Um espaço de convívio entre amigos, que acabou por se tornar um arquivo protegido por um só curador.

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Escalada do maniqueísmo superficial, sem poética nem mística.

Inicialmente, é preciso enunciar uma premissa básica: não existe imparcialidade jornalística. Contudo, não significa a impossibilidade de se comporem narrativas que não cheguem a serem puros editoriais. Também não deve implicar na confecção de discursos muito primários, em suas estruturas lógicas e no desprezo pelos fatos.

Contar fatos não é algo isento, embora os fatos em si o sejam. Eles não têm valor algum, positivo ou negativo, mas sua narrativa inevitavelmente tem. É comum o contador deixar-se levar por si e por seus tutores e por ênfase diferenciada aqui e acolá. Assim, a descrição já carrega alguma axiologia.

Diferentemente acontece com o sujeito que já chega com as conclusões pré-estabelecidas e as superpõe aos fatos, mesmo que o quadro resulte muito distorcido e as margens dos dois planos não se encontrem ajustadas. Esses descompassos muito gritantes chamam atenção.

Maniqueísmo rasteiro é ingrediente básico na construção dessas narrativas muito simplórias e reveladoras do desajuste entre os planos material e formal. Um maniqueísmo que já vem despido de qualquer elemento poético ou místico, que eventualmente podem dar-lhe alguma grandeza imoral.

Fato é que duas notícias – à falta de termo melhor, tive que ficar com este – retiveram minha atenção, nestes últimos dias. O jornal The Guardian informou que a Rússia promove escalada de militarização próximo às fronteiras com a Ucrânia e confirma com fotos aéreas e dá conotação nitidamente negativa. A notícia não é notícia, é um alarme e uma denúncia de má-ação dos russos.

Ora, qualquer pessoa raciocinante percebe logo à primeira que as movimentações são em território russo e que, portanto, não há qualquer coisa demais nisso. Em segundo lugar, muito mais alarmantes e agressivas são as movimentações da OTAN no Báltico, na Polônia e na Turquia.

Todo mundo sabe que a OTAN é um grêmio de sócios menores dos EUA em matéria bélica. Ela permite diluir as constantes provocações e por a serviço desta atividade de violar espaço aéreo e forçar prontidão das defesas anti-aéreas várias nações europeias.

A Rússia está cercada militarmente por todos os lados, há bastante tempo. Por isso mesmo, teve de desenvolver os melhores sistemas anti-aéreos que há, porque seria muito mais caro tentar uma força baseada em vasto número de aviões de caça. Ao contrário dos EUA, que dispõem da Dinamarca, da França, da Inglaterra, da Alemanha, da Holanda, da Suécia, da Espanha, da Áustria, da Bélgica, da Noruega, da Finlândia para promoverem vôos nas fronteiras, o império eslavo é ele só.

Vistas assim as coisas, o alarme do Guardian soa como é: ridículo, excessivo e rasteiramente maniqueísta. É quase a reivindicação da vassalagem voluntária e a denúncia da pretensão a defender-se. É de um cinismo adolescente supor que haveria qualquer outra coisa depois da OTAN promover um golpe de estado na Ucrânia e instalar algumas dezenas de nazistas semi-alfabetizados no poder.

A puerilidade encontra-se nisto de querer o direito a ignorar as consequências e, ao mesmo tempo, não poder ser chamado de estúpido. 

Depois destas parvoíces do Guardian, vejo outra notícia no El Pais, provavelmente mais infantil que a primeira e certamente mais desonesta intelectualmente. A chamada limitava-se a dizer que Putin ameaça fechar a torneira do gás à Ucrânia. Ou seja, Putin é aquele sujeito malvado que brinca de chantagear com o gás, como se se tratasse de algum capricho de um lunático autoritário.

A Gazprom realmente cogita cessar o fornecimento de gás à Ucrânia, mas não é por algum capricho, vingança, loucura ou coisas do tipo. É porque a Ucrânia não paga! E os novos suseranos da Ucrânia mostram-se incapazes de algum gesto de grandeza, daqueles que se esperam de gentes tão boas, democráticas, apegadas a normas jurídicas.

Na verdade, acredito na hora decisiva a Alemanha abrirá a carteira e pagará a conta, porque sai mais barato que ficar sem energia. Mas, embora esse desfecho previsível o seja para todos quantos pensam no assunto, há que se encenar entreatos de comédia e dar de comer à fome de maniqueísmo barato dos media.

José Dirceu: preso político duas vezes.

Acontece a José Dirceu a raridade de ter sido preso político na ditadura e estar em vias de novamente sê-lo, na aparente democracia regida pelo direito. É provável que na próxima semana seja realizada sua prisão, com algemas, equipes da TV Globo, fotógrafos dos jornais, toda a dramaticidade de uma degradação pública de alguém profundamente corajoso.

Isso resulta de uma farsa montada no tribunal mais alto do sistema judicial brasileiro. Algo tão burlesco que permite concluir que os juízes não erraram tecnicamente, mas fizeram deliberadamente algo que pode ter inúmeros nomes, exceto julgamento.

Uns juízes aparentam certa loucura, misturada com superficialidade e volubilidade; outros são conservadores de antiga fé, daqueles que dão a volta à casa armados, à noite, antes de deitar-se, à procura de algum comunista escondido nos jardins. Há deles tão vaidosos que estão continuamente a serviço de certa imprensa, que os adquire com espaços para dizer barbaridades em entrevistas, muito à vontade e sobre o assunto que quiserem. Por fim, há os covardes.

A imprensa dita grande – Globo, Folha de São Paulo e revista Veja – incumbiu o tribunal constitucional da missão de expurgar pessoas como José Dirceu, mesmo que isso implicasse a montagem de uma farsa tão ampla que levasse junto mais gente também inocente. E eles gostaram da incumbência e chegaram a exceder-se, principalmente pela ferocidade inquisidora e pela mendacidade do acusador-geral.

A coleção de violações às leis perpetradas nesse julgamento de fancaria é muito extensa e convém mencionar as principais. O último tribunal do sistema judicial só é juiz natural em matéria criminal para quem detém mandatos federais. Assim, o stf era absolutamente incompetente para iniciar julgamento criminnal de José Dirceu, por exemplo, que não era mais deputado federal.

Provas a favor dos réus foram suprimidas e ocultadas por meio de desmembramento de inquéritos e determinação de sigilo sobre os que evidenciavam não haver dinheiros públicos envolvidos. Realmente, o maior tribunal do pais encontrou o crime de peculato com dinheiro privado, algo que vai além do simples e corriqueiro desprezo pela lei, o que é comum nos juízes brasileiros.

O peculato é desvio e apropriação de dinheiro público e os famosos recursos pertenciam a um fundo privado da empresa VISANET. Para tornar as coisas mais absurdas, os serviços contratados foram prestados.

O presidente do tribunal esforçou-se para oferecer aos que o puseram em evidência mediática messiânica o máximo possível em linchamento bem ao gosto da pequena-burguesia, ou seja, sangue e humilhação como veículos de expiação moral. Para obter mais efeitos dramáticos foi necessário dar mais uma volta no parafuso das violações a direitos e garantias e fatiar – a expressão é do juiz – o julgamento por supostos crimes e julga-los em blocos.

Nunca o judicial brasileiro – pródigo em desprezo seletivo pela legislação e em subserviência aos interesses mais conservadores – produzira com tanta presa farsa tão digna de vaudeville. O nível caiu bastante, o que revela o grau de apoio da imprensa e o grau de desprezo pelo público razoavelmente alfabetizado, que rapidamente percebeu tratar-se de nada mais que um juízo de exceção em que os réus já entraram condenados.

Os juízes passaram a ficar à vontade demais, como se todo o país se compusesse de leitores da revista veja e perpetraram a imensa coleção de profanações à legislação sem preocupar-se com as aparências, com suas biografias, com nada, enfim. Chegaram ao grau zero de honra, porque não é razoável que tenham feito isso por ignorância formal.

Dois clowns togados sacaram dos bolsos um nome mágico: teoria do domínio do fato. Essa muleta serviu para fazer o que é absolutamente proibido no processo criminal: condenar sem provas. Mas, um dos pais da teoria, o alemão Roxin, veio a público dizer com todas as palavras que não se tratava de algo a permitir condenação criminal sem provas, como equivocadamente queriam os tradutores nacionais. E eles não coraram, não silenciaram e fizeram de conta que não tinham sido expostos ao ridículo.

Não há, nos autos da farsa, qualquer prova de pagamentos a parlamentares para votarem desta ou daquela forma, feitos com dinheiros públicos e de maneira sistemática e continuada. Ou seja, não há provas de corrupção ativa nem passiva, de peculato, nem de formação de quadrilha. Nada obstante, uma juíza disse com todas as palavras que embora não houvesse provas ela condenaria porque afinal ela podia fazer isso.

Novamente, estanco um pouco para insistir num ponto: o nível da farsa, o à vontade com que se perpetrou a coleção de violações, revelam bem a total falta de limites que inspira juízes amparados na imprensa e o total desprezo pelo público, porque têm a certeza de que é integralmente constituído de imbecis, o que é falso, porque 05% da população não é imbecil.

A primeira prisão de José Dirceu terá sido menos infamante para os mandantes que está segunda. A ditadura era menos farsesca que este tribunal ansioso por dar roupagem jurídica a um juízo de exceção de réus previamente condenados. Convém que Dirceu faça o mesmo gesto de quando estava prestes a embarcar para o exílio: exiba as algemas, altivamente.

Cuando el fútbol se convirtió en el reflejo de la realidad económica.

Se está acabando el partido, vamos tres a cero, nos ganan los brasileños.

En el salón de mi casa veo la indignación de mis compañeros ante la derrota anunciada. Ya no hay remedio: perdemos. Me cuentan cómo se ha desarrollado el juego, hablan de suerte y desgracia, al parecer, las “canarinhas están en una buena racha. Los escucho por educación, sin inmutarme porque el fútbol no me importa nada. Después de todas las críticas y juramentos de mis compatriotas, enrabietados con la victoria del gran gigante del Sur, pronuncio la frase que da título a este texto:

“Cuando el fútbol se convirtió en el reflejo de la realidad económica”.

—¡No digas eso! —me imploran— pero ya es tarde, mi sentencia cae sobre el murmullo de una sala de estar que ya no quiere ser.

Poco después hago otro comentario mucho más desafortunado:

“Mañana empiezo los trámites para solicitar un pasaporte azul”.

Mis amigos me miran con una mezcla de euforia y decepción.

No me he unido al enemigo, hace tiempo que formo parte de otro equipo,

de otro esquema sociocultural, de otra orilla, que no es la misma que me vio nacer un día.

Yo ya soy del Sur, extranjera, adoptada, inmigrante retornada.

Hace más de un año que volví a España y, desde entonces, el desarraigo

de una “desubicación” exacerbada recorre mi sangre y aviva mis ganas de huir

a cualquier otra parte, lejos de aquí y dentro o cerca de las fronteras del verde Brasil.

Nos ganan, sí, pero no ahora, hace ya tiempo que perdemos todos los enfrentamientos con patrias americanas por goleada. Perdimos hoy, pero también ayer y tal vez mañana.

El deporte, que antes nos beneficiaba, llenando de medallas y gritos de triunfo

un país minado por las deudas, los impagos y los desahucios,

ahora nos expone ante nuestras carencias y temores.

Hoy nos acusa de una mala gestión en el campo de cualquier juego,

mientras Bárcenas se muere de miedo frente a un extraño compañero de celda y

el ciudadano de a pie revienta de rabia frente a sus iguales en el viciado ambiente de todos nuestros bares.

Nos vamos a pique en todas las riberas, el barco no se hunde: se entierra.

No nos ahogamos: nos sepultan.

No nos marchamos: nos expulsan.

No nos morimos: nos marchitan.

El fracaso no lo creemos: no los inculcan.

Um texto de M. E. M. C.

Café… Colombiano, italiano, brasileiro… Ou com Poesia…

Outro dia, aconteceu uma dessas situações inusitadas, dessas que a oportunidade de estudar fora do próprio país proporcionam. Tenho como companheiros de classe, alguns colombianos, um italiano, e outros tantos brasileiros. O caso, é que em um desses intervalos entre classes, quando acontecem as conversas mais descontraídas, o brasileiro estava falando sobre um cappuccino, de marca Carrefour, fabricado na Alemanha, e disse que era bom. A despeito disso tenho que dizer, que por aqui, a “marca” Carrefour, é o que eles chamam de “marca branca”, ou seja, a marca do próprio super mercado, há de se dizer também, que existem bons produtos vendidos pelos mercados, produzidos por indústrias proprietárias de outras marcas comerciais, que fazem concorrência direta com seus rivais de “marca verdadeira”. Pois o brasileiro observou que dava atenção onde o produto era fabricado, porque apesar de ser de marca Carrefour, pode ser fabricado em algum dos diversos países da União Européia, e que essa atenção era justificada, pois via de regra, se decepcionava com produtos fabricados na Espanha.

Acontece que um brasileiro falar de café, que seja um cappuccino, junto a um colombiano, e um italiano, gerou um certo clima de disputa, afinal, de uma forma ou de outra, são países de tradição, seja no consumo, seja na produção. O brasileiro, disse também que havia tomado bons cafés na Itália, com o que, o italiano, já cheio de orgulho, disse que ali se tiravam os melhores cafés do mundo! Claro, feriu os brios do colombiano, que imediatamente em resposta, disse que na Colombia se produzia o melhor café! O brasileiro tentou jogar uns panos quentes, dizendo que no Brasil, também se produziam bons grãos, mas que seu consumo se dava mais em Portugal, por motivos óbvios. Mas o italiano não arrefeceu, e saiu com uma frase que acabou com a discussão, disse que lhe parecia muito adequado afirmar que os melhores grãos de café fossem produzidos na Colombia, mas que na hora de prepará-lo, quem o fazia melhor, eram afinal, os italianos. Menos mal que estávamos em clima de brincadeira, e não se iniciou um problema diplomático por qualidade de cafés.

E justo da Itália, apareceu uma idéia interessante, que é: deixar um café pago para uma pessoa que não pode pagá-lo, em cafeterías que aceitem esse tipo de “promoção” por assim chamar, seria um tipo de café solidário, baseado, claro, na confiança dos usuários na cafetería em questão. Em Salamanca, onde faço os meus estudos, uma cafetería começou tal promoção, que eu achei bastante interessante, portanto a passei ao Café e Poesia, um café de Campina Grande, que por algum tempo fechou as portas e agora reabre, no Museu Assis Chateaubriand, trazendo de volta uma agenda da qual a cidade ficou orfã pelo tempo em que permaneceu fechado, com saraus e exposições de arte, dentro do próprio ambiente do café.

A idéia foi repassada. Mas afinal, se encontra uma barreira, será que a clientela de um café desses moldes no Brasil, aceitaria a presença de uma pessoa que vai ali aproveitar a promoção do café solidário? Será que a clientela aceitaria ser o dínamo que impulsionaria a quebra do “status quo” social? Democratizando o consumo de um simples café, de um local que é público, e que para o público foi erguido??? E será que tal pessoa necessitada realmente se sentiria a vontade no ambiente? Talvez ainda existam diferenças sócio econômicas e culturais, que inviabilizem um projeto como esse no Brasil… Mas afinal que seja bem-vindo de volta o Café e Poesia, e caso alguém por lá resolva aparecer, que busquem sempre falar com o proprietário, garantia de uma boa conversa, e de um bom café.

Israel: ainda há gente sensata.

Israel sob constante e perigosa ameaça!

A distribuição da sensatez pelos grandes grupos socio-profissionais é relativamente equânime. Não é certo que haja muitos mais imbecis neste ou naquele grupo – clérigos, burocratas, militares, por exemplo – mas é certo que os papéis de certos grupos em determinado momento fazem-nos marcharem sob o ímpeto corporativo, o que leva a imensas dificuldades de percepção das diferenças individuais.

Com relação a Israel, sempre é interessante observar os militares, porque é um Estado profundamente dependente deste poder; sem ele simplesmente não existiria. Os militares israelenses costumam ser profundamente objetivos e dispostos para o combate. A política, em Israel, é basicamente um subproduto do belicismo cotidiano e a legitimidade política confunde-se com o legado concreto de cada um no envolvimento bélico.

Pois bem, Israel, por seu governo, cultiva uma imensa vontade de atacar o Irã. Dizem que os persas constroem armas nucleares e isso será uma ameaça à existência do país. Não é uma afirmação destituída de sentido, se abstrairmos de muitas circunstâncias, principalmente a história e o tempo passado. Assim, pode haver sedução nessa propaganda da ameaça, até porque o estar sempre ameaçado é o centro de todo discurso sionista, ainda quando ameaça alguma existe.

O Irã nunca atacou país algum, nos últimos séculos; a guerra que manteve com o Iraque foi calculadamente iniciada pelo país babilônico, que tinha um presidente amicíssimo dos EUA, da Inglaterra e da França: Sadan Hussein.

O Irã não está em condições de desenvolver armas nucleraes em período inferior a dez anos, o que todo mundo sabe. E não está disposto a abrir mão de sua pesquisa com finalidade de geração de energia, o que é profundamente inteligente. Claro que tentarão desenvolver armas atômicas, o que é mais que inteligente, é necessário porque Israel tem 250 delas e está ansioso por utiliza-las.

Acontece que um ataque israelense contra o Irã não tem chaces de êxito sem ajuda dos EUA, principalmente em termos de apoio aéreo e de infantaria, se a coisa realmente degenerar. E acontece que os EUA entrariam no pior negócio de sua história, se se envolvessem a fundo em tal guerra, pois eles não conseguiriam invadir o Irã com um assalto de infantaria.

Na verdade, essa guerra tão ansiada pelo governo israelense e por alguns setores do inner circle em Washignton só traria benefícios para banqueiros e produtores de petróleo e, subsidiariamente, para fabricantes de armamentos. Essa gente é percentualmente insignificante, como parte do todo das populações, então fica evidente que a guerra interessa a qualquer coisa em torno de 01% das gentes.

Quando a desproporção é assim tão grande, é natural que figuras graduadas, militares de altas patentes que vivem de serem profissionais apenas, abram a boca para apontar a estupidez que se anuncia. E isso está acontecendo.

Yuval Diskin, ex-chefe do Shin Bet, o serviço de segurança do governo israelense, disse que Netanyahu e Barak mentem sobre a suposta ameaça iraniana e os ridicularizou a dizer que eles não são os messias, não são os salvadores de Israel, que se dirigem a um público tolo ou ignorante.

Meir Dagan, insuspeito ex-chefe do Mossad, herói nacional, tinha ido mais além quando apontou o plano de ataque ao Irã de estúpido, nada mais, nada menos!

Benny Gantz, atual chefe do estado maior do exército, parece ter perdido também a paciência com a estupidez e a irresponsabilidade do governo e disse não acreditar que o Irã vá produzir armas nucleares e acrescentou que o governo iraniano é racional.

Somam-se a essas declarações algumas de generais norte-americanos, que não devem trabalhar também para bancos e indústrias bélicas, ou seja, devem ser apenas militares, de que a guerra não faz qualquer sentido e esgotaria o potencial bélico norte-americo sem qualquer real necessidade.

Ou seja, quem não está a trabalhar para interesses outros e disfarçados, quem é apenas militar, pensa um pouco, já esteve em ação, sabe muito bem que a estória da ameaça iraniana é falsa e que a guerra seria péssima para todos, exceto, é claro, para aqueles que habitualmente ganham com o pior para todos.

Tabelinha comparativa: Fernando Henrique x Lula.

Para quem anda confuso com os 77% de aprovação da Presidente Dilma. Não é uma questão propriamente filosófica…

PIB


2002 – US$ 500 bilhões


2012 – US$ 2,6 trilhões, o que faz do Brasil a SEXTA economia do Mundo


PIB per capita


2002 – US$ 2,8 mi


2012 – US$ 13,3 mi


Ou seja, os dois casos, o Brasil se multiplicou por CINCO.


Produção de automóveis


2002 – 1,8 milhão de unidades


20111- 3,4 milhões de unidades, o que faz do Brasil o SEXTO maior produtor mundial


Safra de grãos


2002 – 96,8 milhões de toneladas


2011 – 163 milhões (campeão mundial na produção de cana e vie campeão mundial na produção de soja)


Taxa de investimento sobre o PIB


2002 – 16, 4%


2012 – 20,8%


Investimento Estrangeiro Direto


2002 – US$ 16,5 milhões


2011 – US$ 66,6 bilhões – 4o. Lugar emingressos de IED


Inflação – IPCA


2002 – 12,5%


2012 – 4,7%


Desemprego


2002 – 12,9%


2011 – 4,7 – entre 2002 e 2001 o Nunca Dantes criou 18 milhões de postos de trabalho


Formalização do trabalho


2002 – 45,5%


2011 – 53,2%


Salário Mínimo nominal


2002 – R$ 200


2012 – R$ 622 – ganho real : 66%


Coeficiente de Gini, que mede a desigualdade de renda (quanto mais perto de 1, pior)


2002 – 0,589


2011 – 0,541 – queda de 8,9%


Taxa de pobreza (Classe “E” no total da população)


2002 – 26,7%


2012 – 12,8%


Classe C sobre total da população


2002 – 37%


2012 – 50%


Número de matrículas no ensino profissional


2002 – 565 mil


2012 – 924 mil


Percentual da força de trabalho com 11 anos ou mais de estudo


2002 – 44,7%


2012 – 60,5%


Bolsas de Mestrado e Doutorado no Capes e CNPq


2002 – 35 mil


2010 – 74 mil


2013 – 105 mil


Títulos em doutorado


2002 – 6.894


2012 – 13.304


Dívida externa


2002 – US$ 165 bilhões


2011 – US$ – 79,1 bilhões


Reservas Internacionais


2oo2 – US$ 36 bilhões


2012 – US$ 353 bilhões


Exportações


2002 – US$ 60 bilhões


2011 – US$ 256 bilhões


Juros – taxa Selic


2002 – 25% aa


2012 (31 janeiro) – 10,50% (9,75% em março)


Taxa que o Brasil paga em título vendido no exterior


2002 – 12,6% aa


Janeiro de  2012 – 3,5% aa


Dívida do setor público sobre o PIB


2002 – 60,4%


2012 – 36,9%


% da dívida indexada à taxa de cambio


2002 – 45,83%


dez 2011 – 21,89


Despesas de pessoal


2002 – 4,8% do PIB


2012 – 4,4% do PIB

Sarkozy e a Grécia.

Nicolas Sarkozy é mais um caso de dedicação aos patrões banqueiros – de venalidade e pequeneza – que de ignorância. Tanto é assim, que ele próprio gosta mais de ser apontado e tido como ignorante ou curto de idéias, como todo sujeito de má-fé e vendido e menor que as funções.

Todo governante a trabalhar contra as maiorias nacionais gosta de uma máscara caricatural que o retrate em tintas contrastantes como os tipos padrões do ridículo e do ignorante. E são sábios em desejar tal percepção, porque ela os aproxima do tipo popular. Enfim, é vantajoso ser caricaturado como tolo ou ridículo e é detestável ser retratado como desonesto.

Na semana passada, Sarkozy, em campanha para a reeleição, disse: Observem o que se passa na Grécia agora mesmo. E rematou com a pergunta: Quem gostaria que a França estivesse na situação da Grécia?

Aparentemente, uma assertiva e uma pergunta tão tolas quanto todas as que compõem as campanhas políticas. Mas, vamos com calma. A Grécia, hoje, é muito mais que um exemplo de crise financeira e fiscal, a Grécia é um exemplo de perda da soberania, de redução de um país à condição de protetorado ou colônia alemãs. É precisamente isso que é a Grécia hoje: uma colônia ao sabor das vontades da coalisão que apoia a senhora Merkel.

O primeiro-ministro grego não foi escolhido pelo parlamento, nem escolhido por um parlamento recém eleito, de composição diferente daquele que apoiava o demissionário. Acabou-se qualquer traço de democracia formal, pura e simplesmente. O mesmo deu-se na Itália, mas com menos escândalo, porque Berlusconi é um criminoso, o que minimizou a percepção de sua demissão absolutamente anti-democrática.

A primeira coisa em que se pensa, ao ler as considerações de Sarkozy, é em chantagem primária. Ou seja, o homem diria que é ele ou o dilúvio das crises financeira e fiscal. Não é só isso, todavia. Há mais por baixo da superfície, a revelar profunda sagacidade chantagista em Sarkozy.

Ele usou a bomba atômica da política francesa, a suprema chantagem emocional. Ao perguntar se os franceses querem estar na situação da Grécia, ele não propõem simplesmente a oposição entre estarem em crise ou estarem totalmente quebrados. Ele perguntou se queriam, estando quebrados, tornar-se colônia alemã.

O recurso à suprema chantagem sub-reptícia revela que Sarkozy não é burro e revela que está perdido nas eleições, porque usou o máximo muito rapidamente.

A Petrobrás e os entreguistas.

Por que a imprensa vendida brasileira precisa dar combate sem cessar à Petrobrás?

Porque essa imprensa representa aquilo que não será chamado, nunca, por nome mais adequado que entreguista. Eles são entreguistas mesmo e trabalham por tudo, menos pelo Brasil.

A Petrobrás, esse gigante exitoso, faz atualmente a maior licitação do mundo. Sim, o maior concurso público para aquisição de sondas de perfuração em águas muito profundas.

Trata-se da contratação de 33 sondas ao preço de 80 bilhões de dólares norte-americanos. Todas as sondas serão produzidas no Brasil!

Uma coisa dessas implicará a construção de 5 novos estaleiros, o que não é propriamente brincadeira de crianças. Esse dinheiro será gasto no Brasil e gerará milhares de empregos.

Eis porque os entreguistas – sim, usemos o nome sem vergonha de aparente anacronismo – têm que se voltar contra a Petrobrás. Sim, porque eles queriam vende-la a preço de bananas.

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