http://youtu.be/9GdO9WRxmow
Moto, estradas nas montanhas, isso implica manutenção de motocicletas.
Um espaço de convívio entre amigos, que acabou por se tornar um arquivo protegido por um só curador.
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Andrei,
Isso é um show, isso é Zen, isso é um sonho que nunca consegui realizar e que não posso por a culpa da sua não consecução em outros: simplesmente passei no tempo.
Penso que conheço a estrada onde se dá esse Zen; parece com a rodovia costeira do norte ao sul da Califórnia.
Mesmo não tendo realizado o meu antigo sonho de ter uma moto baixinha e potente, e ficando sempre vendo a paisagem pela janela do carro como se fosse uma televisão, entro rápido no espírito de contemplar a paisagem, de procurar ver as mudanças da vegetação, do relevo, do solo, da necessidade de concentração no ato de pilotar a moto e do funcionamento da máquina.
Isso é Zen e é também de parte do que fala Robert Persig em “Zen e a arte da manutenção de motocicletas”.
Hoje, já com alguma insegurança em me equilibrar em uma bicicleta, ainda curto rolar em uma boa estrada em um carro baixo e estável, para me sentir mais proximo do chão, relativamente devagar para poder “olhar pela televisão” e apreciar a paisagem, e tentando pilotar com suavidade (executar o ato com a maior precisão – um dos preceitos do caminho óctuplo do Buda), buscando ter a sensação que muitas vezes vi o meu pai ter em longas viagens, quanto, ao desligar finalmente o motor do carro, olhava sorrindo para mim e dizia: “dirigi bem, o carro estava bom e foi uma viagem boa!”.
Acho que ele também praticava um Zen e apreciava os seus efeitos.
Recomendo a você.
Com os meus melhores desejos de um Ano Novo de muita saúde, tranquilidade e avanços no auto-conhecimento para você e Olívia, em “gasho” mando um fraterno abraço.
Namasté !!!
Sidarta
Rapaz, acho que o cara da moto devia estar a caminho de Sacramento, não? Ou seria de São Francisco?
Tentei saber se o relógio ao centro é um conta-giros ou um velocímetro. Acho que era esse último. De toda sorte, esses motores V2 com comando de válvulas no bloco – as varetas são visíveis – têm um torque imenso. A impressão é que o cara praticamente não muda de marchas.
O cara roda devagar, é notável. E devia estar muito concentrado.
Eu dirijo muito concentrado, nas estradas. Quero antecipar o que há pela frente, fazer as coisas da maneira menos súbita possível, ou seja, da maneira mais analógica possível.
Procuro trocar as marchas rapidamente, para o giro não cair muito. Evitar qualquer coisa brusca.
Gosto de dirigir nas estradas. Ao mesmo tempo, consigo ater-me um pouco ao que passa e à paisagem. Como se a concentração fosse uma síntese disjuntiva.
Sinto as forças nas costas no banco e nas laterais. Sinto a solidez do carro e a comunicação da pista por meio da direção.
Enfim, sinto também as boas jornadas.
Grandíssimo abraço em ti e na Senhora Sidarta. Tudo de bom.
Valeu. Fico satisfeito com a sua pratica natural do zen. O trecho da estrada, com falesias à direita, sugere a proximidade do mar e a regiao chamada de scenic highway entre san francisco e san jose. Sacramento fica no deserto norte da callifornia.
Olha que delicia este dialogo Zen . Também curto demais dirigir , curto as boas jornadas . E quanto ao livro preciso ler novamente poisnaquela época não sacava o que era Zen.