Ainda há loucos, felizmente!
Como um cego, fiquei tão ofuscado
ante o brilho dos olhos que olhei
…
Pode ser que você não me compreenda
quando digo que sou um visionário
Um espaço de convívio entre amigos, que acabou por se tornar um arquivo protegido por um só curador.
Ainda há loucos, felizmente!
Como um cego, fiquei tão ofuscado
ante o brilho dos olhos que olhei
…
Pode ser que você não me compreenda
quando digo que sou um visionário
É aquela que fere
Que virá mais tranqüila
Com a fome do povo
Com pedaços da vida
Com a dura semente
Que se prende no fogo de toda multidão
Acho bem mais do que pedras na mão
Dos que vivem calados
Pendurados no tempo
Esquecendo os momentos
Na fundura do poço
Na garganta do fosso
Na voz de um cantador
E virá como guerra
A terceira mensagem
Na cabeça do homem
Aflição e coragem
Afastado da terra
Ele pensa na fera que o começa a devorar
Acho que os anos irão se passar
Com aquela certeza
Que teremos no olho
Novamente a idéia
De sairmos do poço
Da garganta do fosso
Na voz de um cantador
Foi um tempo que o tempo não esquece
Que os trovões eram roucos de se ouvir
Todo um céu começou a se abrir
Numa fenda de fogo que aparece
O poeta inicia sua prece
Ponteando em cordas e lamentos
Escrevendo seus novos mandamentos
Nas fronteiras de um mundo alucinado
Cavalgando em martelo agalopado
Eviajando com loucos pensamentos
Sete botas pisaram no telhado
Sete léguas comeram-se assim
Sete quedas de lava e de marfim
Sete copos de sangue derramado
Sete facas de fio amolado
Sete olhos atentos encerrei
Sete vezes eu me ajoelhei
Na presença de um ser iluminado
Como um cego fiquei tão ofuscado
Ante o brilho dos olhos que olhei
Pode ser que ninguém me compreenda
Quando digo que sou visionário
Pode a bíblia ser um dicionário
Pode tudo ser uma refazenda
Mas a mente talvez não me atenda
Se eu quiser novamente retornar
Para um mundo de leis me obrigar
A lutar pelo erro do engano
Eu prefiro um galope soberano
A loucura do mundo me entregar
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