Um espaço de convívio entre amigos, que acabou por se tornar um arquivo protegido por um só curador.

Espanha ganha o mundial. Foi a melhor equipe.

Iniesta.

A equipe espanhola jogou o futebol mais bonito desse mundial e foi a grande campeã, merecidamente. Abundaram os talentos e o toque de bola rápido e para frente, como apontou Tostão.

E Diego Forlán, do Uruguai, foi escolhido o melhor jogador do mundial, e foi.

3 Comments

  1. miguel

    Caro Andrei,
    Sem dúvida, o titulo foi inteiramente merecido. Mas esta equipa espanhola não foi só a melhor equipa, na verdade, tal mérito pode ser obtido de diversas formas. Penso que é uma equipa que merece ser celebrada e um dia será, sem dúvida, recordada.
    Esta selecção espanhola é uma equipa imaginada, tem por base uma ideia especifica de talento colectivo, feito de circulação da bola entre todos, de abandono do posicionamento estático, rigido dos jogadores (muito na linha da escola holandesa!).
    É um futebol que se afirma apartir da sua criatividade e não da força ou do choque entre blocos, dilui-se, procura espaços e cria jogo.
    Tem a marca das grandes equipas porque cria.
    Ao seu nível, e só falando das equipas que conheci e tenho memória, apenas me lembro da “laranja mecânica” e da selecção Brasileira de 82.
    Mas esta equipa espanhola é mais completa, tem ideia de um futebol total, ofensivo e defensivo, é laboriosa, humilde porque consciente do seu valor e dos seus limites.
    Agrada-me que tenha na sua génese a ideia de talento tático cosido com talento técnico. Abandona, em muito, a ideia de força ou de combate, seja ao gosto racional e poderoso germânico, de resistência e astúcia italiana, de força e talento geneticamente modificado françês, do talento metido numa camisa de forças do actual Brasil, ou de bravos guerreiros guiados pelo seu lider providencial da Argentina, Portugal e outras equipas “sudacas”.
    Esta equipa está mais próxima da arte que do combate, respira civilização.
    Um abraço, meu caro amigo,
    miguel.

    • andrei barros correia

      Prezado Miguel,

      Não tenho retoques a fazer ao teu comentário. Lúcido e preciso.

      A espanhola é uma equipe imaginada a partir do talento coletivo. Realmente – sem que isso seja reducionismo ou anedota, que não é – trata-se do Barcelona aperfeiçoado.

      Barcelona, que também como disseste, tem muito do sistema holandês orginal, de que eles, holandeses, afastaram-se muito, hoje.

      Talvez concordes com uma percepção que me ocorreu agora. Precisamente quando eles afastaram-se daquele apelido e daquela forma de ser que era a Fúria, tiveram êxito. Ora, o futebol não é algo a se fazer furiosamente.

      Grande abraço.

      • miguel

        Caro Andrei,
        Concordo inteiramente.
        Esta Espanha é uma Espanha catalã, tem a sua identidade em Barcelona, na sua inteligência e criatividade, substitui a fúria castelhana, obstinada, sangrenta, matriz identitária de uma Espanha histórica.
        E, quando, no futebol ou em qualquer outra coisa, o talento servido pela inteligência supera a força, a fúria ou a mera organização, percebemos que algo se ganhou.
        Um abraço.

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