Contrata-se uma TV a Cabo, no caso a Via Embratel. O preço e os canais disponíveis estão claramente oferecidos em prospectos e no sítio de internet da empresa.
Como se trata de um contrato, cada parte tem suas obrigações. A do contratante é pagar polos serviços em dia, segundo os preços oferecidos pela empresa. Paga-se em dia.
A obrigação da empresa que ofereceu os serviços é entrega-los, na medida e na extensão do que foi contratado. Mas, o que acontece?
Acontece que nós pagamos o preço, nos prazos estipulados e a empresa não oferece os serviços na extensão contratada. Dois canais simplesmente não funcionam.
É simples, uma das partes descumpre sua obrigação. Fá-lo porque vale a pena fazê-lo, nestas paragens de tolerâncias imensas com serviços mal-prestados. O consumidor, se descumprir a sua parte, que é pagar em dia, tem o serviço cortado e pronto.
Quando o descumprimento é do prestador do serviço, as coisas complicam-se e não foi à toa que se fez um Código de Defesa do Consumidor, logo tornado em papel molhado.
O consumidor está condenado a telefonar para aqueles sistemas de atendimento que, ou não atendem, ou atendem com funcionários cujo objetivo é enrolar tudo ao máximo, resolver nada e levar o consumidor à exasperação e perda da paciência. Depois de sugerir toda sorte de tolice – como sugerir que os cabos não estão corretamente conectados – ele vai dizer que é preciso um chamado da área técnica.
Esses coitados que atendem às chamadas telefônicas cumprem um papel aviltante. Os filhos-das-putas são as empresas, que têm por política gerencial atender da forma que bem entendem e que se danem os clientes.
O consumidor, incauto e exasperado, pensa que tem grandes âmbitos de liberdade e pensa: vou deixar esta merda e contratar os serviços de um concorrente. Mas, o concorrente é a mesma coisa!
Viva a liberdade de lesar o consumidor – que é mesmo a parte mais fraca – viva o mercado, viva o capitalismo das cavernas…