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Categoria: Esportes

Barcelona 4 x 0 Real Madrid. E os escravos tristes…

Vejo Real Madrid x Barcelona num canal de televisão que não importa dizer qual é.  O jogo é no Bernabeu e, à despeito das ausências de Messi e Xavi, o Barcelona dá espetáculo. E vence, até a hora em que escrevo, no intervalo, por dois a zero, com gol de Suárez e Neymar.

Muita gente acredita que esportes, em geral, são algo que não se politiza na imprensa. Ótimo para a apreensão do mito da imparcialidade pela imprensa. Mas, politiza-se sim e isso percebe-se pela ênfase. Trágico é que não precisa uma ordem direta de cima para baixo – como ocorre em um jornal – para essa parcialidade: o funcionário oferece-se voluntariamente.

A ênfase, o que se diz e o que não se diz, mesmo à vista duma realidade que não precisava de narrador nem comentarista, enviesa até um jogo de futebol.

Um jogo de futebol não precisa de narrador nem comentarista, nem muito menos de comentarista de arbitragem. Na forma atual, são coisas inúteis. Necessário é apenas um narrador que diga quem está com a bola, porque o espectador nem sempre sabe imediatamente quem é o futebolista. Mais que isso não precisa, porque quem vê, vê.

A construção da narrativa molda o vedor. Por exemplo, o primeiro gol do Barcelona foi belíssimo. Após gritar gol, o narrador da TV começou a falar de bobagens outras que nada tinham a ver com o gol ou qualquer importância tinham. Medidas de segurança e outras coisas mais foram comentadas e o gol esquecido, embora tenha sido bem real e belo.

O segundo gol, o de Neymar, também foi muito bonito.

Termina o jogo, o Barcelona vence por 4 x 0, com mais um de Suárez e um de Iniesta. O narrador da TV brasileira não consegue negar o evidente, mas celebra a superioridade do Barcelona com lamento. Ele diz que o Barcelona é superior com tristeza; é um dizer adversativo.

Pelas tantas, começam a buscar explicações para a derrota do Madri. Ora, só se buscam explicações para coisas improváveis, difíceis ou indesejadas. Essa busca revela uma parcialidade. Para quem pense com a própria cabeça sobre o que vê, o Barcelona ganhou por 4 gols porque jogou muito mais.

Buscar explicações não é sempre buscar conhecimento; pode ser buscar justificações. A imprensa espanhola, a TV, mente menos que os brasileiros que compram o sinal para transmitir aqui. A TV focou Rajoy com cara de tristeza na arquibancada.

Esse jogo podia ser apenas futebol, mas não é. A única coisa que o galego madridista Francisco Franco permitiu, como expressão nacional, foi a equipe do Barcelona. Por isso, tornou-se um símbolo. E tornou-se um símbolo de futebol bonito e eficaz, superando o modelo holandês dos anos 70, que era só bonito.

Em campo, é apenas futebol e bonito. Fora dele é algo mais a evidenciar a lógica deformada da dominação madridista. Ora, se a Catalunha quer se separar, que se separe!

Barcelona baila no Benabeu!

 

A valsa catalã de um futebol rápido, rodado, insinuante, belo e irresistível, enfim, triunfa no Bernabeu. Não foi uma vitória qualquer.

A partida opõe um símbolo castelhano, um símbolo até falangista, à única manifestação de nacionalismo catalão permitida por anos.  A única manifestação permitida por Franco era o Futebol Clube Barcelona, que catalisou, assim, toda a noção de orgulho nacional catalão.

Quando ele joga, é como se entrasse no gramado a seleção da Catalunha que não se quer Espanha. Suas responsabilidades são enormes, portanto. Nada obstante a imensa responsabilidade, ele joga ofensivamente, não se acovarda a um futebol mesquinho, de lógica utilitarista e defensiva.

José Mourinho, um homem profundamente arrogante e sabedor de como tornar essa característica em publicidade pessoal, pôs-se a provocar o Barcelona e seu treinador, Josep Guardiola. Não se devem provocar símbolos nacionais, principalmente quando eles são eficazes e seus adeptos são fiéis.

Mourinho reviveu um postura dominadora anacrônica, serviu-se de um assunto que não se deveria prestar ao que ele reputa provocações estimulantes. Foi irresponsável e até ignorante.

Guardiola, elegantemente, disse que José já entrava nas partidas vencedor! E lembrou que José já trabalhou no Barcelona, ou seja, lembrou-lhe, algo sutilmente, que deveria saber de que se trata ou, pelo menos, poderia saber.

Se sabe, Mourinho preferiu ignorar e arriscar. Quem sabe não retorna para a Inglaterra, que ele afirma ser seu habitat natural! Realmente, o que há de melhor no futebol inglês são os franceses africanos e o verde impecável dos relvados.

E a seleção da Espanha cai…

Messi

Messi

Acredito ter visto a maioria dos jogos da seleção espanhola pela Copa do Mundo, não exatamente por torçer para a Espanha, mas sim porque a Espanha estava sempre jogando contra alguma seleção sul americana.

Na fase de grupos, jogou contra Honduras (2×0) e depois contra o Chile (2×1). Tendo perdido o primeiro jogo para a Suiça por 1×0.

Na segunda fase jogou contra: Portugal, Paraguai, Alemanha e Holanda na final, ganhando cada um desses jogos por 1×0. Foram 3 partidas contra selecionados sul americanos e 1 contra Portugal, nossos ilustres colonizadores, de forma que eram jogos que me interessavam pela identificação cultural que sentia. Sempre dominando o meio de campo, e cozinhando o outro time até marcar o gol, a equipe espanhola chegou ao título. Claro, com um excelente toque de bola.

Apesar disso, não me convencia. Eis que terça-feira passada, no dia 7 de setembro, enquanto nós comemorávamos nossa independência, a equipe Espanhola fazia um amistoso contra a Argentina.

A Espanha tinha os mesmos jogadores que jogaram na copa do mundo, numa escalação diferente, Sergio Ramos, lateral direito do Madrid, e Iker Casillas, goleiro do Madrid, não jogaram. Em seus lugares jogaram o goleiro do Barcelona, Victor Valdés (2º goleiro da copa, depois substituido pelo 3º goleiro da copa, Pepe Reina, enquanto Casillas permaneceu no banco), e na lateral direita espanhola, Alvaro Arbeloa, na copa, reserva de Sergio Ramos, que nesse jogo, permaneceu no banco.

A seleção Argentina jogou com algumas alterações no seu time da copa, no meio de campo principalmente, com Cambiasso, D’alessandro e Ever Banega. Eis que o selecionado espanhol levou um tremendo chocolate da equipe argentina, e por mais que alguns titulares da copa tenham permanecido no banco, uma derrota por 4×1 não é assim tão desprezível…

Não entendo suficiente de futebol para analizar a fundo o que aconteceu. Apenas fico feliz pela vitória da albiceleste, para ser melhor, só mesmo se Maradona ainda fosse o técnico. Mas nem tudo é perfeito. =)

Deixo aqui as manchetes do dia 08/09/2010 de alguns jornais argentinos:

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Muito melhor que a vuvuzela…

A UEFA no começo desse mês, proibiu o uso de vuvuzelas ( as famosas “cornetas” usadas na Copa do Mundo desse ano) nas competições européias sob o argumento de que na África, elas traziam um tanto de folclore local aos jogos, coisa que não se repetiria na Europa, onde a tradição seria cantar.

Isso foi notícia há alguns dias, e eu não vejo, ou conheço, tanto sobre futebol para saber se a tradição por lá é realmente cantar ou não, na verdade eu não vejo tanto futebol para opinar na maioria dos casos, mas sempre faço uma confusão, afinal é futebol. Do que vi na Copa do Mundo, realmente se fazia uma zuada danada com as tais vuvuzelas.

Eis que algum tempo depois de eu ver a proibição nas notícias, vejo esse vídeo, de uma partida de pré temporada da Champions League, entre o Ajax da Holanda e o Dínamo de Kiev da Ucrânia, jogada no estádio Amsterdam ArenA. E… O povo canta, não só canta, como canta Three Little Birds, de Bob Marley. A bola deve ter rolado antes da hora no dia do jogo… De qualquer forma, com certeza a cantoria foi bem melhor do que a zuada das cornetas.

PS: Nota especial pra notícia de entrada do site do Ajax: “Brazil’s President pleased with Ajax shirt“, pô o Lula é tão popular quer até o Ajax que estar do seu lado… Tá fogo Serra, tá fogo!!!

Infelizmente, todos se esqueceram do passe para o gol de Robinho…

E começa a “Era Felipe Melo”, ouvi ou li, em alguma resenha esportiva durante essa Copa, dizendo que Felipe Melo era o Dunga de Dunga… Dunga teve sua “Era Dunga”, e depois mostrou a que veio, teve oportunidade para tanto. Não sei se Felipe Melo terá a mesma oportunidade, depois do erro crasso que cometeu no jogo contra a Holanda.

Dai a julgar que ele é culpado de alguma coisa isoladamente, acho demais, é como faz o reporter esportivo Paulo Vinicius Coelho, muito conhecido como PVC, da ESPN, que é muito bom, mas acredito ter sido infeliz em sua assertiva, em 11 de maio durante entrevista, ele disse que a Juventus, fez a pior campanha de sua história e jogou a carga nas costas do Felipe como se ele fosse culpado da má campanha sozinho, sem ter outros 10 jogadores ao lado. Da mesma forma vai ser feito com a Copa, meio sem querer vão sempre citar o seu fiasco. Como agora já fazem citando a reportagem e o seu respectivo vídeo:

Oras, sem culpado sem nada. Que foi uma estupidez do jogador “pisar” no outro foi, assim como foi bobagem de Ramires fazer uma falta no meio de campo ganhando um jogo por 3×0, dando assim a oportunidade de Melo voltar ao time… E convenhamos, a Holanda, assim como a Espanha, deu uma sorte dos infernos, porque não fez muito mais que aquilo o jogo todo, infelizmente para os brasileiros, “aquilo” foi suficiente. Infelizmente para Felipe Melo, o pessoal vai lembrar por um bom tempo o que ocorreu na Copa.

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Os erros de arbitragem.

Pelo menos duas partidas importantes das oitavas de final da Copa do Mundo 2010 foram marcadas por erros de arbitragem. A partida da Alemanha e Inglaterra, e a da Argentina com o México.

Não fosse prejudicial por si só, esse tipo de erro na Copa é tanto pior pois desestabiliza o time que sofre o gol, é notável o abatimento dos times que levam o primeiro gol, tanto que há poucos casos de virada. Muito pelo contrário, geralmente o time que leva o gol geralmente tem que sair ao ataque e acaba levando outros.

No jogo com a Argentina, no primeiro gol marcado, Tevez estava em posição irregular, e no jogo com a Inglaterra, houve um gol inglês que não foi marcado e gerou controvésias, do meia Lampard, esse não foi erro, não foi gol mesmo, como mostra a figura:

Gol de Lampard
Gol de Lampard

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