Adolfo Hitler

As periferias sempre dão notícias com atraso. Por isso, leio do Diário de Pernambuco uma matéria sobre três livros do escritor jornalista argentino Abel Basti sobre uma fuga de Adolfo Hitler para o sul da Argentina. Eu sabia que um escritor norte-americano, ou inglês, não sei bem, já desenvolvera a idéia antes.

Desse argentino nunca ouvira falar mas, pesquisando um pouco, constatei que o primeiro de três livros foi publicado em 2006 e que o autor já vai no terceiro volume sobre essa fuga tão interessante e potencialmente lucrativa, tanto para o autor, quanto para o turismo em Bariloche.

Pois é, segundo Basti, Bariloche, antes de ser o paraíso dos deslumbrados brasileiros, acolheu gente mais importante. Ele sustenta que Hitler se teria instalado naquela estância em meio às montanhas e chega a apontar casas que teriam sido residência do austríaco célebre.

Diferentemente do inglês, ou norte-americano, Basti afirma que o Führer saiu de Berlim para um lugarejo na Áustria e, de lá para a Espanha, por via aérea. Então, teriam ele e alguns próximos, embarcado em dois submarinos com destino ao sul da Argentina.

A estória dos submarinos alemães na Argentina é conhecidíssima. A hospitalidade argentina para os alemães, também. A fuga do próprio Hitler, todavia, parece-me um pouco improvável.

O jornalista, inteligentemente, recorre a um pedido de comparação de ADN entre os pedaços de mandíbula e de crânio mantidos na Rússia com restos de uma irmã de Hitler, enterrados na Alemanha. Ele usou um grande argumento para tirar a prova, talvez por saber que os russos não se disporão a essa empreitada.

A melhor parte dos argumentos de Basti, que se podem ler no seu sítio de internet, são políticos. Havia fortíssimas simpatias norte-americanas e inglesas pelo Führer, o que não é segredo algum. Inclusive, os partidários do nazismo alemão tinham livre trânsito em Washington, antes e durante a segunda grande guerra, e faziam lóbi abertamente.

Essas simpatias da extrema direita norte-americana, contudo, não permitem concluir, por si sós, que se tenham empenhado em tornar viável a fuga do Führer, quando pouca diferença faria sua morte. Tanto o nazismo, como o extremismo de direita viveram e vivem bem sem a figura emblemática.

Vou procurar ler algum desses livros e, caso não seja muito chato ou muito superficial, permitindo-me ir até ao fim sem ter a impressão de perder tempo, exponho alguma impressão.