Tag: Chico Buarque
Escuta com atenção e, se preferires, de olhos fechados. Repara a complexidade das harmonias e a doçura delas. Repara a poesia, simples, saudosa – claro – direta, simples, imagética.
Chico explica que fez as letras em cima de melodia do maestro Sivuca, que compôs a valsinha em 1947.
O que há de genial de Chico não está nesses livros que lhe têm dado prêmios. Ainda hoje, com um sorriso discretinho no canto da boca ele diz que não tem coisa nenhuma a ver com a filha do Geisel. Então, tá certo!
O vídeo tem nítido contorno político, assim como teve a interpretação de Chico desses versos divinos de João Cabral de Melo Neto.
A questão enseja essa abordagem porque a divisão das terras no Brasil ensejou e enseja muita pobreza e muita violência.
A poesia cabralina não era motivada politicamente, todavia, e o poeta não se agradou da abordagem de Chico, embora a tenha autorizado.
Tu as les tropiques dans le sang e sur la peau…
Bela homenagem a Bola de Sebo, de Guy de Maupassant.
Profecia poética.
Carolina, nos seus olhos fundos guarda tanta dor, a dor de todo esse mundo
Eu já lhe expliquei, que não vai dar, seu pranto não vai nada ajudar
Eu já convidei para dançar, é hora, já sei, de aproveitar
Lá fora, amor, uma rosa nasceu, todo mundo sambou, uma estrela caiu
Eu bem que mostrei sorrindo, pela janela, ah que lindo
Mas Carolina não viu…
Carolina, nos seus olhos tristes, guarda tanto amor, o amor que já não existe,
Eu bem que avisei, vai acabar, de tudo lhe dei para aceitar
Mil versos cantei pra lhe agradar, agora não sei como explicar
Lá fora, amor, uma rosa morreu, uma festa acabou, nosso barco partiu
Eu bem que mostrei a ela, o tempo passou na janela e só Carolina não viu.
Nós gatos já nascemos pobres, porém já nascemos livres…
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Quem lembra de ter conhecido e estimado proximamente, lembra de outras formas.