Um espaço de convívio entre amigos, que acabou por se tornar um arquivo protegido por um só curador.

Entreguismo e a mudança que não foi.

Tornou-se lugar-comum nas discussões políticas brasileiras o tipo que foi, supostamente, esquerdista, no período inicial da ditadura inaugurada em 1964, e que, depois, mudou de idéia, porque viu a luz na estrada de Damasco.

Essa gente diz que teve um dia posições de esquerda, mas que, depois, chamados a ocuparem os postos-chaves do Estado, tiveram que assumir compromisso com a verdade única e religiosa que se travestia em economia.

Ou seja, já governantes, governaram para todos os interesses alheios aos do seu país, porque isso era inevitável e mais, porque isso seria bom inclusive para o próprio país. Revela uma capacidade de mentir extraordinária.

A insistência no destino imutável é de se notar. Imutável e impossível de ser diferentemente era tudo aquilo que seus patrões lhes impunham e que eles se empenhavam em vender ao público pagante, com a ajuda sempre preste de uma imprensa voltada aos mesmos fins.

Casos clássicos são os do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso e do ex-ministro e ex-governador de São Paulo José Serra.

Essa mudança não houve, nem como aceitação póstera de suborno. O suborno foi aceito desde o princípio de suas atividades políticas e acadêmicas. Acadêmicas, aqui, vale apenas para Fernando Henrique, porque José Serra não se graduou em coisa alguma.

Eles contaram com financiamentos da Fundação Ford e da CIA, desde os inícios, como é o caso do CEBRAP. Foram comprados desde o início e muito significativo é que seus esquerdismos não tenham causado grandes embaraços a eles, em plena ditadura de extrema direita.

Essa gente não mudou, ela sempre foi a mesma coisa, apenas disfarçada ao início…

2 Comments

  1. Carlos

    Andrei, Serra, com certeza, estava a serviço da CIA. Frei Betto conta uma estória que foi convidado para uma conversa na casa dele, juntamente com FHC. Conversaram sobre política e etc. Em seguida, FHC marcou um novo encontro e o careca insistiu que fosse lá novamente. Resultado, a conversa estava sendo gravada pelo SNI.

    Vou procurar o vídeo no youtube e te mando, mas, Frei Betto, que não é bobo, não dá nome aos bois, fazendo menção apenas que a conversa fora regada a vinho chileno.

  2. Andrei Barros Correia

    Pois é, Carlos. E há muitos deles por aí, inclusive uns antigos integrantes do PCB…

    Engraçado é que a coisa é tão evidente, que tentam caracteriza-la como uma viragem posterior à visão da inevitabilidade do consenso de Washington, porque realmente seria mais indigno se assumissem que sempre estiveram onde estão.

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