Um espaço de convívio entre amigos, que acabou por se tornar um arquivo protegido por um só curador.

Categoria: Notícia (Page 8 of 13)

Argentina 3 x 1 México. A diferença é o talento.

Carlos Tévez

Não tenho qualquer ilusão de que diminuirá a avalanche de lugares-comuns e dentre eles aquele da fragilidade da defesa argentina. Ora, dessas equipes que passaram da primeira fase nenhuma tem defesa propriamente frágil. Hoje, a defesa é uma obsessão de todas as equipes, que jogam de forma muito parecida por isso mesmo.

A defesa mais eficiente do mundo voltou para a península sem classificar-se! A Inglaterra, que não tem defesa ruim, tomou quatro dos alemães. A diferença, para quem quiser percebê-la, é dispor de algum talento do meio para frente, pois as defesas em muito se equivalem.

A diferença dos alemães são os médios Özil e Podolski, além de uma irritante capacidade de guardarem as posições corretas, é claro. E a diferença da Argentina é quase a equipe toda. Deve ser um jogo memorável.

Cogito disso aqui apenas por diletantismo, porque é impossibilidade óbvia. Mas, se fosse possível, trocaria todos os Gilbertos, Felipes Melos e Júlios Baptistas por um Verón.

Hoy, es como si yo fuera uruguayo.

Suárez

Uruguay 2 x 1 Coréia do Sul. Agora, a Celeste vai aos quartos-de-final. É uma boa equipe, considerando-se a aridez futebolística reinante. Não há aquela correria toda e ingenuidade do Chile, nem o talento argentino, mas é bastante regular e conta com Forlan e Suárez em boa fase.

Sou um anacrônico cultivador de identidades e sou, por isso, parcial. Espero que os sudacas, nós, continuemos em frente.

Ajuda para Alagoas e Pernambuco.

Alagoas

As enchentes da semana passada deixaram mais de 80.000 pessoas desabrigadas e 16 mortos em Pernambuco, e mais de 70.000 mil desabrigados, 29 mortos e 135 desaparecidos em Alagoas.

Quanto ao sofrimento dos que perderam tudo não se tem muito a falar. Então, fala-se de ajuda, ou em mantimentos ou em dinheiro. Existem pontos específicos nos dois Estados para doações em mantimentos. Também já podem ser feitas doações em dinheiro pelas seguintes contas correntes:

Doações para a população de Alagoas:

– Banco do Brasil – Agência 3557-2, Conta-corrente 5241-8;
– Caixa Econômica Federal – Agência 2735, Conta-corrente 955-6;
– Bradesco – Agência 389-1, Conta-corrente 10.000-5;
– Banco do Nordeste – Agência 031-0, Conta-corrente 19.542-2

Doações para a população de Pernambuco:

– Banco do Brasil – Agência 1836-8, Conta-corrente 100.000-4;
– Bradesco – Agência 3201-8, Conta-corrente 600.000-2;
– Banco do Nordeste – Agência 044-2, Conta-corrente 21.462-7

Vamos ajudar!

Portugal absoluto.

Portugal 7 x 0 Coréia do Norte. Vitória eloquente em um dia sem erros de Carlos Queiroz. Entrou quem devia e saiu quem devia, nos momentos certos. Assim, além do grande saldo de gols, ganha-se bastante confiança.

Algo que fica mais claro, neste mundial, é a importância de marcar o primeiro gol. Até equipes supostamente bem estruturadas perdem o rumo, quando isso ocorre. São obrigadas a partirem ao ataque e podem acontecer coisas como a avassaladora investida portuguesa contra a Coréia do Norte.

Brasil faz bela apresentação contra a Costa do Marfim.

Brasil 3 x 1 Costa do Marfim, em bela apresentação, embora não tenha chegado a ser exuberante. A equipe marfinense é fisicamente forte, violenta e maliciosa e defende-se mal. Não tinha percebido os últimos aspectos no jogo contra Portugal, mas agora pareceram-me bastante claros. Depois de sofrer o primeiro gol, perderam-se.

Luís Fabiano conseguiu meter dois gols, o que foi ótimo porque ele deve acalmar-se um pouco e melhorar o próprio desempenho. Era um futebolista evidentemente ansioso e meio transtornado na primeira partida. E o primeiro, devo dizer sem meias palavras, foi lindo.

Elano prova que esforço e inteligência podem suprir insuficiências técnicas. Nunca se destacou por grandes habilidades e, na verdade, é mesmo muito limitado. Todavia, sempre está no lugar certo e não procura complicar as coisas, além de ser extremamente laborioso.

Kaká, o ungido do Deus da prosperidade, precisa deixar de ser menino mimado e jogar futebol. Tem-lhe faltado inteligência, embora sobre talento. Creio que ele não compreende como as coisas podem estar a andar mediocremente e isso contribui para que continuem assim.

Os dois laterais brasileiros são bons, o Michel Bastos e o Maicon. O primeiro pode jogar mais ainda e somar bastante às potencialidades de Robinho.

O ministério público eleitoral tem quantos votos?

A pergunta pode, à primeira vista, parecer impertinente. Mas, não é. Se o ministério público eleitoral quer fazer política tem que ir em busca de votos pois, do contrário, não está habilitado para as últimas práticas adotadas.

O fato é que essa instituição pediu ao tribunal superior eleitoral a retirada do ar de um blogue chamado Amigos do Presidente, porque veiculou a notícia de que um relatório de bancos suíços previu a possibilidade da candidata à presidência Dilma Roussef vencer as eleições logo no primeiro turno.

Ora, essa previsão dos bancos foi amplamente divulgada em vários meios de comunicação. Por que, então, a fúria do ministério público eleitoral dirige-se apenas contra o blogue mencionado?

Existe um blogue chamado Amigos do Serra, o outro candidato na disputa, e este site faz campanha aberta para ele. Porque nunca foi objeto de alguma preocupação do zeloso ministério público eleitoral?

Não cabe a essa instituição o papel de censura, prévia ou póstuma, de qualquer meio de comunicação, principalmente se os critérios para a censura são desconhecidos, ou se são aleatórios, ou mesmo inspirados pela vontade de privilegiar uma das candidaturas à presidência.

Não é pouco absurdo o pedido de retirada do site do ar, porque a discussão política é livre. Além disso, revela uma abordagem até mesmo tola. Ora, se um site estiver hospedado em outro país, nem ministério público, nem qualquer tribunal brasileiro conseguirão retirá-lo do ar e a tentativa soará como um flerte com o autoritarismo ridículo.

Se o autoritarismo passar a dirigir-se indistintamente a sites apoiadores das duas candidaturas permanecerá o absurdo. Uma coisa é violar as condições de igualdade formal das eleições por abuso de poder econômico ou violar a lei com ataques à honorabilidade à guisa de fazer campanha e outra distinta é discutir política e dar informações. Convém não as confundir ou partir em busca de votos.

E a Espanha ein? Que fiasco… E a suiça ein? Que felicidade!!!

A Espanha fez seu debut no mundial. Mundial este que estou acompanhando de vez em quando pelo diário esportivo espanhol Marca, esse dai do calendário (debut inclusive é a palavra que eles usam pro time estreante).

Eu podia escrever aqui muito sobre o jogo, porém o mais interessante de se acompanhar as reportagens pelo Marca, é que há muitos comentários lá mesmo, e além dos espanhóis há também portugueses e muitos sul-americanos, ou como eles chamam “sudacas”, a rivalidade entre as seleções, do Brasil, da Argentina, de Portugal e da Espanha estão presentes, além de outros paises (afinal é um jornal grande e há notícias de todos as seleções, então é de se esperar que quem saiba arranhar uma escrita em castelhano dê uma comentada por ali). Além de ma rivalidade muito grande entre as torcidas do Barcelona e do Real Madrid, entre outras, dentro da própria Espanha.

Então deixo vocês com alguns comentários colhidos por lá e as fotos da vitória da Suiça.

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Por qué votaré por Mockus

Recebi esse texto de um amigo colombiano, dei uma olhada na história de Antanas Mockus. Conversando com Izabella (namorada), descobri que ele contratou mímicos para ridicularizar pessoas que violavam as leis de trânsito, e descobriu que dava mais resultado do que multas, já que as pessoas ficavam envergonhadas com as besteiras que faziam reproduzidas pelos mímicos, também apareceu na TV tomando banho com a esposa para ensinar as pessoas a economizar água. Como, domingo (30/05/2010), foram as eleições na Colômbia, e vai acabar tendo segundo turno, achei interessante passar o texto para frente por aqui, afinal tá na hora de esquecer um pouco os hermanos de baixo (Argentina) e olhar um pouco pros hermanos de cima, tá na hora de acabar o esquema de futebol de cabeças e falsos positivos por lá… Os colombianos agradecem.

(Infelizmente o texto todo está em castelhano, mas fora algumas palavras próprias de escândalos e regionalismos acredito que dê pra ler sem maiores problemas)

Severiano Miranda

Por: Miguel Ángel Bernal (Movimiento Visionarios por Colombia)

Cuando nací, en julio de 1974, el presidente electo era el liberal Alfonso López Michelsen. Poco supe de él. Sólo que se inventó una ventanilla siniestra para que los narcos lavaran la platica en el Banco de la República y que su primo hermano, Jaime Michelsen Uribe, desfalcó al grupo Grancolombiano en miles de millones de pesos dejando en la calle a muchos ahorradores.

Luego, cuando tuve alguito de uso de razón, en 1978, fue electo el también liberal Julio César Turbay Ayala. De él supe un poco más, pero no más alentador. Tenía una política que se conocía como el Estatuto de Seguridad que en el papel era para preservar la democracia y en la práctica era para matar a comunistas armados y desarmados. Además, el M-19 se le tomó una embajada llena de embajadores y se le fueron para Cuba muertos de la risa. Para la posteridad sólo lo recordaría como la inspiración de los mejores chistes idiotas de idiotas que hubiese podido escuchar. Ahora para contárselos a mi hijo le tengo que hacer una clase de historia de este pintoresco personaje.

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José Serra faz comentário estúpido sobre a Bolívia.

El justiciero.

O candidato José Serra oscila ao sabor das idéias de seus consultores de propaganda. No princípio da campanha disseram-lhe que não era inteligente mostrar-se como a antítese do Presidente Lula, porque ele tem aprovação de 75% da população brasileira. Então, José Serra tentou vender a imagem de continuador do Lula, o que soou estranho, pois o suposto continuado tinha escolhido sua continuadora.

Esse era um Serra suavizado, afirmando preocupações sociais, negando seus conhecidos preconceitos regionais, tentando, enfim, dizer que não acabaria as coisas que fizeram do Lula o mais popular Presidente até hoje. Não resultou grande coisa essa estratégia. Realmente, soa falso o indivíduo sair a desdizer toda uma série de coisas que as pessoas habituaram-se a ouví-lo dizer e fazer.

Eis que os ventos mudam e volta à cena o Serra mais legítimo, radical, policialesco e francamente irresponsável. Devem ter dito a ele que convinha recuperar o discurso da dureza e não parecer um maricas conciliador. As recomendações foram seguidas à risca e o candidato voltou a tecer comentários tolos, preconceituosos e irresponsáveis sobre países vizinhos.

Há pouco, essa estratégia de vender imagem de rigor tinha-no levado a dizer que o Mercosul era uma coisa desprezível, agredindo gratuitamente três países vizinhos e grandes parceiros comerciais do Brasil: a Argentina, o Uruguai e o Paraguai. E agredindo as evidências econômicas.

Agora, o candidato volta-se contra a Bolívia e reedita a lógica a partir da qual os norte-americanos promoveram uma militarização da Colômbia, tentaram a do México, elevaram os grandes traficantes de entorpecentes ilegais desses países a influentes milionários, irrigaram o mercado de lavagem de capitais, aumentaram os lucros dos vendedores de armamentos e aumentaram o consumo dos mesmos entorpecentes.

Serra diz que a Bolívia, um estado soberano de direito e país vizinho ao Brasil, é leniente com o tráfico de entorpecentes para o Brasil. Ora, convinha que Serra dissesse alguma coisa sobre a polícia do Estado de São Paulo, que ele governa há anos, porque não consta que entorpecentes sejam vendidos lá por seres invisíveis.

Além de ser uma idéia tola e superada – a culpabilização do outro – foi uma agressão irresponsável a um país que, de resto, é um pequeno produtor de cocaína. Até o mais fascista dos propagandistas da campanha presidencial do Serra sabe que o grande produtor e vendedor mundial de cocaína é a Colômbia, a despeito de toda a encenação militarista que lá se produz e de terem os governos recentes tornado o país em uma base norte-americana.

Essa gente sabe muito bem que só se vende o que se compra, mas não diz uma palavra sobre o mercado consumidor de cocaína de São Paulo, nem sobre as estruturas de comércio ilegal de entorpecentes, infiltradas nas polícias. Nada disso, o problema está na Bolívia, que é leniente!

Evidentemente que essa proposição padece de ilogicidade, perceptível por quem se dispuser a pensar um pouco e informar-se outro tanto. Todavia, o recurso a tal discurso é bastante revelador. Primeiramente, de uma enorme leviandade e desprezo pelos destinatários. Sim, porque o candidato alterna posições segundo a imediata conveniência, sem preocupar-se com o nível intelectual das afirmações, nem com as grosserias que elas podem veicular.

Em segundo lugar, revela um perigoso aprisionamento do candidato pelos grupos mais radicalmente arbitrários e anacrônicos de suas hostes. Aqueles da sentença sumária, da indelicadeza elevada a virtude de objetividade, do preconceito elevado a virtude de moralismo, de tolice elevada a rigorismo, enfim, de mentira elevada a necessidade conforme a ocasião.

Afinal, tem o Serra coragem de levar o raciocínio adiante, desvelando tudo que subjaz a idéias como a que ele tem sobre a Bolívia? Proporá a invasão militar da Bolívia pelo Brasil, para fazer uma war on drugs? Ou proporá a invasão da Bolívia pelos Estados Unidos da América, a partir de bases cedidas no Brasil?

Seria interessante observar este candidato a seguir a escalada dos seus propagandistas rumo à República de Salò. Em certo momento, um desses especialistas em propaganda, apoiado em algum acadêmico a preço de ocasião, conclui que o público quer um líder mais duro ainda que um simples acusador de leniências bolivianas. Ou seja, descobrirão, com suporte científico, é claro, que as massas querem um justiceiro implacável. Então, José Serra – depois de inscrever-se em uma academia de ginástica e levantar uns pesos para muscular-se – dirá que o país está perdido para a imoralidade e para os criminosos.

Em seguida, proporá a castração dos criminosos, a criação de comitês científicos para estudar os desvios psíquicos e morais, a criminalização de opções sexuais e ideológicas diversas daquelas professadas pelos salvadores do povo. Subsequentemente, uma e outra milícia armada, para ajudar as forças públicas nessa purificação. Por fim, traria sempre ao lado uma onça pintada, novo símbolo dessa força brasileira.

Não creio, no fundo, que esse roteiro seja seguido, porque os tempos não favorecem e as tolices e excessos são mais ouvidos nas crises. Ora, a economia brasileira deve crescer 7% neste ano de 2010 e isso não se aproxima minimamente do conceito de crise, portanto, o discurso do justiceiro não é sedutor. Realmente, a imagem que ele queria passar anteriormente, embora mais falsa, parece-me que seria mais eficaz.

Espero muito sinceramente que nenhum desses propagandistas sugira ao Serra vestir-se à Zorro, porque ele poderia tomar a sério e ficaria ridículo e inadequado a um senhor de idade.

Brasil, Irã e Turquia celebram acordo sobre combustíveis nucleares. O êxito que a imprensa brasileira tentará esconder.

Presidentes Lula e Ahmadinejad

O Brasil, o Irã e a Turquia chegaram a um acordo por meio do qual os persas enviarão à Turquia 1.200 kg de urânio pouco enriquecido, em troca de matérial físsil mais enriquecido a ser utilizado em reator destinado a pesquisas médicas. O acordo está conforme ao que propunha a ONU, para solucionar o impasse sobre as pesquisas nucleares iranianas.

Nada obstante, muitos destilam suas decepções e fazem comentários céticos sobre o êxito, como a Senhora Rodham Clinton. É compreensível, pois o acordo deixa claro que se as negociações anteriores tivessem sido conduzidas com reais propósitos conciliatórios teriam chegado também a bom termo. Não faltaram aos norte-americanos e à ONU esforços, faltou boa-fé.

O acordo retira aos EUA o pretexto que invocariam na ocasião em que o Estado de Israel desferisse mais uma de suas ações agressivas contra seus vizinhos. Diriam, certamente, que Israel praticara mais uma de suas investidas bélicas desproporcionais, matando muita gente que nem se dá ao trabalho de pensar nessa maravilha teocrática com vistas para o mediterrâneo, porque afinal o Irã havia sido irresponsável com seu programa nuclear.

Essa desculpa, ao menos por enquanto, não servirá. Claro que encontrarão outra, mais adiante, e encherão a paciência de quantos ainda pensam por si, no mundo, a dizer que seus interesses bélicos imediatos confundem-se com problemas globais.

Alguém poderia sugerir a Israel que – em memória do grande pacifista Josué – abrisse a inspeções o complexo de Dimona.

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