A forma de atuar do governo dos EUA é conhecida e previsível, tomando-se em conta a quais interesses serve e seu histórico recente. Gerar ameaças e mantê-las atualizadas, ou seja, constantes, é o objetivo imediato.

O objetivo mediato é fazer o restante do mundo pagar-lhes para combaterem a ameaça, qualquer que seja. Desde a queda da URSS, esse meio de atuar aprofundou-se e pulverizou-se. A substituição necessitou ser constante e programada.

Bem programada, deve-se dizer. Realmente, atuar fora da bipolaridade requer muito mais responsabilidade e habilidade que antes, quando a brincadeira era mais evidentemente combinada com os russos. Eles não forjaram um histórico de atuação estratégica cuidadosa e inteligente, simplesmente transpuseram os nomes nos manuais.

O jogo de enfrentar al quaedas e coisas do gênero, inclusive criando líderes de coisa nenhuma, é pouco perigoso. Mas, ele pressupõe um controle que somente se tem quando todos são oriundos de uma mesma matriz. A verdadeira pulverização de uma ameaça não está prevista.

O Paquistão não se resume a meia dúzia de generais riquíssimos e profundamente laicos. E as agressões norte-americanas no mundo inteiro não são poucas, nem geradoras de pequenos ressentimentos que se possam controlar com políticos subornados.

Portanto, convinha que passassem a jogar com mais habilidade, porque esses generais não detém 100 ogivas nucleares por direito divino e imutável…