Um espaço de convívio entre amigos, que acabou por se tornar um arquivo protegido por um só curador.

Para não dizer que não falei das flores, de Geraldo Vandré, em 1968.

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O principal é a música. Ou, melhor diria eu, o poema cantado de Vandré. Ele versejou no condoreiro, arrisco-me a dizer. Bem ritmado, triste e guandiloquente, visionário.

Todavia, as imagens vêem a calhar. São pequeníssima amostra de quanta violência praticou-se abertamente contra todo tipo de gente, no período ditatorial brasileiro, de 1964 a 1985.

Atualmente, tornou-se moda considerar que essas violências foram alguma bobagem a ser esquecida. Qualquer tentativa de abordar o tema – aqui nem se fala de punir alguém – acarreta reações variáveis entre a tolice pura e simples e a patifaria.

Os cultivadores do presente contínuo – que equivocadamente chamam de futuro triunfante – acham anacrônico estudar história! Mas, de mocinhos e mocinhas satisfeitos, haveria outra coisa que esperar?

7 Comments

  1. Germano

    o mal feito ao país (1964-1985) é incomensurável. De que aqueles calhordas imbecis e covardes tinham medo afinal? Na década de 60 tínhamos uma verdadeira revolução cultural em andamento. Tínhamos Celso Furtado, tínhamos Geraldo Vandré, tínhamos intelecto. O que eles fizeram? Aquele Brasil medíocre dos anos 70! Se querem uma prova mais cabal de que tudo deu errado, basta pesquisar o que era o Brasil dos anos 70. Lembro de um termo que se usava quando eu era criança: boco-moco (acho que é assim que se escreve). E era coronel para cá e para lá, nas grandes empresas. E tinha o finor dando dinheiro para “desenvolver” o Nordeste. Marco Maciel era governador. E tudo era proibido. E não tinha conversa que prestasse. Só bobagens. Já pensaram se Lula tive acontecido ao Brasil há 40 anos? Desculpem-me o tom queixoso. Vai ver que é esse Haydn que escuto.

  2. Germano

    o Brasil seria uma Coréia com cara de Suécia!

  3. Germano

    o tema é rico e Haydn me anima:
    Anos 60: CPC, Oduvaldo Vianna Filho
    Anos 70: hebe camargo e silvio santos.
    Meu Deus, eu poderia processar os golpistas (civis e militares) pelo prejuízo que causaram à minha formação!

  4. Andrei Barros Correia

    Realmente, é desolador, Germano. E mais ainda quando se vêem muitas pessoas achando que nada aconteceu demais.

    Foi a consagração do hermetismo e o estancamento de muitos processos interessantes em curso.

    Patrocinaram muito fortemente o entretenimento de massas, notadamente por via televisiva. Para anestesiar.

  5. maria

    Ainda bem que uma grande parte da população tem hoje uma noção melhor do que aconteceu.

  6. maria

    A música e letra de Vandré me emocionam ,vivi esta época.

  7. Maria

    Devemos começar a construir um Museu em homenagem às vítimas da Ditadura, para que se lembre a Ditadura e para que os descendentes dos ditadores jamais se esqueçam do que eles fizeram.

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