Em Esparta, a educação era dura para quem a tinha. Dez ou quinze por cento da população tinham que dominar os restantes pela espada. Eles, os espartanos, eram retirados de suas famílias muito novos.
As mães, ao entregarem seus filhos à educação estatal, davam-lhe o escudo e a espada e diziam-lhes para retornarem, ou com a primeira em punho, ou deitados sobre o segundo. Ou vitoriosos, ou mortos! Claro que, mães que eram, diziam-no obrigadas.
Os jovens espartanos eram estimulados, nessa educação, a tudo fazerem, a tudo arriscarem, a matarem, se quisessem, um escravo ou estrangeiro. Mas, se fossem descobertos, levavam uma surra que os deixava a beira da morte, eram largados a esmo, depois de espancados, para morrerem. Ou seja, tudo era possível, desde que desse certo, desde que não fossem descobertos. Havia risco e o erro não se pagava com dinheiro, mas com dor de pauladas mortais.
A emulação atual de aristocracia tomou de Esparta a parte fácil. Tornou em privilégio o que era ensino de bravura e de assunção de riscos. Um rapaz oriundo de Eton – escola inglesa que se diz aristocrática – fazia o que eles fazem: vandalismo de ricos. É interessante notar, falando-se de ingleses, que não brigavam nas ruas, propriamente.
Enchiam-se de cerveja ou uísque e saiam quebrando as lojas vizinhas. Chegava a polícia e os prendia. Chegavam os pais deles – ou seus prepostos – e pagavam indenizações pelos danos causados por brincadeiras juvenis!
Disso saem primeiros-ministros da Inglaterra. Assim como saíram do grupo dos desertores Presidentes dos EUA, como George Walker Bush e William Clinton. E vândalos como Cameron chamam de vândalos quem faz o mesmo, no que diz respeito às quebras de vidros…