típico do menino bonzinho, nascido rico no Morumbi, aplicado, que chegou a grandes times na Itália, mas sempre foi um deserto de talento.
Rapaz, o cara tem um imenso ressentimento contra o talento técnico. Levantou aquele discurso da ineficácia do jogo bonito! Que não adianta ficar tocando a bola!
Ora, a Holanda apresentou o melhor futebol até agora. Mais consistente até que a Argentina. Os alemães também jogaram bem, mas contra um adversário muito fraco.
Sim, por falar em camisa da Argentina, ganhei uma.
Viva Andrei,
Esta Argentina fez-me recordar a Argentina campeã do Mundo de 86, no México.
Uma forte e boa equipa que vive em torno do futebol do seu maestro; então maradona, hoje Messi.
E, por isso, não pude de deixar de sentir que enquanto colectivo é uma equipa um pouco diminuida, tudo ou quase tudo terá de passar por Messi.
Parece-me uma aposta segura, pelo menos por agora, mas mais lá para a frente, contra equipas mais intelegentes e fortes poderá ficar curto!
Veremos a evolução.
Um abraço forte,
miguel
Salve, Miguel.
Fico satisfeito com tua presença por aqui.
Realmente, há grande dependência de Messi. Mas, é natural, pois Messi é excepcional futebolista.
Dos argentinos o que mais pareceu-me aquém do nível do grupo foi o Di Maria, na partida contra a Nigéria.
Ainda surpreendi-me com a segurança de Samuel, que é ainda um belo defensor.
Amanhã é um dia de expectativas. Aproveito para perguntar-te: que achas da aquipe portuguesa?
Forte abraço e não deixes de vir por aqui, Miguel.
Também gosto de ver futebol bonito, mesmo que não ganhe por muito, e a Argentina tem isso.
É uma pena ser difícil encontrar uma camisa da Argentina para comprar por aqui; usá-la diante de patriotas sem conhecimento de causa e emprenhados pelos ouvidos pela tal da Rede Bobo é um ato educativo, ah,ah,ah
A propósito da antipatia dos paulistas com os argentinos, o problema é muito mais da megalomania dos paulistas. Gostaria muito de ver o Brasil e a Argentina desenvolverem juntos bombas atômicas e fazerem os ingleses deixar as Malvinas.
Sidarta,
Precioso comentário. Realmente, os paulistas, na sua inmensurável megalomania, sentem-se à vontade para destilar ódio aos argentinos, gratuitamente.
Para piorar, Maradona, o Sublime, despreza a televisão brasileira absolutamente. Algo que ele pode fazer, até porque não tem qualquer obrigação com as tvs brasileiras.
Mas, os desprezados agem como ungidos de Deus e sentem muita mágoa com esse desprezo maradoniano.
Quanto à bombas, estou de acordo, também.
Tive a mesma impressão de Julinho da Adelaide “que ele queria jogar “.realmente um Maradona sublime.
Viva Andrei,
Das equipas só podemos falar verdadeiramente em competição; num Mundial, então!
A equipa portuguesa apresenta-se numa fase de mudança, mas, infelizmente bastante enfraquecia; eu diria que a cerca de 60% do máximo potencial actual. Vão-lhe faltar vários jogadores essenciais: Bosingwa e Pepe (este está lá, após sete meses de paragem!) pela força fisica que davam à equipa, tanto a defender como nas transições para o ataque), agora perdeu Nani, o melhor, e em melhor forma, extremo português. Não levou nenhum substituto para o Deco!!! o que torna quase impossível a realização de um bom campeonato.
Mas o problema maior parece-me ser o timoneiro, o seleccionador, falta-lhe exigência, ambição e autoridade e sobre pressão reage mal!
O percurso de Portugal é extremamente exigente, oxalá as coisas levem um bom rumo, aí a selecção portuguesa poderá fazer umas coisas bonitas!
Com perspicácia o Eriksson apelida Portugal de “Brasileiros da Europa”.
Um abraço Andrei,
Miguel
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Great article-would like to publish in my free newsletter for seniors but was wondering if the information applies to Washington residents as well?