Antes dos pecados e dos pagamentos por eles, vai uma advert^^encia. O texto n~~ao ter´´a a grafia correta dos acentos agudo, grave e circunflexo e do til. ´´E problema de um v´´irus – um malware, para ser correto – que infecta meu computador. Esse neg´´ocio ´´e absolutamente genial e sutil. ´´E o v´´irus mais destruidor que j´´a vi, porque, a princ´´ipio, reputa-se uma bobagem. Todavia, rapidamente, percebe-se que ele inviabilizou a comunicaç~~ao e o trabalho a partir do computador.
N~~ao ´´e poss´´ivel escrever em portugu^^es sem os acentos e o til, sem que se produza um texto, ou ileg´´ivel por cansativo, ou sem significaç~~ao, por quest~~oes de sem^^antica. O mais ´´obvio que me vem “a mente ´´e o per´´iodo que comece com o verbo ser flexionado na terceira pessoa do singular. N~~ao consigo, nas atuais condiç~~oes, dizer ele ´´e! O v´´irus faz que saia isso que se viu: dois acentos agudos e a vogal e.
Tentarei, para ser menos cansativo que incompreens´´ivel, fazer o seguinte: suprimirei o til e usarei o acento agudo como o v´´irus imp~~oe. Assim, n~~ao ser´´a nao, mas ´´e ser´´a ´´e. Segunda-feira, ou formato o computador, ou tenho um infarto, ou compro outro…
Pecar e pagar ´´e delinquir para ser absolvido e delinquir de novo, para ser novamente absolvido e assim sucessivamente. ´´E algo que faz sentido para as pessoas, individualmente, pois o pecado p´´ublico suporia uma alma p´´ublica e pl´´urima, algo meio dif´´icil de conceber.
O pecado vem a prop´´osito das interpretaç~~oes da crise econ^^omica que se lançam nos media. De uma forma geral, fala-se de expiar a culpa da prodigalidade nos gastos feitos com dinheiro que nao se tinha. Ou seja, as pessoas endividaram-se para manter padroes de consumo incompativeis com seus rendimentos reais e isso conduziu a uma crise economica enorme, que ameaça os EUA e a Europa.
Que as pessoas gastaram demais, ´´e certo. Agora, conv´´em observar o que significa as pessoas terem gastado demais, o que se encontra na raiz disso e o que isso pode acarretar.
As pessoas gastaram muito porque lhes disseram que o deviam fazer. As pessoas, as maiorias, fazem o que lhes dizem que façam, sempre. E so fazem o que ´´e poss´´ivel fazer. Ora, s´´o se gastou demais porque houve e ainda h´´a cr´´edito demais. E cr´´edito, sabemos quem o disponibiliza.
A consequ^^encia de terem gastado demais ´´e estarem endividadas, o que ´´e otimo para governos e bancos. Os endividados terao que pagar juros mais altos pelos creditos tomados, porque convencionou-se que o tamanho da divida ´´e risco do nao pagamento dos seus juros.
Os riscos de emprestimos feitos por bancos sao calculados precisamente por eles, inclusive no que respeita “as possibilidades de incumprimento em que os governos entram em cena. No limite, trata-se de levar o maximo de gente ao endividamento e de levar os governos a garantirem as dividas, porque eles podem apanhar dinheiro do todo das populaç~~oes para transferir aos bancos.
O que surge como um problema dos cidadaos Joao, Jose e Joaquim torna-se um problema do Estado, que assume dividas variadas e impoe a todos parcela de sacrificio, ate aos que nao se tinham endividado.
Aquilo que se resolveria no calote, classico e praticado varias vezes na historia, torna-se uma contaminaçao generalizada de dividas a comprometerem os Estados. A maior parte dos defices publicos nao passa de assunçao de dividas privadas pela entidade que pode socializar os prejuizos.
Essa bomba pode ser desarmada se for possivel desarmar a bomba do moralismo contaminante da pseudo-ciencia economica.
A Senhora Merkel ´´e filha de um pastor luterano, o que ´´e repleto de significados. Ela, e a maioria que ela representa, acreditam em retribuiçoes divinas para a alma coletiva. Retribuiçoes que se fazem pela austeridade de um povo pedidor a Deus e seguidor de uma moral auto-penitente e auto-glorificadora.
Ora, todos os povos europeus pedem a alguem, aos Deuses que lhes convem e geralmente ao Deus que se diz o mesmo, sempre. Por que recebem diferentemente? Est´´a claro que nao ´´e uma questao de Deus ou nao Deus, ´´e uma questao de dominio.
Tambem esta claro que as pessoas tem que se sentir culpadas e expiadoras de uma culpa que n~~ao se sabe bem qual ´´e.
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