Vem a público, por meio do Wall Street Journal, que o Banco Goldman Sachs ajudou a Grécia a disfarçar seus débitos públicos. Quer dizer, forneceu à Grécia serviços parecidos aos de branqueamento de capitais, que todos os bancos fazem. Com vários débitos públicos artificialmente alongados, os gregos conseguiram burlar as regras da UE para essa matéria.
Agora, são os mesmos prestadores desses serviços que põem a faca no pescoço do governo grego, para que este a ponha nos pescoços dos cidadãos gregos. O ideal seria que todos tivessem uma faca nos seus pescoços, inclusive os bancos, que fizeram parte da festa!
Fica evidente que a atuação dos grandes financistas é semelhante à de traficantes de drogas ilícitas que financiem os próprios dependentes. Quando algum problema torna-se público, o traficante alinha-se com a repressão e todos punem o consumidor! Grande mecanismo de sociabilização de custos chamado solenemente de responsabilidade fiscal e obediência às leis.
Caro Andrei. Na mosca. Resumiu com clareza a atuação dos banqueiros. A Grécia é mais uma Christiane F. das nações. Nenhum purismo ideológico no que falo. Até porque cedo minha força de trabalho a um banco de governo. O que hoje quer dizer uma cafetina oficial. Precisando de um banco para crescer? Tem não. Não sei se é mérito do governo Lula ou pura sorte, ventos soprando a favor. Mas a distância do FMI e a folga em relação a dívida com a banca internacional nos livram da pressão que os PIIGS ( Irlanda dançou também) vem sofrendo. Prá mim exemplo cristalino de banqueiro em todos os ítens/aspectos/atitudes são os irmãos Safra. O terceiro irmão, que faleceu em Mônaco colocou o seu banco unicamente para gerenciar grandes fortunas da comunidade judaica. Tinha por hábito não emprestar nada a ninguém. Essa é a linha mestra deles. Mas quando a banca resolve emprestar…veja o pagamento como se dá.
Pois é, Domingos. Como se poderiam classificar instituições que nunca perdem.
Isso foge até à lógica que eles dizem seguir, ou seja, à tomada de riscos. Eles sempre conseguem sociabilizar os riscos!