Uma pessoa muito estimada queixava-se, há pouco, de receber uns vinte e-mails diários com as mais diversas e sórdidas vulgaridades contra a Presidente Dilma Roussef.
A julgar por meu interlocutor – admitindo-se que muitas comunicações dão-se entre pessoas da mesma classe social – trata-se de gente de classe média alta. Ou seja, as classes médias altas urbanas brasileiras são profundamente vulgares e agressivas, além de pouco instruídas e bastante vaidosas.
São profundamente subservientes e incultas e dão o cú à brincadeira para agradar qualquer coisinha que venha de fora, ao mesmo tempo em que esforçam-se ao máximo para exercer seu preconceito de classe contra aqueles cujo trabalho barato os enriqueceu.
São entreguistas: corretores auxiliares dos grandes corretores do país. São aqueles que, relativamente a Lula, faziam piadas grosseiras quanto à falta de instrução formal do Presidente. Faziam piada – suprema vulgaridade – com o fato do Lula ter perdido um dedo da mão, em um acidente de trabalho!
Com a doutora Dilma – que é engenheira mais capaz que nove entre dez desses profissionais no Brasil – qual piada farão? Farão o óbvio, que a vulgaridade é previsível. Farão piadas simplesmente porque ela é mulher, porque é divorciada, porque não está magra.
Com essa gente nada se faz, excepto, é claro, roubar o Estado e promover tertúlias de gente a pensar que uísque é o auge da elegância.