Não havia, até agora, lido uma linha do que pensa D. Duarte. Não sou monárquico, nem deixo de sê-lo, pois não é algo como aderir a uma equipe de futebol. É, antes, uma necessidade ou desnecessidade política, ou seja, algo que pode ter sentido, como tem na Espanha. Para Portugal, hoje, não teria grande serventia, além dos riscos de alguma união dinástica…
Mas, não será por conta da desnecessidade política da monarquia, nem das desconfianças com a figura do herdeiro presuntivo bragantino, que se lhe devam negar as homenagens pela sugestão genial que deu.
Pois D. Duarte afirma que um empréstimo do Brasil a Portugal seria sempre melhor que um do FMI e mais, que o primeiro poderia desempenhar para a CPLP o papel que a Alemanha começa a fartar-se de ter na UE.
É admirável que D. Duarte esteja preocupado com isso, embora sejam idéias muito antigas. Para termos uma noção das diferenças possíveis entre seres aparentados, o fulano Bragança que se diz herdeiro da coroa imperial brasileira ocupa-se em estar presente a eventos de entidades proto-fascistas, a acompanhar-se de dignitários da Opus Dei e a falar de direito natural! Por isso mesmo, não seduz qualquer um, pois é um herdeiro preso a tolices e desassuntos.
Alguém poderá dizer que D. Duarte repete obviedades. A grandeza, todavia, está precisamente nas obviedades que a maioria julga inexistências. Ele diz, por exemplo, que Angola pode vir a ser, futuramente, o que o Brasil será brevemente, ou seja, uma potência econômica.
O Brasil tem capacidade de ser o motor do desenvolvimento económico de todos os países lusófonos. Dito assim, parece singelo, perceptível em números, mas quem o haveria de dizer? Lançou, ou relançou, o grande projeto, o único afinal que faz sentido para a lusofonia.
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