Um espaço de convívio entre amigos, que acabou por se tornar um arquivo protegido por um só curador.

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O pesadelo de Kissinger.

Este texto foi inicialmente publicado em novembro de 2018. Hoje, está acontecendo o que se disse então há três anos e alguns meses. O consórcio anglo-saxão descumpriu os acordos feitos após o colapso da União Soviética e avançou a OTAN para as fronteiras da Rússia. Aniquilou a Ucrânia como Estado e patrocinou grupos neonazistas que realizaram um massacre no leste, tendo como alvos populações etnicamente russas.

A Rússia reagiu de maneira previsível, para defender seus interesses e sua segurança. A esta reação correspondeu a imposição de sanções econômicas à Rússia, bem como o furto de reservas russas mantidas em bancos ocidentais. Isto também foi previsível.

Previsível também será a acelerada desdolarização em escala mundial, bem como o colapso econômico da Europa, que depende da Rússia nos campos energético e alimentar.

Como tudo isto era, realmente, previsível, é o caso de se pensar numa implosão programada do sistema até então vigente e numa guerra a devastar novamente a Europa.

A conformação geopolítica mundial ainda vigente – embora em vias de esgotamento – deve-se muito às idéias e ações de Henry Kissinger, um judeu bávaro inteligente. Richard Nixon percebeu esta inteligência e o teve sempre ao seu lado. Outros presidentes estadunidenses posteriores contaram com seus conselhos.

Kissinger percebeu algo que não é tão simples, sobretudo considerando-se os níveis intelectuais médios e a propensão a pensar ideologicamente enviesado ou fazer puro wishful thinking.

Ele percebeu que a China, inevitavelmente, seria grande novamente e que isto era apenas questão de tempo. As potências com mais de dois mil anos de história podem sofrer declínios ou serem brutalmente exploradas por alguns períodos, mas reerguem-se.

O domínio global dos EUA ampara-se no dólar como moeda de reserva e de troca internacional e na sua capacidade bélica. Este modelo emergiu do pós segunda grande guerra e foi renovado no início da década de 1970, sob inspiração de Kissinger.

Quase todas as transações comerciais internacionais são fechadas em dólares norte-americanos e mediante o sistema SWIFT de clearance interbancário. Isso significa que todos os que transacionam precisam comprar dólares para fechar suas operações e assim o dólar tem demanda garantida, o que permite aos EUA simplesmente fabricá-los.

O petrodólar faz parte da renovação que se fez no início da década de 1970. Acordos celebrados em 1973 determinaram que todas as transações a envolverem petróleo seriam necessariamente liquidadas em dólares norte-americanos. A moeda, que perdera conversibilidade em ouro, passou a ter outro lastro forte e garantia de demanda constante.

Acontece que a aristocracia estadunidense aspira ao domínio mundial hegemônico e não disfarça este desejo. Não importa aqui que o faça amparada em discurso religioso meio primário, não cuido das justificativas para o destino manifesto, de tão tolo que isto é.

Para o domínio total, nos princípios da década de 1970, era necessário evitar a aproximação entre China e Rússia. E isto Kissinger conseguiu e ainda conseguiu mais. Fez a China comprar notas promissórias dos EUA em troca de manufaturados que permitiram conter pressões inflacionárias.

Isto funcionaria bem até certo ponto, se outros posteriores ajustes fossem feitos. Todavia, parece ter havido escassez de Kissingeres recentemente. A fúria hegemônica, cada vez mais religiosa, impeliu os EUA a uma beligerância típica, que anuncia as fases de declínio.

E finalmente, depois de aberta uma guerra comercial insana, eis que a China percebeu a necessidade de abandonar o dólar como meio de troca em todas as suas transações e como moeda de reserva. Claro que não é algo simples, nem que se faça do dia para a noite, mas está em curso.

Contudo, o mais extraordinário foi ter conduzido a que se formasse uma aliança estratégica entre China e Rússia, o que, a toda evidência, é o ponto de travagem da aspiração hegemônica dos EUA.

Contagem regressiva para o caos nos EUA.

O último estudo do US Census Bureau diz que há, nos Estados Unidos da América, 47 milhões de pessoas na pobreza, o significa 14,8% da população. A pesquisa fez-se em 2014 e utiliza padrões de pobreza, linhas de corte – poverty threshold – já antigos.

Consideram-se pobres os integrantes de grupos familiares de quatro pessoas com rendas anuais inferiores a US 24.250 brutos. Isso significa U$ 505,20 por cabeça, por mês. Na verdade, o critério está muito defasado, porque uma pessoa com rendimentos mensais de U$ 505 está muito pobre, na realidade.

Os custos de habitação, educação especializada e cuidados com saúde aumentaram drasticamente nos últimos trinta anos e a definição de linha de pobreza não os acompanhou. Ou seja, para os custos de vida atuais, há muitos mais pobres que o número oficial.

De qualquer forma que seja, a existência de 47 milhões de pobres numa população de 322 milhões é algo sério num país que criou o mito da prosperidade infinita, a depender apenas dos esforços individuais, da criatividade, da vontade de trabalhar e outros lugares comuns deste tipo. Será preciso convencer quase 50 milhões de pessoas que elas merecem suas situações porque são vagabundos e burros.

Outros estudos e pesquisas apontam que os 10% mais ricos detém 55% de toda a riqueza, nos Estados Unidos e este dado é mais revelador. Este nível de concentração aproxima-se do brasileiro e distancia-se muito da média européia. No Brasil, 10% apropriam-se de 65% da riqueza e na Europa 10% apropriam-se de 35% da riqueza.

O avanço da concentração na apropriação de riquezas pode tornar os EUA um país inviável e isso é mais ou menos o que adverte Thomas Piketty.

De acordo com a Comissão de Orçamento do Congresso, entre 1979 e 2007 o aumento médio dos rendimentos do 01% mais rico foi de 275%. Isso, evidentemente, é muito mais que o crescimento econômico registado no período e revela uma drástica aceleração na concentração.

Além do incremento velos na concentração de rendimentos e riquezas, observam-se diferenças imensas entre sexos, idades e grupos raciais. Como é previsível, os lares chefiados por mulheres solteiras têm menos rendimentos que os similares chefiados por homens solteiros. As famílias e indivíduos hispânicos e pretos têm menos rendimentos que os brancos.

Perversamente, há mais pobreza entre menores de 18 anos. No grupo das pessoas com menos de 18 anos verifica-se que 21,1% estão na pobreza, o que é bem mais que a taxa global de pobres, de 14,8%, segundo o Census Bureau. Essa é uma pobreza que provavelmente será projetada no futuro…

É muito difícil conter os efeitos da deterioração das condições materiais de quem viveu a abundância material. A sociedade norte-americana não tem a memória da escassez entre seus mitos fundantes e lugares de respeito. Mesmo que sempre tenha havido pobreza – tanto que Jonhson lançou em 1964 um programa contra ela – não é algo de que se fale como parte relevante da história.

A narrativa norte-americana é toda construída ao redor do sucesso e articula-se em torno a locais discursivos como desafio, esforço, iniciativa e outras tolices do gênero. A pobreza, ou era um nada, ou um estigma a ser suportado pelo incapaz. Assim continua, pois ainda se acredita no discurso como meio de contenção social eficaz.

Diferentemente do Brasil, os EUA não tem uma tecnologia de contenção social muito sofisticada, mesmo que se lhes deva a criação do meio por excelência: a propaganda. O problema é que a propaganda, a enganação, depende de públicos minimamente alimentados para a poderem perceber. A partir de certo ponto de privação, não se dá mais atenção ao discurso.

Claro, há a violência. Ela e a propaganda sempre são usadas conjuntamente, como dois tratamentos paralelos de sintomas. No Brasil, até há pouco, a contenção por meio do discurso, da propaganda, não requeria grandes esforços e sofisticações. O hábito ao açoite e à pobreza reduzem a necessidade de enganação.

A violência, contudo, tem inconvenientes. O maior deles é gerar reação, ou seja, gerar mais violência, numa espiral ascendente contínua.

Claro que até certo ponto isso é muito interessante, porque rentável para os concentradores de rendimentos, que oferecem os serviços de contenção pagos pelos que sofrerão seus efeitos. Para isso serve o Estado, o único real agente de concentração ou desconcentração, a despeito de todas as tolices que já encheram milhares de livros e ainda encherão mais.

Além do risco de se atingir o ponto de ebulição por excesso, o recurso à violência apresenta outros, nos EUA. As divisões raciais são muito agudas. Los Angeles, por exemplo, vive algo próximo à guerra civil há anos, mesmo que a imprensa não goste de dizê-lo e, portanto, o fato não exista para o médio classista prototípico.

É difícil prever resultados e atuar violentamente de maneira a unir ou desunir grupos raciais todos em geral inferiores aos brancos em termos de rendimentos. Ou seja, não é razoável supor que seja possível manobrar para atingir, neste ou naquele momento, nesta ou naquela localidade, só pretos ou só hispânicos ou só asiáticos.

O grupo dominante sente-se ainda seguro porque na hipótese da guerra civil e da desagregação total, do todos contra todos, será possível reter o controle do arsenal nuclear. Isso parece-me verdadeiro, porém de pouca serventia, exceto se estiverem pensando em usar as bombas perto de si mesmos!

Porque o golpe está em regime de urgência.

O golpe de estado atualmente tentado no Brasil, contra o governo eleito legitimamente, segue em ritmo frenético e, por isso mesmo, confuso. A pressa constantemente tem por consequência a confusão, o que pode ser bom ou ruim estrategicamente, a depender das habilidades dos agitadores e operadores.

É fundamental dizer claramente que este processo golpista – assim como seus precedentes – é preponderantemente exógeno. Internos são os agentes operadores localizados na imprensa, congresso nacional, poder judicial e movimentos supostamente populares que ninguém sabe como se financiam.

Sozinhos, estes operadores internos pouco podem. As elites locais sempre atingem acordos em que mantém quase intocados seus altos níveis de apropriação, mesmo em períodos de concessões mais ou menos tímidas às maiorias. Elas ganham em todas as situações, com algumas variações poucas que não invalidam a lógica capitalista. Logo, o núcleo da burguesia nacional, na ausência de estímulos externos, não patrocina golpes.

Provenientes da grande burguesia nacional envolvidos diretamente como agentes do golpe temos apenas os patrões da imprensa. Todavia, essa gente não é propriamente nacional. Historicamente, têm alinhamentos ideológicos fortes com os norte-americanos, além de participação capitalista externa. A imprensa é formatada de tal maneira que serve, queira ou não, aos interesses norte-americanos. É filha do modelo TV – Hollywood do pós-guerra; um modelo de propaganda, basicamente.

Cabem aos agentes locais do golpe duas missões básicas: dar formato jurídico à violação da institucionalidade e cevar o ódio difuso da pequena-burguesia. A segunda missão é de uma irresponsabilidade profunda, porque é a semente do fascismo, mas eles a levam a cabo, sem cálculos de futuro. Estão imbuídos em uma cruzada religiosa; sua tenacidade é quase de devoção.

A pressa explica-se por fatores geopolíticos e pela perda gradual de fôlego financeiro da imprensa local. Á medida que segue a decadência norte-americana – algo que se sabia seria terrível para o mundo e dramático para os vizinhos continentais – encurtam-se os prazos para fazer tudo que do apoio norte-americano dependa.

As decadências tem vários paradoxos aparentes. Um deles é que à perda de influência corresponde a abertura de mais frentes de combate, sejam políticos ou propriamente bélicos. Nisso, a analogia já feita aqui com a morte de uma estrela, creio ser bastante adequada.

Sucede que a perda de capacidades de enfrentar numerosas frentes de combate, a par com o crescente desejo de as aumentar, cobra seu preço em termos de realidade. A capacidade norte-americana de desestabilizar o mundo reduz-se. Recentemente, a entrada da Rússia na Síria, para dar cabo do Estado Islâmico criado pelos EUA, Israel e outros sócios menores, dá provas disto. Além de encurralados na exposição flagrante de suas hipocrisias, os associados da OTAN vêm-se diante de limites objetivos.

Por maior que o Brasil seja economicamente, não é mais importante que o jogo no tabuleiro do oriente próximo e da estepe asiática. Naturalmente os maiores esforços estão lá concentrados e, considerando-se que os recursos são finitos e decrescentes, fica claro que reduz-se sua capacidade de investir na desestabilização nas áreas menos importantes. Por isso a urgência em consumar o golpe no Brasil, pois será cada vez mais difícil financiá-lo e cada vez mais remota a possibilidade de emprestar a sexta frota para o impor na forma clássica.

As forças armadas brasileiras, hoje, não têm interesse no golpe de estado. Seus oficiais generais não estão dispostos a entrar na aventura. A experiência recente com governos da gente que está à frente do golpe mostrou-lhes que perdem dinheiro. Realmente, o período fernandino, de tão entreguista que foi, quase liquida com as forças armadas. Ora, os oficiais superiores tem honorabilidade no que tange às suas capacidades bélicas reais e não acham muita graça no sucateamento das suas armas.

Por outro lado, uma personagem central do esforço golpista parece ter sido muito mal escolhida. O presidente da câmara dos deputados é alguém muito sujo até para ser protegido pelos fortes esquemas da imprensa e do sistema judicial. Fazer sua integral blindagem mediática e jurídica é esforço semelhante ao de segurar água com as mãos. Sempre vazará por todos os lados.

Mesmo que a pequena-burguesia seja terreno fertilíssimo para a propaganda golpista escrita e televisiva, há níveis de contradições que tumultuam o processo e podem implicar massa crítica para uma reação sem quaisquer controles. As contradições da ponta-de-lança do golpe de verniz jurídico tornam-se muito evidentes e fica difícil escondê-las todas. O presidente da câmara é figura complicadíssima. Tirá-lo da posição será também complicadíssimo, porque ele tem apego pessoal à posição e sabe onde todos os outros possíveis substitutos almoçaram no passado.

Há razões para crer que se o golpe não se consumar neste ano de 2015, será inviável ao depois. Perderá inércia, porque os EUA não terão tempo de o ajudar tão intensamente quanto necessário, a imprensa terá de cuidar da sua situação financeira caótica e os agentes imediatos terão de cuidar de inúmeras defesas na arena judicial. Apenas espero que esse eventual fracasso do golpe não deixe em seu lugar algo tão ruim quanto: o desgoverno.

A morte de uma estrela. Ou, tentativa de compreender os efeitos da decadência norte-americana.

Este texto foi originalmente escrito em abril de 2010.

Era previsível que o processo histórico acelerado cobrasse aos EUA algum preço. A decadência é real, no sentido de perda de soft-power. A influência é exercida diversamente; não mais organizada e nitidamente, mesmo que por meio da guerra, mas por intermédio do caos, da destruição levada quase como imposição de solidariedade na agonia que se avizinha. As faces mais destacadas do processo são econômicas. É lugar-comum fixar-se no econômico, como nas obviedades em geral. Mas a desordem é para muito além do econômico. Esse é o risco para o mundo em geral e para os sul-americanos particularmente.

Dois processos se distinguem, conforme sejam as estrelas grandes ou pequenas e suas mortes serão diferentes, portanto. Tanto as grandes, quanto as pequenas, vivem da fusão de núcleos leves, de hidrogênio e de sua variante, o hélio. Ambos são muito longos, na escala de biliões de anos, e têm desfechos grandiosos. Em comum, têm na raiz o esgotamento do combustível, mas as diferenças quantitativas implicam nas qualitativas.

Uma estrela pequena, como o sol que vemos, morre a caminho de tornar-se uma anã branca ou uma anã negra. No início do esgotamento do seu hidrogênio fundível, seu núcleo começará a contrair-se, sob a ação da enorme gravidade, mas ainda haverá fusão de hidrogênio nas camadas mais exteriores. Essa contração do núcleo acarretará um aumento da temperatura que se refletirá também nas porções externas e acarretará uma expansão da estrela.

Em pleno processo de morte, ela se expandirá, tornando-se uma gigante vermelha. As temperaturas do núcleo estarão tão elevadas que o hélio transformar-se-á em carbono. Então, acabando-se o hélio, o núcleo começará a esfriar e as camadas externas a se deslocarem ainda mais, terminando por explodirem numa vasta ejecção de matéria, que formará uma nebulosa de planetas.

Uma estrela grande inicia seu fim semelhantemente a uma pequena. O núcleo vai ficando sem hidrogênio e o hélio vai se transformando em carbono, por fusão, em decorrência das elevadíssimas temperaturas e pressões. Mas, aqui, após o esgotamento hélio, o processo continua, porque as massas são enormes. A fusão segue seu curso e o carbono torna-se em elementos mais pesados, como oxigênio, silício, magnésio, enxofre e ferro.

Tornado o núcleo de ferro, a fusão não é mais possível e, sob o efeito da gravidade – enorme à vista da massa e da densidade – ele se contrai tão violentamente que prótons e elétrons tornam-se em nêutrons. Essa contração rápida gera um tremendo aquecimento e a precipitação das camadas exteriores sobre o núcleo que, então, se aquece muito e explode, criando uma supernova. A ejeção de matéria é vastíssima e pode dar lugar à formação de outras estrelas. O que resta do núcleo pode tornar-se uma estrela de nêutrons, ou um buraco negro, conforme a quantidade de matéria.

Analogia, etimologicamente, é a falta de lógica ou, melhor dizendo, a negação dela. Forma-se com a partícula negativa grega a e a também grega lógica. Consagrou-se utilizar analogia para comparação entre situações distintas mas, sob algum aspecto, similares, visando-se a realçar pontos comuns entre o que não obedece a relações de causa e efeito. Não é um formato de argumento, portanto, limitando-se a ser um recurso comparativo.

Um domínio político-econômico de uma nação, ou grupo social assemelhado, morre, como morrem as pessoas, os bichos, as árvores e as estrelas. E pode morrer de maneiras diferentes, lançar matéria cultural e econômica de formas diferentes, manter ao final um núcleo maior ou menor.

O domínio norte-americano começa a morrer e interessa saber como o fará, porque esse processo pode destruir muitos vizinhos, mais e menos próximos ao moribundo de longa agonia. Morre porque a teoria que a vida não se apressa a confirmar – que a vida imita a arte, não as teses – finda por ser bastante exata até para teoria. Esse suporte teórico não foi propriamente construído por indução, mas por dedução. Aqui deixo claro que a mania de comparar os EUA à Roma do final da República e do período Imperial não me guiou, embora seja mais uma de várias analogias possíveis. Ou seja, um recurso comparativo, sem lógicas, que leva a muitas coisas plausíveis e outras nem tanto.

Não acabará de morrer amanhã, nem depois de amanhã, nem de cem anos, mas morre. As condições para ser a maior potência mundial são compreensíveis a partir de quanta pouca ciência econômica e social se disponha: ter a dianteira da inovação tecnológica, ter a moeda de conversão universal e, por conseguinte, a possibilidade de importar poupança, e a maior delas, poder evitar o desconto das promissórias.

O mesmo suporte teórico avaliza a percepção do início do processo de morte. Perder a dianteira da inovação tecnológica, perder o monopólio do meio de troca e ver a possibilidade de, no limite, evitar o desconto das promissórias ser difundido. Ora, o suporte teórico econômico ficou desacreditado não porque a teoria seja ruim, mas porque a prática não se dava segundo seus postulados, embora isso fosse constantemente afirmado. A teoria era e é boa.

Não é possível gastar ilimitadamente, nem investir também sem limites a partir de poupança externa. Assim como não é possível evitar inflação mantendo os aumentos da renda do trabalho inferiores aos aumentos de produtividade indeterminadamente, a partir da apropriação das produtividades crescentes de terceiros. Um dia, a conta deve ser feita segundo parâmetros ortodoxos.

Quando a falta de hidrogênio e a concentração do núcleo forem muito grandes, as explosões começarão e atingirão quem está mais perto, a América do Sul e a Ásia que ainda não gira totalmente em torno à China. Esses viverão grandes desestabilizações, políticas e econômicas, passearão da extrema direita à extrema esquerda, irão da falência à riqueza, em uma confusão tremenda.

As analogias com a morte do Império Romano são, sim, significativas, embora não me pareçam o protótipo do que pode acontecer. Roma, acabando-se, continuou na Grécia, como tinha, de certa forma, nascido dela. Bizâncio continuou por mil anos, falsa herdeira de Roma, mas na verdade um império grego meio orientalizado e meio eslavo, afinal. E a Europa não romana enriqueceu nos despojos romanos. A confusão não foi pouca, como sabe quem se acostumou com o termo idade média, até suave frente ao também comum idade das trevas.

Acontece que a China não é Bizâncio e se fosse não seria qualquer alento em comparação analógica. Pois Bizâncio tornou-se em outra coisa e não organizou a situação próxima ao morrente Império Romano. Nós, na América do Sul, seremos golpeados por jatos de matéria e confusão cultural resultantes dessa morte lenta e afinal explosiva, que nenhum outro centro de poder poderá evitar. A Europa, essa resolverá o problema com um pouco de empobrecimento, o que é traumático, mas menos que a confusão de quem ainda é pobre.

Ucrânia: para quem faz sentido a desestabilização?

O ambiente natural do capitalismo é a selva, onde ele atinge o máximo de suas potencialidades. Regras, ordem, previsibilidade, fluxo mais ou menos normal das coisas, isso não é o adubo ideal do capitalismo.

É preciso ter isto em vista quando se tenta compreender o que está por trás de um golpe de estado patrocinado com manifestações constantes de massas fascistas a soldo, como deu-se agora na Ucrânia. Qualquer modelo que não leve em conta os interesses de dez ou quinze imensos bancos está fadado à perplexidade, à incompreensão e ao paradoxo.

Sim, porque excluindo-se esta variável está-se diante de algo sem sentido, de algo realmente estúpido, que aparentemente é ruim para todos os envolvidos.

As pessoas em geral, na região oeste da Ucrânia, mesmo as que se guiam pelo fascismo de boulevar e recebem dinheiro de fora, sofrerão as consequências da iminente falência do país, algo que não será evitado pelos 15 bilhões de euros que a Europa quase quebrada oferece. É iminente uma corrida bancária e sem ajuda dos bancos russos a coisa será drástica.

A Europa em geral e particularmente a Alemanha, compra muito gás russo. Pode-se dizer que aproximadamente 30% do gás consumido na Europa provem da Rússia, o que não pouco. Assim, à falta de opções imediatas e mesmo de médio prazo, a Europa é refém do gás russo.

Para os povos norte-americano e europeu, uma guerra real pela Ucrânia não tem qualquer sentido, pois além de serem chamados a morrerem e verem seus parentes morrerem, serão chamados a pagarem a brincadeira, ou seja: depois do enterro, a conta.

Para a Rússia, que não desencadeou esta loucura aparente, há muito a perder, na medida em que os selenitas no governo norte-americano podem congelar ativos russos em seus bancos e tentar impor-lhes problemas comerciais, servindo-se dos seus Estados Vassalos na OMC.

Além dos prejuízos com eventuais congelamentos de ativos, a mobilização militar na Criméia tem seus custos, que poderiam ser evitados.

Neste passo, é de se observar que a guerra aberta é algo estúpido demais até considerando-se os interesses dos dez ou quinze banqueiros, porque as partes envolvidas têm os brinquedos nucleares, não há garantias de que prefiram massacrar-se sem os utilizar e, assim, o mundo pode ficar sem a Riviera Francesa para refúgio…

Se fosse possível uma guerrinha sangrenta, mas convencional, a matar pobres de todas as nacionalidades, mas a preservar locais de fuga para os grandíssimos capitalistas, é certo que seria esta sua opção preferencial.

Eis então que Obama e seus dessemelhantes europeus anunciam que imporão, sim, sanções financeiras, comerciais e diplomáticas à Russia, embora não as tenham ainda iniciado. Depois disso, ocorreu algo interessantíssimo: um alto funcionário do ministério das finanças russas anunciou que a Rússia venderia parte de suas reservas em títulos do tesouro norte-americano.

O governo disse que o funcionário não expunha posição oficial, apenas opinião pessoal dele. Todavia, já era perfeitamente possível compreender qual o jogo em curso. O recado foi genial e certamente o funcionário foi instruído a fazer o curioso e, ademais, evidente, vazamento.

Evidentemente que Obama e seus assessores não ignoravam que a resposta óbvia será essa, além da tomada integral da Criméia, é claro. Acontece que a venda massiva de títulos norte-americanos – e a Rússia é credora de 200 bilhões de dólares aos EUA – teria como efeito quase imediato a queda relativa do dólar norte-americano.

Ao mesmo tempo que isso seria interessante para os EUA como meio de aumentar a competitividade de suas exportações, seria dramático em termos de empobrecimento interno de um país já repleto de pobres. Seria terrível também para uma Europa que padece os efeitos satânicos de uma moeda fortíssima a par com desemprego elevado.

Os países mais periféricos, embora de grandes economias, como o Brasil, sofreriam imensamente e mergulhariam na confusão cambial, o que é destrutivo para quem não emite moedas plenamente conversíveis. Movimentos câmbiais súbitos são piores que ondas gigantes.

Após as primeiras variações cambiais esquizofrênicas, dar-se-ia outra coisa previsível para quem não estiver afogado em confusão e dívidas: o aumento súbito dos juros pagos pelo FED a quem compre seus títulos, para revalorizar o dólar-norte americano e diminuir pressões internas e externas, após a maior e irreversível parte do estrago já ter sido feita.

Fica muito claro que tal cenário interessa apenas aos grandíssimos banqueiros, que o têm previsto à risca, tem várias bases de operação e ganham em quaisquer movimentos, seja na desvalorização de moeda de reserva, seja na valorização do ouro, seja na volta dos juros dos títulos.

Síria: porque mísseis são melhores que discursos de direitos internacionais.

Os EUA bombardearão a Síria em breve, por razões que não incluem a morte de sírios por armas químicas. Eles, os mandatários norte-americanos, nunca se preocuparam com a morte de ninguém, por qualquer razão e meio que seja; eles sempre promoveram matanças enormes quando isso lhes interessou. O problema não é esse, até porque provavelmente as armas químicas foram fornecidas por eles aos mercenários recrutados para desestabilizar o governo sírio.

A ONU presta-se ao papel ridículo de sempre, ou seja, a preocupar-se com formalidades e com aparências, quando isso vale nada na decisão do governo americano de despejar mísseis de cruzeiro sobre o território de alguma nação soberana, destruir infra-estrutura, matar muita gente. A ONU, enfim, cuida da parte do falatório e das aparências; o governo dos EUA cuida da destruição e está tudo assim bem resolvido.

Ainda me assusto um pouco com a parte dessa estória que paga tributo à hipocrisia em doses elevadíssimas. Falo da necessidade de mentir, de fazer discurso com solenidade, como se o discursante acreditasse no que diz e como se todos os restantes fossem absolutamente imbecis, quando é verdade que somente 95% das pessoas são totalmente imbecis.

No rastro dessa crença – quase sempre exitosa – na imbecilidade de 100% das pessoas, ouve-se a aberração lógica da destruição humanitária e coisas do gênero. E cria-se o falso problema da autorização da ONU e traz-se à cena a farsa da legitimidade de um punhado de países autorizarem a destruição física e a matança humana. Isso tudo é conversa para induzir sono em bovinos.

No oriente próximo só há dois países que não são vassalos do esquema EUA, Europa e Israel: o Irã e a Síria. Estes dois articulam-se comercialmente com a China, a Índia, a Rússia, mas não têm com estes países relações de vassalagem. Isso não convém aos EUA, nem a Israel e em menor medida não convém à Europa.

Por um lado, trata-se de petróleo, mas de uma forma mais sutil e complicada do que pode de início parecer. O ataque norte-americano significará um aumento imediato nos preços do petróleo e, se a coisa se tornar crônica, pode significar o estabelecimento de novos e estáveis patamares para o preço do óleo.

Aumento do preço do petróleo significa despesas maiores para quase todos os países do mundo; redução do preço do dólar norte-americano e aumento de receitas dos exportadores do óleo. Além disso, torna economicamente viável a exploração do gás de xisto nos EUA e do petróleo das areias betuminosas do Canadá. Além dessas consequências relativas ao óleo, há as despesas militares e o aumento da demanda por crédito. Ou seja, é um belo negócio.

A par com esta parte logicamente compreensível, temos o que todos negam. A guerra tem seu quê de não utilitária à vista de parâmetros econômicos e estratégicos mais evidentes. Israel quer ser territorialmente duas vezes maior do que é presentemente e quer matar todos que ao seu redor não sejam depositários da verdade revelada por seu deus mesquinho, guerreiro, sanguinário e fútil. Isso não é desprezível e eles são capazes de fazer a guerra até se for para a perder.

Tito Flavio Vespasiano teria muito a dizer sobre essa inclinação até honrosa a criar confusão e leva-la até ao sacrifício. O Arco do Triunfo até hoje nas ruínas do Foro de Roma conta pouco do que foi a campanha de 70 contra a sedição dos judeus. Uma campanha que resultou em pouco saque, muitas mortes e muito trabalho, para reduzir um povo desprezado, em uma província pobre.

Mesmo depois de ricos e não mais desprezados, persiste a inclinação bélica desmesurada, para além do cálculo cuidadoso dos banqueiros que verão a guerra desde a Côte D´Azur, pouco preocupados que suas mãos sequem e seus olhos ceguem, caso Jerusalém pereça esquecida por eles. Os do cálculo são os menos arqueologicamente judeus; eles ganham com a guerra, mesmo que ela liquide o templo pela terceira vez.

Os do meio, que são empregados com muita autonomia, esses vão até ao fim, ao que parece, não apenas pelos ganhos financeiros.

Se se tratasse somente de elevar os preços do petróleo, subitamente e até para outros patamares estáveis, havia outros meios mais fáceis. Qualquer afundamento de um grande petroleiro, posto na conta de ação terrorista de algum grupo de mercenários seria suficiente. Além disso, convém lembrar que a Síria tem pouco ou nada a ver com petróleo; a questão é o Irã e não é apenas aumentar o preço do óleo, que isso já se conseguiu, resta apenas esperar alguns dias.

Há pouco, celebrou-se a negativa do parlamento inglês ao ataque à Síria, porque faltam evidências da autoria dos tais ataques. As pessoas que transitam no espaço que o poder deixou para a burocracia dos bacanas bem intencionados que acreditam e falam em direitos disse que isso era importante. Não é. Os EUA farão o ataque sem a Inglaterra e com ou sem a França – pouco importa – porque esses países contribuem com nada ou quase nada do esforço bélico.

Que o parlamento inglês tenha rejeitado o ataque foi ótimo para o bandido Cameron, mas foi nada para a realidade próxima da destruição. Que o bandido prêmio Nobel da Paz Obama leve o ataque a cabo sem se preocupar com Parlamento Inglês, ONU e outras besteiras mais é ótimo também. É mais uma volta no parafuso do império incondicionado, que não precisa pedir desculpas.

Ao final e ao cabo, o certo é que melhor que ONU, parlamentos, discursos, evocações humanitárias, pruridos europeus por aparências e outras mais idiotices, são sistemas de defesa anti-aérea e anti-navios.

Quando o controle social passivo não basta.

A maior parte daquilo que as pessoas respeitáveis e seu público fiel reputam teoria da conspiração não passa realmente de tolices. Geralmente, boas informações são precariamente conectadas, por pessoas que entreviram o escândalo mas não podem traçar suas linhas genéticas.

Outra parte disso que se chama teoria de conspiração é precisamente o que ocorre, evidente, e claro como o céu de Lisboa. Tudo, ao final, é posto no mesmo saco e a parte que interessa é desautorizada junto com as bobagens.

Por isso, as pessoas que comandam o mundo nunca se importaram muito com a informação – que ela quase sempre está disponível – mas com as interpretações e ênfases que a imprensa dará a ela. É seguro agir desta forma, porque muito da realidade é percebido a partir de modelos pré concebidos.

Os EUA desintegrar-se-ão mais drasticamente que a Europa e não adianta fugir ao cerne da questão: lá, a concentração é maior que na Europa. As massas são mais pobres, relativamente, e a aceleração do empobrecimento é maior. Não se cuida, para desespero do pessoal que só fala de educação, do nível das massas, pois ele é muito democraticamente baixo por toda parte.

É muito difícil um império manter-se apenas emitindo notas promissórias e jogando bombas nas cabeças de quem não se pode defender. Gore Vidal, norte-americano e inteligentíssimo – a provar que não são situações antagônicas – tem o cuidado de fixar o fim da era de ouro e o fim do império financeiro em datas distintas.

O primeiro acaba-se quando o conúbio do complexo financeiro – militar – industrial e o Mossad matam o presidente irlandês. O segundo, quando o presidente representante do conúbio matador mata a paridade dólar-ouro e determina que petróleo só pode ser comprado em dólares norte-americanos. De uma data a outra, medeiam oito anos. Vidal é muito preciosista.

A questão não é tanto o que fez o injustiçado vice-presidente de Einsenhower, aconselhado pelo inteligente judeu alemão, com relação à moeda de denominação da única transação comercial importante. A questão é que o país, a nação, para quem for mais romântico, pouco importou. O modelo, como todos eles, tinha prazo e implicava seu fim.

Não é pacífico distribuir cocaína a preços módicos para milhões de pessoas que a não poderão comprar depois, exceto se se tiver para onde fugir, depois que a coisa ficar insustentável. O mesmo vale para crédito.Hoje, não dá para fugir para Londres e não sei se Jerusalém agradará aos fugitivos…

O apogeu de uma trajetória nunca é percebido por quem está em movimento. Com os EUA – falo do povo, não dos banqueiros – não seria diferente. Hoje, são à volta de 300 milhões, todos sem memória de quando eram 150 milhões e sem memória de uma certa fome que matou 03 milhões na grande depressão, entre 1929 e 1939.

À medida em que a curva da acumulação absoluta subia, essa gente subia marginalmente. Pouca coisa era necessária, além de programas de televisão, filmes ruins e os russos estão chegando. Com os russos chegando e pipoca e coca-cola, pagavam-se impostos para grandes guerras perdidas à partida, para financiar Israel e para custear a corrupção política em Washington.

Esse, de certa forma, é um admirável mundo novo. O sujeito encontra-se numa porção do mundo, imagina que ela faz parte de um todo um pouco maior e abstrai do restante, que pode ser qualquer fantasia. Esse tem ABC, CBS, NCB, FOX e outras coisas. Enquanto houver fluxo de dinheiro, por pouco que seja, funciona.

Essa maravilha depende de mais fluxo da periferia para o centro, porque a concentração é tamanha que o fluxo precisa aumentar. Mas, ele não aumenta, embora a concentração aumente. Infelizmente, a história é trapaceira.

Orwell não escreveu 1984 para acontecer no mundo em que Orwell nasceu. Mas, os leitores analfabetos dele achavam que se referia a um modelo político apenas, ou seja, subestimavam a obra e, talvez, o autor.

Aquilo não era peça de propaganda contra os russos que estavam chegando e nunca chegaram. Era uma coisa possível – e necessária, o que é terrível – em qualquer parte que se servisse do discurso da liberdade descasado do que um pouco de liberdade pressupõe.

Os números divergem pouco. Hoje, há nos EUA à volta de 600 campos de concentração prontos a serem usados. A agência federal que os administra, a FEMA, fez uma curiosa compra de milhões de caixões muito resistentes, de plástico, que podem acomodar até três defuntos e suportar grandes pressões.

Hoje, não é proibido torturar, prender e matar cidadãos norte-americanos sem acusação formal, nem prévio julgamento, graças a leis e ordens executivas obviamente inconstitucionais. Há três dezenas de milhares de aviões não tripulados – Drones – a serviço de agências de segurança a matarem cidadãos, a bem de uma coisa vaporosa chamada segurança nacional.

Esse aparato é homenagem à capacidade de previsão da elite norte-americana. Eles perceberam que a coisa rapidamente demandará meios de controle social ativos e repressivos, porque 300 milhões não são poucos.

Há quarenta anos, ainda se apostava somente na TV…

Israel: ainda há gente sensata.

Israel sob constante e perigosa ameaça!

A distribuição da sensatez pelos grandes grupos socio-profissionais é relativamente equânime. Não é certo que haja muitos mais imbecis neste ou naquele grupo – clérigos, burocratas, militares, por exemplo – mas é certo que os papéis de certos grupos em determinado momento fazem-nos marcharem sob o ímpeto corporativo, o que leva a imensas dificuldades de percepção das diferenças individuais.

Com relação a Israel, sempre é interessante observar os militares, porque é um Estado profundamente dependente deste poder; sem ele simplesmente não existiria. Os militares israelenses costumam ser profundamente objetivos e dispostos para o combate. A política, em Israel, é basicamente um subproduto do belicismo cotidiano e a legitimidade política confunde-se com o legado concreto de cada um no envolvimento bélico.

Pois bem, Israel, por seu governo, cultiva uma imensa vontade de atacar o Irã. Dizem que os persas constroem armas nucleares e isso será uma ameaça à existência do país. Não é uma afirmação destituída de sentido, se abstrairmos de muitas circunstâncias, principalmente a história e o tempo passado. Assim, pode haver sedução nessa propaganda da ameaça, até porque o estar sempre ameaçado é o centro de todo discurso sionista, ainda quando ameaça alguma existe.

O Irã nunca atacou país algum, nos últimos séculos; a guerra que manteve com o Iraque foi calculadamente iniciada pelo país babilônico, que tinha um presidente amicíssimo dos EUA, da Inglaterra e da França: Sadan Hussein.

O Irã não está em condições de desenvolver armas nucleraes em período inferior a dez anos, o que todo mundo sabe. E não está disposto a abrir mão de sua pesquisa com finalidade de geração de energia, o que é profundamente inteligente. Claro que tentarão desenvolver armas atômicas, o que é mais que inteligente, é necessário porque Israel tem 250 delas e está ansioso por utiliza-las.

Acontece que um ataque israelense contra o Irã não tem chaces de êxito sem ajuda dos EUA, principalmente em termos de apoio aéreo e de infantaria, se a coisa realmente degenerar. E acontece que os EUA entrariam no pior negócio de sua história, se se envolvessem a fundo em tal guerra, pois eles não conseguiriam invadir o Irã com um assalto de infantaria.

Na verdade, essa guerra tão ansiada pelo governo israelense e por alguns setores do inner circle em Washignton só traria benefícios para banqueiros e produtores de petróleo e, subsidiariamente, para fabricantes de armamentos. Essa gente é percentualmente insignificante, como parte do todo das populações, então fica evidente que a guerra interessa a qualquer coisa em torno de 01% das gentes.

Quando a desproporção é assim tão grande, é natural que figuras graduadas, militares de altas patentes que vivem de serem profissionais apenas, abram a boca para apontar a estupidez que se anuncia. E isso está acontecendo.

Yuval Diskin, ex-chefe do Shin Bet, o serviço de segurança do governo israelense, disse que Netanyahu e Barak mentem sobre a suposta ameaça iraniana e os ridicularizou a dizer que eles não são os messias, não são os salvadores de Israel, que se dirigem a um público tolo ou ignorante.

Meir Dagan, insuspeito ex-chefe do Mossad, herói nacional, tinha ido mais além quando apontou o plano de ataque ao Irã de estúpido, nada mais, nada menos!

Benny Gantz, atual chefe do estado maior do exército, parece ter perdido também a paciência com a estupidez e a irresponsabilidade do governo e disse não acreditar que o Irã vá produzir armas nucleares e acrescentou que o governo iraniano é racional.

Somam-se a essas declarações algumas de generais norte-americanos, que não devem trabalhar também para bancos e indústrias bélicas, ou seja, devem ser apenas militares, de que a guerra não faz qualquer sentido e esgotaria o potencial bélico norte-americo sem qualquer real necessidade.

Ou seja, quem não está a trabalhar para interesses outros e disfarçados, quem é apenas militar, pensa um pouco, já esteve em ação, sabe muito bem que a estória da ameaça iraniana é falsa e que a guerra seria péssima para todos, exceto, é claro, para aqueles que habitualmente ganham com o pior para todos.

EUA: acabaram-se democracia, direitos civis e liberdades individuais.

Os EUA já foram propagadores da democracia, das liberdades individuais e dos direitos civis. Isso estava na constituição deles, em termos muito claros. Na verdade, ainda está e o fenômeno é de desprezo aberto pela tal constituição.

O que se vive nos EUA é precisamente o que os teóricos do estado de exceção preconizaram, ou seja, a superposição de uma ordem jurídica supostamente de exceçã à original ordem constitucional. Uma não substitui a outra e aí reside o aspecto mais pérfido da coisa, pelo que tem de ambiguidade voluntária.

Não é ocioso lembrar que o regime jurídico do III Reich não revogou nem suplantou o anterior regime de constitucional de Weimar. Ele instalou-se ao lado e por cima, o que é espetacular, do ponto de vista político-jurídico.

Hoje, nos EUA, não há, em termos práticos e legais, as garantias e direitos que caracterizavam o regime do país até o grande golpe de 1963. Isso, a despeito de permanecerem na constituição!

Acabou-se, sem mais, nem menos. Por que é claro que se acabou? Basta ler a lista de ações abaixo:

1) The government reads all of our emails and listens to our phone calls contrary to the Constitution. The Patriot Act allows them to search our homes without warrants.

2) They passed NDAA which President Obama signed on New Years Eve. It took away our rights to Habeas Corpus, trial by jury, indeed the right to a trial of any kind, the right to not be tortured and the the right to legal representation. All of those rights were taken from us by criminals masquerading as politicians who also pretended to care for us.

3) The Congress passed an FAA bill which appropriates money for 30,000 drones to spy on us. The majority of those drones are to be armed with shotgun tasers though they can easily be fitted with missiles. You are now subject to summary execution just like the people of Yemen and Pakistan.

4) The government has brazenly said they have the right to kill us without a trial based on secret evidence.

There Never Was An American Empire Only A Machine That Consumed Us All Part II

O texto que segue foi retirado do Video Rebel´s Blog. É um bom exercício de análise do que pode estar próximo a acontecer. A prova-lo, está o fato de amoldar-se quase à perfeição àquilo que se chama teoria da conspiração. Vale a pena a leitura.

An American aircraft carrier in the Persian Gulf with its 5,000 plus personnel, 75 jets and guided missiles has both the same function and offensive capacity as the passenger ship Lusitania had in 1915. They were both placed at their locations to get the people on board killed and neither one had or will have any offensive ability after hostilities begin.

Let me explain why I say that a nuclear powered carrier after hostilities start will have no more offensive capacity than the Lusitania passenger liner. The Lusitania was carrying 6 million rifle rounds which made it a legitimate military target and guaranteed a high death rate amongst the passengers from the secondary explosions of the munitions. (Regular readers can skip this next paragraph.)

The Iranians have drones which are armed with 4 missiles each. The Iranians invented chess so they will target the control room, the radar, the flight deck and the guided missile batteries for attack by their drones. This means those carriers will be as operationally useless and as great a military threat as a passenger liner. The drones will take away the carrier’s fire power before it can do anything but wait a few seconds for the first round of anti-ship missiles to arrive breaching all of the ship’s 12 compartments. The first wave guarantees the carrier will be well on the way to sinking before the second round of missiles arrives a few seconds later from a few miles further away. The final wave of the Iranian attack will come a few seconds later from 130 mile range rocket artillery with 1,337 pound warheads continuing until there is nothing visible left above the surface. I doubt that more than a few of the 5,000 men and women on board will survive. I know that and the Israelis do too.

I think I have proven my point. American aircraft carriers, their accompanying Guided Missile Cruisers and the rest of the Persian Gulf fleet are only there to be used against unarmed civilians. The United States has killed millions of people for no apparent reason in Iraq and Afghanistan. An aircraft carrier’s crew in the Persian Gulf will serve the same function as the passengers on the Lusitania did in 1915. They are both there to die so the public back home will accept a lot more killing and dying.

In Part I of this two part series I revealed the purpose of modern war. It is to create a Great and Unpayable Debt to reduce you to permanent Debt Slavery.

I should point out that this Persian Gulf scenario applies not only to an attack on Iran but also to the Mediterranean fleet and an attack on Syria. The Iranians and Russians have both sent Special Forces to help Syria defend itself from a NATO backed incursion by Al Qaeda mercenaries. We know Russians have given the Syrians N-26 Onyx aircraft carrier killing anti-ship missiles. They have also given them the S-400 anti-aircraft missile system which is so advanced that it can even shoot down stealth jets.

If the Iranians brought along their drones, then it is Game Over for the US Mediterranean fleet as well. Have I convinced you that the real reason America is threatening Iran is not for its non-existent nuclear weapons program. The real plan is to sink the American fleets in the Mediterranean and the Persian Gulf hoping to convince you that World War III is really a good idea.

If you are fully persuaded that World War III is a really bad idea, please consider forwarding this to everyone you know and posting it everywhere you can. It will reach the US military who can vote No to a preemptive war by refusing unlawful and unconstitutional orders that violate the Nuremberg principles of international law which do govern all military conduct. After the passage of the NDAA which legalized indefinite detention without trial, Navy JAG offices (Navy lawyers) were inundated with requests from flag officers who wanted legal answers to two questions. One was for specific legal arguments to refuse orders for a preemptive war. The other was to refuse to arrest and indefinitely detain Americans without trial and due process in violation of the American Bill of Rights and all English Common law since the Magna Carta of 1215.

American elections are farces. But the men and women with the really big guns can just say No to World War III.

I would like someone to follow my suggestion and make a YouTube video from the instructions I gave here: ” A Role Playing Exercise: Let’s Attack Iran”. The idea is to gather either college students from all walks of life or Iraq and Afghanistan war veterans to engage in a role playing exercise. They will play the role of US Navy, USAF, Marine and Army commanders in the Persian Gulf region who will simulate the decision making of commanders in the following scenario. The President of the United States who has taken a billion dollars from the Israeli Lobby, the Too Big To Jail banks and the munitions manufacturers has decided to launch an attack on Iran. I have already described the plan of attack against the fleet. Their job is to die.

The Iranians have thousands of guided missiles with fuel air explosive warheads. A 1,000 fuel air explosive has as much destructive capability as a 4,000 pound conventional bomb. Fires and explosives require oxygen. A fuel air explosive sends fuel out in all directions gathering oxygen so it can ignite and explode. It has a greater blast radius and creates much more deadly blast waves than a conventional bomb that must take its oxygenate with it in the warhead. It would only take a handful of these guided missiles with fuel air explosives to destroy an American military base leaving a few survivors to be captured or killed by the Iranians or their allies. Within minutes every military base in Central Command will cease to exist. It seems the men and women on those USAF, Marine and Army bases will serve the same purpose as the Persian Gulf and Mediterranean fleets. They will sacrifice their lives not to attack Iran because they will be dead before they can do any harm to any Iranian civilians. They are there to die so the folks back home will be absolutely convinced that World War III is a really good idea.

Previously, I wrote an essay entitled “The Bankers Want America To Lose World War III”. The bankers passed NAFTA and ratified the WTO treaty to send 50,000 manufacturing plants overseas. The Lords of Wall Street do not serve in the armed forces. So they had their professors with Foundation grant money figure out that if America’s supply lines were stretched 8,000 miles to China on a dodgy credit card to China, the Americans will lose World War III. To ensure an American defeat they decided to attack two nations with strong ties to Russia and China. There are no accidents when you are dealing with bankers.

If you are a normal person, you might wonder why anyone would want to start World War III only to intentionally lose it. You must realize by now that the bankers are not normal people and that they despise you. They have stolen over 30 trillion dollars from you. They are covering their tracks by having Ben Bernanke hyperinflate the currency which will soon hyperinflate prices. Between now and the collapse of the dollar, the bankers have to either get you killed or put you in a lockdown prison called a National Security State. The bankers are in the process of stealing the last few dollars from our pensions and savings. When prices go sky high, they will have stolen your last few dollars, pounds and euros. You will be of no further use to them and it will be time for you to die. The most likely scenario is a series of plagues that the bankers imagine will kill from 6 to 6.5 billion people.

Why do you think they have purposefully placed Level 4 biohazards in Level 2 facilities? They would like Muslim terrorists from central casting to break into Level 2 facilities by stealing swipe cards from the jackets of researchers to release half a dozen different Level 4 killer plagues that were engineered to kill 90% plus of humans on contact. Why do you think they have been deliberately tampering with our immune systems by exposing us to MSG, aspartame, high fructose corn syrup, Bisphenol-A, fluoride, vaccine contaminants, Genetically Modified Organisms and radiation? Think of that lethal cocktail as prepping a site for a controlled demolition. The bankers are criminally insane but they do plan ahead.

Do not despair. I have previously explained why I think a plague will not work. (See References below.)

The point is that the bankers do not want you to be around to demand their arrest and to insist that they return all the money they stole from you. It is far better that 6 billion innocents die than guilty billionaires from New York and London are put into prisons with common criminals. I would hope you understand that the preceding words represent the views of the bankers and are not shared by me.

If you think World War III is a really bad idea and deliberately losing World War III is beyond insane, please share both this and the preceding article in this series. There is a related article which proves these bankers hate the Yids and want to kill a few million of them. “5 Minutes To Self-Immolation Of The Israeli Empire”. If you read this, you will understand that what I am doing cannot be construed to be anti-Semitic. There are insane people of Jewish descent screaming anti-Semite at anyone who does not want a war. I say that anyone who wants war with Syria, Iran and Hezbollah knowing they can and will retaliate by launching 150,000 missiles at Israel hates Yids. Israel is a small country. 42% of the Jews live in the 528 square mile area of Metropolitan Tel Aviv. Israel will have no choice but to launch half of its nuclear weapons at Muslim nations including Pakistan so the Israeli survivors are not massacred by justifiably angry Muslims. Then Pakistan will launch most of their nuclear weapons at Israel and India. At that point, your guess is as good as mine as to what would happen next.

The bottom line is that opposing the above scenario should be deemed a mark of sanity and clear thinking and not branded with racial epithets that really have been worn out from over use.

In conclusion I will remind you that the American 2012 elections have become a farce but that the military has some really big guns. They can vote against No Win wars, plagues and false flag Black Ops. Please circulate this far and wide and consider making a video that can go viral.

By the way, I have issued a Red Alert for March 8th which just happens to be the Jewish holiday Purim in 2012. It is possible that the CIA-Mossad-MI6 crowd might try to shut down the Internet only to allow a sanitized and controlled version to emerge a week or two later. Shutting down the Internet would be a necessary first step to establishing a true dictatorship.

Purim 2012 Red Alert: Fun For Netanyahu Might Not Be Good For You

Purim 2012 Red Alert: Fun For Netanyahu Might Not Be Good For You

This next article will give you an estimate of the timeline for the plagues, concentration camps and wars that Wall Street and the City of London have planned for you. I think we have 15 months until hyperinflation and devaluation cut your wages in half.

Translating Zero Hedge: Your Wages Will Be Cut In Half

Translating Zero Hedge: Your Wages Will Be Cut In Half

These are the instructions for the role playing exercise that would make a great video. People meed to see men and women who look like them really getting it that these politicians and bankers are pond scum and maniacs.

A Role Playing Exercise: ‘Let’s Attack Iran’

A Role Playing Exercise: ‘Let’s Attack Iran’

If you actually read this next article, you must conclude that the author is not an anti-Semite.

5 Minutes To Self-Immolation Of The Israeli Empire

5 Minutes To Self-Immolation Of The Israeli Empire

 

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