Vi hoje num jornal daqui de Campina Grande uma notícia que me deixou um bocado angustiada. Pois bem, um circo português, chamado circo Estoril, que está na cidade há alguns dias, foi assaltado ontem a noite.
O fato é que a maioria dos circos é pobre, ou relativamente pobre, o que me levou a pensar imediatamente em seus integrantes, artistas, que trabalharam para conseguir a quantia furtada e que deverão trabalhar ainda mais para a recuperarem.
O que me chamou a atenção na reportagem, e me deixou triste, foi a frustação nos rostos dos que trabalham com a alegria.
É triste mesmo, Olívia. Um circo, o que apura gasta no dia-a-dia. Comida, energia, e toda sorte de despesas constantes.
Não é uma empresa que acumule capital, mas um empreendimento em que tudo é trabalho humano, gerando e despendendo dinheiro.
Roubar um circo põe os ladrões nos níveis mais baixos da escala da infâmia. Por que não vão roubar um banco?
Pois é, é cruel e covarde.
Uma lástima, sem dúvida.
O que me intriga é tentar descobrir se o afã de apropriar o que é alheio, neste caso:
– desconhece a repercussão na esfera individual daqueles que fazem o circo ou é indiferente, pura e simples?
– imaginava alta rentabilidade?
– se apóia apenas na covardia: fodam-se todos, qualquer apropriação alimenta minha infâmia, ainda mais a que não pode oferecer resistência!
Ao que parece, a delinqüência reiterada afasta qualquer reflexão sobre repercussões na esfera da vítima. Acostuma-se a tudo… a matar, inclusive.
O que deve realmente importar é: rentabilidade + probabilidade de êxito.
Lamentável ,pena que isto ocorra nas nossas cidades e nós não conseguimos fazer nada .