Muito se discutiu nos últimos dias, sobre uma bola de papel na cabeça de José Serra. Não que seja certo sair por ai jogando bolas de papel nos outros, mas sim porque ninguém acreditou (ou pelo menos quase ninguém) na encenação feita pelo candidato e pela principal rede de TV do País acerca da consequência da tal bolinha de papel. Ademais disso, e depois de ver a foto acima, eu gostaria mesmo que José Serra do PSDB ganhasse as eleições presidenciais brasileiras. No final das contas, os Cristãos ficam com a foto abaixo, tomara que haja cartazes de apoio a ela também.
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Leio que José Serra foi atingido na cabeça por uma perigosíssima bolinha de papel, em uma caminhada no Rio de Janeiro.
E que, por conta da gravidade do episódio, teve que abandonar o evento da campanha e submeter-se a uma tomografia!
É natural que candidatos, conforme o momento, ora queiram mostrar-se agressivos, ora queiram o papel de vítimas. Mas, assim é mesmo ridículo.
Pelo menos Serra teve o motivo para deixar de fazer o que não gosta, andar em meio a povo e os jornais e TVs tiveram o motivo para criar um drama em torno a uma bolinha de papel.
A candidata Marina Silva fez por José Serra precisamente o que os estrategistas dele pensaram: evitou a vitória de Dilma Roussef no primeiro turno das eleições. Inteligentemente, os meios de comunicação a serviço de José Serra investiram na candidatura eco-farsante, que atingiu quase 20% dos votos válidos e possibilitou que Serra, com votação à volta de 32%, fosse à segunda volta.
Dilma deve vencer, afinal, ainda que os votos de Marina dividam-se ao meio. Não creio, todavia, que a divisão seja nessa proporção. Uma parcela dos eleitores de Marina apoiou-a por vergonha de serem claramente udenistas e votarem em Serra. Agora, essa vergonha está ultrapassada.
Uma parcela maior será mais dificilmente cooptada pelas hostes udenistas, mesmo que Marina declare apoio formal a Serra, o que é provável ocorrer. Ela não ignora o papel que desempenhou e as gratidões que deve ter. Mas, é um pouco complicado para os eleitores dela compreenderem uma postura frontalmente contrária ao lado em que esteve até há bem pouco.
Marina terá que apostar tudo em Serra, porque, do contrário, esvai-se sua densidade eleitoral rapidamente, posto que construída com mais que seu discurso vazio, baseado em uma aparente sofisticação que consiste em quase nada. Na verdade, esse forte desempenho deve-se mais ao forte apoio mediático e isso perde-se tão rápido como se conquista, quando é instrumental.
Não parece que os eleitores de Marina que se podem dizer convictos tenham saudades do modelo fernandino que Serra representa. Daí, esses votos assemelham-se mais aos de Dilma que aos de Serra. Claro que a obtenção de mais vinte dias para bombardeio mediático incessante vão dar esperanças ao neo-udenismo.
Mas, convém observar o quadro total das eleições. Os maiores representantes do modelo neo-udenista foram extirpados nessas eleições, o que é bastante significativo.
O ex-senador mais agressivamente contrário a Lula – um indivíduo que nunca recuou do arrogante e do descortês – está sem mandato, porque o povo do Ceará não o quis reeleger.
Um dos mais agressivos e certamente o mais patético dos ex-senadores contrários ao Presidente – um indivíduo que chegou a dizer que daria uma surra no Lula – não deve eleger-se, porque os amazonenses não o quiseram mais.
O arenista mais longevo do país, um ex-senador e ex-vice-presidente da república – discreto e não merecedor de acusações de agressividade ou descortesia – foi rejeitado pelo povo pernambucano de forma muito eloquente.
Um ex-senador, herdeiro do homem mais truculento dos últimos 40 anos de história política do Brasil, foi rejeitado maciçamente na Bahia.
O líder maior do único partido com ligação histórica direta com a última ditadura militar – partido que tem a vantagem de ser declaradamente direitista – e que se supunha crítico mordaz do governo de Lula, foi rejeitado pelo eleitorado do Rio de Janeiro.
O farsante pseudo-intelectual verde que disputou a eleição para o governo do Rio de Janeiro amargou uma derrota por diferença maior que quarenta por cento dos votos daquele Estado.
Esse quadro permite ver que a segunda volta é uma eleição mais nacional do que o segregacionista José Serra gostaria que fosse. O novo líder das oposições no país será o razoável Senador Aécio Neves, um homem – aqui o lugar comum é inevitável – que tem as virtudes mineiras. Ele sabe que o Brasil não é São Paulo apenas.
Os apoios de José Serra para o segundo turno serão os de sempre. Uma ou duas revistas semanais, três jornais e algumas TVs, o que é muito. Mas, os votos são das pessoas.
Uma mistificação política antiga, porém de razoável eficácia prática, são os candidatos auto-anunciados de terceira via. Em eleições majoritárias, com dois turnos de votação, caso seja necessário o segundo, evidencia-se que não há o terceiro alternativo. Não apenas porque evidentemente só disputam dois, mas porque o terceiro alinhar-se-a a um desses dois. No fundo ele era menos terceiro que dizia.
Claro que não se trata de afirmar a impossibilidade de três candidaturas competitivas, que podem existir. Todavia, quando uma terceira via é sabidamente incapaz de êxito final, ele serve a uma das duas viáveis. Pode servir voluntária ou involuntariamente, mas é pouco razoável acreditar em movimentos eleitorais involuntários, vindos dos jogadores.
Uma característica marcante das candidaturas terceira via é parecerem opção intelectualmente mais sofisticada e, por isso mesmo, menos abrangentes e aptas a seduzirem menos pessoas. Isso dá conforto ao eleitor que acha a real marca por trás da terceira via muito truculenta ou estigmatizada. E um conforto duplo, porque ele sabe que não trai os objetivos reais, no fundo.
Uma comparação possível – e precária como todas as comparações – é com a prática relativamente comum de montadoras de automóveis terem marcas de prestígio, em que carros feitos sobre as mesmas plataformas da marca mais popular têm um destaque, maiores preços e menores vendas. Um automóvel Lexus é e não é um Toyota, ao mesmo tempo.
As eleições presidenciais brasileiras, do próximo dia 03 de outubro, têm uma candidadura muito festejada de terceira via. Trata-se de Marina Silva, ex-ministra do meio ambiente do governo do Presidente Lula. Quando ainda ministra, ela era constantemente acossada e até ridicularizada pelos media dominantes, jornais e TVs e revistas semanais pseudo-informativas.
Após deixar o ministério e anunciar sua candidatura verde, passou a merecer uma abordagem mediática suave, quase ingênua. Criou-se a figura da candidata idealista, lutadora quixotesca pelo valor ecológico supremo. Passou a ser cortejada pelos mesmos media que a atacavam, convidada a entrevistas em que as opiniões propriamente políticas eram favoráveis à candidatura udenisto-ornitóloga e as opiniões programáticas eram quase o vazio.
O meio ambiente é parte de qualquer programa político governativo, seja em um sentido, seja em outro. Além de ser algo sumamente importante, os tempos não permitem deixar o assunto de lado. Contudo, não se sustenta uma postulação cuja única matéria tratada é o meio ambiente, como não se sustentaria uma que girasse exclusivamente em torno às comunicações, ou à educação, ou à justiça.
Uma parte não se confunde com o todo que integra e as pessoas percebem isso e os próprios candidatos também. A candidata sabe, que não é tola, que é preciso mais que um discurso ecológico para vencer eleições presidenciais. E sabe que não pode acusar o eleitorado de ser tolo por não se preocupar com a ecologia.
O eleitorado preocupa-se cada vez mais com a ecologia, embora de forma difusa e superficial, a partir das informações distorcidas que recebe dos meios de comunicação, que alternam desde a ecologia de plantação de alfaces até a de endeusamento de plantas geneticamente modificadas.
Resulta que a oferta de informações superficiais, cambiantes e, às vezes, claramente compradas por algum interesse leva o público a perceber que há uma questão, mas também a percebê-la como um detalhe imerso em muitas outras coisas mais imediatas. O discurso restringe-se e torna-se sedutor ao cidadão que, embora ignorando quantos litros de água descem numa descarga sanitária, acha sofisticado e up to date votar verde e só verde. Mas, o verde está no azul, no vermelho, no amarelo, basta um prisma para constatá-lo.
Hoje, a candidata Dilma Roussef tem 10% de vantagem sobre os outros somados, em três dos quatro grandes institutos de sondagens eleitorais. Em um deles, que parece ajustar seus resultados obedecendo a uma lógica astrológica, ela tem 04% de vantagem. Em qualquer deles, portanto, com ou sem astrologia, ela venceria as eleições na primeira volta.
Por isso a aposta neo-udenista – a variante que acresce os pássaros aos mamíferos – no crescimento da terceira via, porque seria a única forma de levar a decisão para a segunda volta, sem a terceira via na disputa, é claro. Assim, e em política não há o assado, está claro a quem interessa falar de crescimento da candidatura verde e tentar aumentar esse crescimento.
Curioso seria se desse certo e a embalagem verde acarretasse a segunda volta e passasse a ela. Não sei realmente como se comportaria a congregação neo-udenista. Imagino que se esforçariam para superar a estupefação e tomar o controle da surpresa eleitotoral, como donos dela que são.
Imagino, contudo, que seria pior que se conseguissem ir à segunda volta com seu próprio Toyota. Porque a decisão entre Dilma Roussef e Marina Silva permitiria apostar em resultado francamente favorável à primeira. Uma decisão entre Dilma e José Serra seria mais imprevisível e por margem mais apertada, porque a nitidez é mais vantajosa no jogo sem empate.
O segundo turno é muito remoto, mas convém lembrar que tipo de estratégia utilizou-se para tentar fazer com que ocorresse. E lembrar que a estória de terceira via não passa de estratégia eleitoral de um dos lados, considerando quem serviu a quem.
José Serra, candidato a Presidente, foi dar uma entrevista à jornalista Márcia Peltier, do canal de televisão CNT. Convém lembrar que Serra, ele mesmo ou por seus prepostos mediáticos, repete à exaustão que o atual governo é autoritário com a liberdade de imprensa.
Pois bem: ele perdeu o controle e foi de imensa descortesia com a jornalista, apenas porque ela disse-lhe que as quebras de sigilo de que tanto se fala deram-se antes do período eleitoral e falou das pesquisas. Acusou o programa de ser uma montagem, de ser um esquema do partido da candidata Dilma Roussef. Foi extremamente grosseiro e mimado e disse que ia embora e queria que o vídeo fosse apagado.
Pediu à emissora as fitas da gravação e recebeu-as! Ora, Serra, o democrático, quer escolher as perguntas que os jornalistas lhe fazem? Só fala e só responde a quem serve perfeitamente ao seu roteiro? E, ainda por cima, confisca as imagens de sua grosseria?
Recebi esse texto de um amigo colombiano, dei uma olhada na história de Antanas Mockus. Conversando com Izabella (namorada), descobri que ele contratou mímicos para ridicularizar pessoas que violavam as leis de trânsito, e descobriu que dava mais resultado do que multas, já que as pessoas ficavam envergonhadas com as besteiras que faziam reproduzidas pelos mímicos, também apareceu na TV tomando banho com a esposa para ensinar as pessoas a economizar água. Como, domingo (30/05/2010), foram as eleições na Colômbia, e vai acabar tendo segundo turno, achei interessante passar o texto para frente por aqui, afinal tá na hora de esquecer um pouco os hermanos de baixo (Argentina) e olhar um pouco pros hermanos de cima, tá na hora de acabar o esquema de futebol de cabeças e falsos positivos por lá… Os colombianos agradecem.
(Infelizmente o texto todo está em castelhano, mas fora algumas palavras próprias de escândalos e regionalismos acredito que dê pra ler sem maiores problemas)
Severiano Miranda
Por: Miguel Ángel Bernal (Movimiento Visionarios por Colombia)
Cuando nací, en julio de 1974, el presidente electo era el liberal Alfonso López Michelsen. Poco supe de él. Sólo que se inventó una ventanilla siniestra para que los narcos lavaran la platica en el Banco de la República y que su primo hermano, Jaime Michelsen Uribe, desfalcó al grupo Grancolombiano en miles de millones de pesos dejando en la calle a muchos ahorradores.
Luego, cuando tuve alguito de uso de razón, en 1978, fue electo el también liberal Julio César Turbay Ayala. De él supe un poco más, pero no más alentador. Tenía una política que se conocía como el Estatuto de Seguridad que en el papel era para preservar la democracia y en la práctica era para matar a comunistas armados y desarmados. Además, el M-19 se le tomó una embajada llena de embajadores y se le fueron para Cuba muertos de la risa. Para la posteridad sólo lo recordaría como la inspiración de los mejores chistes idiotas de idiotas que hubiese podido escuchar. Ahora para contárselos a mi hijo le tengo que hacer una clase de historia de este pintoresco personaje.