Michel de Montaigne alinhava entre os piores males do humano a tagarelice. É aquele falar sem fim de bobagens, ligadas umas às outras por laços fraquíssimos e, principalmente, relativa sempre a si mesmo. O tagarela não se interessa por nada mais que ele e sua vontade de serem os outros confirmações dele. Eu fui, eu estive, eu fiz, eu vi, eu acho, fulano disse, fulano foi, fulano achou, esse arcabouço discursivo é o dizer-se contínuo e dizer-se nada.
Plutarco parece ter-se interessado menos em dizer do que a tagarelice seria de mal humano. Talvez tenha saltado o diagnóstico, de tão evidente que é. Passou à constatação de algo quase trágico: ela é incurável.
Como tudo, sua remediação dependeria de palavras e que estas fossem escutadas. A tagarelice, de sua essência, é antitética ao escutar, portanto imune ao único remédio disponível.
Aí está: grave e incurável…
Touché!
Vivre la vie monastique….!
Também, Sidarta, mas não apenas.
Nous pouvons rester silencieux sans aller aux monastère.