Começo esse post, com uma pergunta que me foi feita outro dia por Luiz Eduardo (@LuizEdRodrigues). Na ocasião discutiamos sobre a notícia recém dada de que a “Apple Store brasileira é a mais cara do mundo”! Segundo a notícia veiculada, a empresa que fez a pesquisa somou os preços (com impostos) dos modelos de entrada dos cinco produtos mais vendidos (iPad 2, MacBook Air, iPod Touch, MacBook Pro e iMac) em 37 lojas online da Apple no mundo. Depois, a empresa os dividiu por cinco para chegar a uma média de preço geral, sem a definição do produto, sempre transformando as moedas locais em dólar, euro e libra.
Segundo a pesquisa, pagamos na média de preço desse “produto geral” 580,00 US$ a mais que nos paises de preços mais baixos, e entre os paises de preços mais baixos estão Malásia, Hong Kong e Cingapura. Pra que não digam que é nos EUA, paraíso das compras “não oficiais” brasileiras, que está o procurado tesouro… Pelo menos não lá somente. Os preços seguem:
As Apple Stores mais caras do mundo | ||||
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1ª | Brasil (Média de preços – US$ 1.386) | |||
2ª | República Tcheca (Média de preços – US$ 1.297) | |||
3ª | Tailândia (Média de preços – US$ 1.171) | |||
4ª | Noruega (Média de preços – US$ 1.103) | |||
5ª | Dinamarca (Média de preços – US$ 1.075) | |||
As Apple Stores mais baratas do mundo | ||||
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1ª | Malásia (Média de preços – US$ 803) | |||
2ª | Canadá (Média de preços – US$ 804) | |||
3ª | Hong Kong (Média de preços – US$ 807) | |||
4ª | Estados Unidos (Média de preços – US$ 819) | |||
5ª | Cingapura (Média de preços – US$ 849) |
Fato é que no Brasil realmente pagamos caríssimo por produtos que em outros lugares não tem esse valor, outro exemplo muito bom, é o dos vinhos. Vinhos europeus que custam 5 ou 6 €$, chegam ao Brasil custando 50,00 R$, ora, se 5 €$ são em média 12,50 R$, 100% de lucro em cima seria 25,00 R$. Então o cara que vende os vinhos tá ganhando uma nota, e ai alguem pode dizer, mas tem o transporte e outros custos embutidos, e a resposta lógica a essa afirmativa é: isso seria verdade, se os preços das cervejas importadas também disparassem, o que não é certo. E que eu saiba, os custos de transporte e etc. são bem semelhantes, já que as bebidas se assemelham, são garrafas, de mais ou menos a mesma quantidade de bebida, enfim…
No caso em questão, das bebidas, o imposto é mais alto, e nem isso justifica o alto preço dos vinhos, seguindo a mesma semelhança com o caso das cervejas, e por falar em imposto, isso foi muito bem colocado por Andrei, quando falou:
“Brasil, país de ladrões.
Mais do mesmo e do óbvio. Revejo mercados em Portugal: tudo – tudo mesmo, sem excepções quaisquer – é mais barato que no Brasil, em termos absolutos e em termos relativos também, é claro, porque aqui a moeda é ainda mais forte.
A tolice que domina os meios de comunicação apontaria os canhões para a carga tributária, essa coisa culpada por tudo.
Ora, ora… A carga tributária, ó gentis tucaninhos e leitores de veja, é maior aqui que aí. Então, com quê se fica, se o culpado de sempre não está disponível?
Fica-se com a ladroagem despudorada dos grandes varejistas, dos vendedores de carros, dos vendedores de telefones, computadores, telecomunicações e tudo o mais. Se fosse falar dos vendedores de dinheiro, perderia demasiado tempo…”
Os exemplos são demasiados, mas depois do exposto pelo próprio Andrei, fica a frase que Luiz Silveira proferiu em nossa discussão, pra fechar o post, como fechou a discussão anteriormente: “O consumo no brasil deve ser excludente para nos sentirmos exclusivos.“.
Os preços não vão cair, porque o sentimento é bem esse… Me arrisco a dizer da maioria, de exclusivismo… Os exclusivos têm carro e não se vêm como povo que são, e não transporte público, veremos como estarão as cidades daqui a algum tempo, com as carroças de Collor (sim porque olha na figura abaixo como eles andam no México), e sem transporte público de qualidade. Vai ser o caos.
Caro Severiano,
Essa comparação de preços com o México é muito pertinente. Trabalhei algum tempo por lá e comparei preços de hotéis, carros e comida. Com salários 1/3 a 1/2 maiores do que os nossos, pagam 1/3 a 1/2 menos do que pagamos aqui.
Assustei-me quando constatei que um Renault Megane 1.6 16V mecânico “completo” (e até com mais coisas do que o “completo” que a gente tinha aqui em casa) custava perto da metade do que pagamos pelo mesmo carro aqui, ambos Made in Brazil!
O México, em geral, tem um “jeitão” de sudeste do Brasil, com melhor infraestrutura de estradas, cidades mais bem cuidadas e serviços públicos também melhores… mas não muito. Há Holiday Inn em cidades do porte de Gravatá e Caruaru. Do porte de Campina tem Sheraton ***** e outras coisas mais.
Comparando-se uma cidade do tamanho de Gravatá com uma similar mexicana em um estado no centro-sul do país, para não se aproximar dos USA, lá existem mais hotéis, menos buracos nas calçadas e nas ruas, e menos violência, a menos que você esteja filiado a um bando de narcotraficantes disputando terreno.
Com relação às mulheres, que não são parte do tema da questão, observei que têm, em geral, as descendentes dos aztecas, as pernas grossas e as coxas não tão grossas, um tanto quanto “zambetas” (parecem uma função hiperbólica), a cintura grossa e um feitio anatômico cilíndrico dos ombros aos quadris. Como ficam muito tempo em pé, também não têm bundas vistosas. Pernas e coxas são também mais cilíndricas do que cônicas.
Comecei a teorizar sobre esse biotipo muito marcante e imaginei que isso devia ser devido ao fato de morarem em grandes altitudes e de carregarem vasos com água e sacos de comida dos vales para as suas casas nas montanhas, fazendo com que a base de apoio dos pés se alargasse (pernas zambetas) e as pernas engrossassem para que pudessem suportar o peso extra nas subidas (enquanto o momento fletor é maior na base das coxas, a força de cizalhamento é maior perto dos tornozelos).
Essa postura zambeta coloca a linha que passa pelo centro de gravidade do corpo bem entre os pés, que ficam naturalmente bem afastados um do outro, favorecendo a estabilidade quando carregam peso e até quando descansam em pé.
Um fator que também me ajudou a pensar sobre essa teoria é que os homens mexicanos descendentes dos aztecas quase nunca carregam peso, param a cada uma a duas horas para descansar e esperar que o espírito chegue até eles (diz Castañeda que o espirito divaga e porisso anda mais devagar do que o corpo), e não dispensam a siesta depois do almoço, enquanto as mulheres estão trabalhando cuidando da prole e de que não falte água nem tortilla em casa para o vadio do maridão.
Nas cidades maiores quase todas pintam os cabelos de louro americano, usam saltos altos e jeans apertados… mas não conseguem disfarçar que não são descendentes dos colonizadores. De costas até podem enganar, mas uma olhada de frente revela que as suas tataravós ou ancestrais mais remotas ainda devem ter convivido com descendentes dos que conheceram Montezuma.
Alguém se arrisca e desenvolver e a defender essa tese ???
Se algum antropólogo partir para o estudo e ainda não conhecer o México, recomendo que tenha mesmo cuidado com “a maldição de Montezuma”, uma diarréia sensacional que se adquire quando se come comida nas barracas nas ruas de qualquer cidade. Dor de barriga de comer acaragé em Salvador é “bronca safada”…
Voltando à questão dos preços, a grande diferença para o Brasil é que os preços das bonitas mulheres “prestadoras de serviços” nos melhores hotéis está dolarizado e bem alto, algo semelhante aos 1000 dólares que as ucranianas estão cobrando, em média, por uma noitada “rapidinha” com um incauto brasileiro em Paris.
Procurei saber também o custo desses serviços no México… mas não gastei os meus dólares neles, ah,ah,ah,… nem também em Paris.
Grande abraço,
Sidarta
Esse negócio dos preços no Brasil é obsceno. Não há custos logísticos nem tributários que expliquem a enormidade da diferença: é ladroagem mesmo.
Consome-se praticamente a qualquer preço, o que permite aos vendedores praticarem margens de lucro imensas.
Há um aspecto muito, mas muito, perverso nisso. Grande parte da melhora na distribuição das rendas para as camadas mais baixas é reapropriada pelos concentradores de sempre!
O pior não são as comparações com a Europa, são as comparações com os vizinhos… Argentina, México, Chile… Se ganha MUITO dinheiro no Brasil, MUITO…
Não obstante, nas Damas, maior colégio de Campina Grande, todos os anos, as coitadas das freiras sempre faziam grandes reuniões de pais para dizer que o colégio estava em vias de fechar, e necessitavam mais dinheiro… E assim justificar os aumentos nas mensalidades.. O colégio nunca chegou nem perto de fechar um dia sequer. Mas os preços…………
O que, além de tudo, só confirma que Jesus é um grande salvador, mas um péssimo administrador! HORRÍVEL!!
Sidarta, toda regra tem uma exceção, talvez essa seja a dos preços no Brasil, há demasiadas mulheres bonitas em nosso país, e concorrência, para que os preços subam tanto! =D
Os preços por aqui são mesmo de lascar e é porisso que se traz tanta tralheira quando se vai para Orlando; na Europa não é tão barato.
Em 1989 eu paguei 150 dolares, junto com dois amigos brasileiros também funcionários de estatais, para ver o show do Crazy Horse em Paris. 10 x 0 no show Lido !!!
No meio do show um garçon portugues discretamente nos informou que uma “rapidinha” com uma das coristas saía por 600 dólares e um colega do Acre chegou a se interessar. Economizei os meus dólares, mas teria sido uma experiencia interessante para contar depois… independente do desfecho.
O preço desse serviço na França, feito por mão-de-obra importada da Ucrânia (elas dizem que são russas para impressionar mais) está hoje em 1000 dólares, o que é mais ou menos o preço no La Licorne ou em alguma casa melhor de São Paulo.
Vamos montar uma importadora de ucranianas; aprendem rápido portugues e, como o mercado local está muito inflacionado, podem fazer o que os chineses estão fazendo por aqui baixando um pouco os preços dos seus carros mesmo que os pedais de freio entortem em uma pisada com maior força, ous eja, que mesmo sendo ucranianas queiram se passar por russas.