Caro Severiano, quando vires essa postagem, toma como um convite para saíres da preguiça e voltares a escrever. E não leves a mal esse chamamento meio público, mas nesses assuntos tu tens muito mais talento e conhecimento que eu.
Voltei-me a essa matéria porque estamos na iminência de ter os serviços da GVT em Campina Grande. Trata-se de uma empresa de telecomunicações, recentemente adquirida pela Vivendi, francesa, que tem ofertado prestações de conexão de internet muito boas, se comparadas ao que se tem atualmente.
Essa questão das conexões, muito ruins, traz à mente a absurda desproporção entre a oferta de hardware e de conectividade. Embora computadores e outros petrechos tecnológicos sejam caros, no Brasil, esse não é propriamente um grande problema. São caros, mas não são impossíveis. Além disso, para a maioria das coisas a que serve de ferramenta um computador, para o usuário comum, o que existe vai bem.
O gargalo são as conexões, realmente muito ruins. Há que se insistir nisso. Eu, por exemplo, uso uma conexão 3g em casa, dessas de celular, da operadora Claro, do multimilionário mexicano. No preciso momento em que escrevo essas linhas, a conexão nada tem de 3g. Está lentíssima, operando em sinal 2g e caindo sempre. Lenta e instável, portanto.
A parte que me cabe, nessa estória, está sendo cumprida, quer dizer, as contas são pagas. E não só eu, mas todos cumprem sua parte, até porque se não pagar o serviço é suspenso. Quem não age corretamente são as empresas e o governo regulador. As empresas vendem e não entregam, sob o olhar complacente do regulador.
E veem-se muitos preocupadíssimos em ter computadores de última geração, telefones com mil e um recursos, o mais recente lançamento da Apple, o Blackberry mais poderoso e por aí vai. Acabam por ser um Jaguar sem gasolina no tanque, ou uma Ferrari em piso esburacado!
Olá, Andrei. Boa noite. Não tenho números. Trata-se, portanto, de palpite, e nada mais do que isso. Contudo: no modo de produção capitalista não se vende apenas a utilidade da coisa; vende-se um “plus” que relaciona-se, ao menos em parte, ao status que a posse da coisa confere ao possuidor. Esse “pormenor” poderia, validado o argumento que apresentei, explicar o porquê da venda dos “carros” não ser afetada na mesma proporção da “escassez” do “combustível”. Outra hipótese, esta em outra linha de raciocínio (uma não descartando a outra), é a necessidade de grandes inversões para compatibilizar a quantidade / qualidade do “combustível” ou da “pista de rodagem” com os “automóveis” modernos, o que as Telefonicas, Embrateis e similares não parecem ter grande interesse em fazer (boa parte do que já existe elas receberam quase de graça na década de 90, na privatização do sistema).
Já desculpando-me pela extensão exagerada do comentário (minha capacidade de síntese está tal e qual a conectividade denunciada …), mando-lhe um abraço cordial. Só. JORGE
Jorge,
Sempre no plano da especulação, acho que esse plus poderia ser chamado, aqui, de moda. Isso leva a que se adquiram muitas coisas para além de suas utilidades.
A patifaria das privatizações brasileiras colocou-nos mais fora de foco do que habitualmente estávamos. Quer dizer, levou-nos à bipolaridade máxima.
Uns, sentem-se obrigados a ver nela uma coisa maravilhosa, embora a realidade desminta isso a todo momento. Outros, a demoniza-la em si.
A prestação de alguns serviços por particulares pode funcionar. Mas, implica um Estado regulador presente. Do contrário, o prestador massacra o consumidor.
Afinal, o capitalismo sem regras so desagua nisso.
Ando ficando cada dia mais preguiçoso para trabalhar com computador e já penso em ter somente um celular razoável para poder baixar o mail do GMAIL (onde posso ver os títulos sem ter que baixar o conteúdo), editar algum arquivo em WORD ou EXCEL e um GPS interno que me oriente quando saio além dos “meus pastos” em Recife ou em Campina, com o Google Maps.
Um aparelho interessante é o Motorola DEXT, com teclado físico completo. Confira na internet. A CLARO está vendendo em promoção com um preço alto mas menos desonesto do que os que a TIM pede pelo Nokia N97 e o iPhone 3GS.
O Nokia N97 é muito complicado e o iPhone é temperamental e não tem chip de dados, tudo tem que ser transferido para um computador por Bluetooth ou cabo pois se quebrar não há jeito de recuperar as informações que estão no aparelho… e a tela fica logo suja de mancha de dedo.
Por conta disso, comecei a estudar o celular Motorola DEXT com um plano de dados e uma operadora que me conviesse e aí constatei a armadilha de todas as operadoras sobre os planos que oferecem e o que você bem chama de massacre do consumidor.
Veja um exemplo: o plano de download ilimitado a 1Mbps baixa a velocidade para 128Kbps quando o volume de download chega a 2MB por mês, ou seja, não se consegue, na prática, baixar mais de 2Gb por mes com nenhum plano 3G de 1Mbps, o maior deles por enquanto, mas paga-se alto pela impossível hipótese.
Sugestão: se voce não é de ficar baixando filmes e muitas musicas em celular fique com um plano de 250Mb/mes com velocidade 3G de 1Mbps que deve dar para baixar o mail do Gmail, ver algumas páginas de notícias e não se perder em Campina Grande.
Isso custa entre 40 e 50 reais / mês na TIM ou na CLARO. Fora disso voce vai ter também que pagar para falar pelo celular…a um custo adicional de mais uns 100 reais por mes.
A coisa é mesmo complicada sem se fazer uma pesquisa boa e desisti de comprar um BMW que estava em promoção por conta exatamente dele ser muito baixo e raspar nas lombadas e em muitos buracos; ando pensando em um FIAT Mille, bem alto e que quase consegue andar sem gasolina (brincadeira… é que como o BMW é sedutor mas muito caro acho, como a raposa da fábula, que as “uvas estão verdes”).
Sidarta,
Talvez melhor seja um computador portátil daqueles bem pequenos, desde que tenha um HD razoável.
Mas o problema sempre termina nas conexões. O sinal é ruim, nem sempre é 3g, a cobertura é ridícula.
Acho que um BMW não se sai muito bem em cidades brasileiras. Já imaginou na época de chuvas. Os muitos cavalos que estão sob o capô do carro podem até atrofiar-se.