Um espaço de convívio entre amigos, que acabou por se tornar um arquivo protegido por um só curador.

Categoria: Desimportâncias (Page 3 of 13)

Detalhe chinês.

Era comum, quando se mandava um carro para ser lavado, polido e aspirado por dentro, que ele voltasse com folhas de jornal a recobrirem os tapetes. O hábito, arraigado, tem sido abandonado aos poucos, mas ainda persiste aqui e acolá.

Onde levo o meu carro para lavar, a folha de jornal sempre está lá, a cobrir pelo menos o tapete do assento do motorista. Nem me agrada, nem me desagrada, embora sempre tenha pensado na inutilidade do jornal, que deve ser logo retirado, pois é um incômodo e pode causar um acidente. Não é indicado dirigir um carro com enorme folha de papel a escorregar a cada mudança de marchas, a cada pisada nos pedais.

Imagino que a raiz desse costume está na indicação de que os tapetes de borracha foram realmente lavados e para evitar que se sujem imediatamente após limpos. Bem, eles ficarão sujos de qualquer forma…

Hoje levei o carro para lavar, porque estava imundo e não posso fazer isso no prédio, embora fosse dos meus prazeres mais triviais de fim de semana. E ele estava lá, com o indefectível jornal a proteger o tapete recém lavado. Baixei-me para apanhar a folha, fazer dela uma grande bola e jogá-la do outro lado, o do passageiro.

Surpreendi-me com uma folha de jornal inteiramente em chinês! Se alguém indagar-se como posso distinguir entre caracteres chineses e japoneses esteja certo que não posso, é uma simples questão de probabilidade.

Que há chineses em toda parte é algo óbvio e sabido por quantos vejam e escutem as coisas nos centros das cidades. Mas, esta é uma cidade de 380 mil habitantes, no interior do nordeste brasileiro. Não é pequena, evidentemente, mas não é grande para padrões brasileiros, nem o lugar mais provável para se encontrarem folhas de jornal chinês.

Jornal chinês não tem outro público senão aquele apto para ler no idioma e não é algo que venha de muito perto, até porque não são publicados aqui. A conclusão é que já há chineses em número suficiente a justificar a importação de jornais, o que me parece excelente.

Muito longe de ter fobias com estrangeiros, lamento muito que sejam em tão reduzido número por estas bandas. Há um e outro português, a arriscar-se no comércio e principalmente com negócios de restaurantes e bares. Há um punhado de indianos, professores de física, engenharia e matemática na universidade federal. Há os novos chineses, todos comerciantes. E deve haver meia dúzia de pessoas de outras nacionalidade.

É auspicioso que venham pessoas de fora para um lugar como este, sempre muito fechado sobre si mesmo e desconhecedor profundo de tudo quanto sejam costumes e formas de viver diferentes dos modelinhos de sempre.

Ignorância afirmativa: o que tem de argentino no Colón?

Os maiores sociólogos do senso-comum que há, nas cidades grandes, são os taxistas. Eles são conservadores, em sua maioria, mas não são desonestos intelectualmente, ou seja, não estão a representar papéis aparentemente complexos.

Táxis em Buenos Aires ainda são meio de transporte relativamente barato e, portanto, interessante para deslocamentos grandes. Para pequenas e médias distâncias, o ideal é caminhar e perde muito quem não fizer esta opção.

Quase sempre é possível conversar com os taxistas. Em outras ocasiões, gostava mais de falar de política, mas deixei isso de lado. Hoje, basicamente amenidades e futebol; é bom deixá-los falarem.

E eles são quase unânimes em insinuarem que nós brasileiros e o Brasil em geral estamos muito bem. Eles percebem as coisas muito a partir da taxa de câmbio, da quantidade de sacos que os brasileiros carregam consigo e das opiniões de quantos deslumbrados estiveram lá na tentativa de trazer tudo que for possível na bagagem.

Que nós brasileiros e o Brasil estamos melhores é óbvio, mas isso é negado, internamente, exatamente pela classe média que se comporta de maneira a afirmá-lo no exterior. A mesma gente que insiste em reclamar de tudo, em casa, dá sinais evidentes do contrário, fora de casa!

Prova que certa camada social reclama muito por reflexo condicionado ou até por reflexo totalmente involuntário e incondicionado. Por puro e simples conservadorismo político e preconceito de classe contra um certo ex-presidente da república que, o único, era de extração social realmente baixa.

A parcela da população brasileira que tem do que reclamar e o devia fazer, está em relativa letargia, infelizmente. Mas, quando derem vez ao morro, toda a cidade vai passar…

Bem, o caso é que destinos turísticos de brasileiros em Buenos Aires, de coração e sinceramente, são os centros de compras, desde as evidentes Galerias Pacifico até os centros caros de Palermo.

Mas, é engraçado como há uma pontinha de desconfiança com o entregar-se totalmente aos desejos mais puros e reais. Há que se inserir algo menos comercial ao roteiro e qualquer coisa serve.

Curiosa necessidade humana, essa de disfarçar um pouco as vontades mais verdadeiras. O sujeito, no mais das vezes, queria era sair nu pela rua, correndo, gritando, saltando, com o cartão de crédito na mão, a gritar eu compro, eu compro, como um novo eureka de um tristemente novo Arquimedes.

Bem, o caso é que fomos visitar o Teatro Colón. Este edifício é enorme e belíssimo. Mais bonito por dentro que por fora, de uma beleza suntuosa, de neoclássico eclético. Estão lá os inevitáveis vitrais franceses, os mármores Carrara, os tetos em estuque doirado, os espelhos enormes, o mobiliário terceiro império tardio. Esse Teatro é mais belo que a Opera Garnier, que certamente foi um modelo considerado na época da construção.

O Colón foi o ponto turístico – não tentarei inventar termos para fugir desse péssimo lugar-comum – onde menos avistei brasileiros, afinal não é um centro de compras. Todavia, pouco não significa nenhum. Éramos suficientes para termos direito a visita guiada por uma simpática jovem a esforçar-se por falar português.

A guia da visita dos brasileiros era simpática e servia-se de sagazes meios de agradar a platéia, como desculpar-se inicialmente pelo precário português falado – falando-o perfeitamente – perguntar aos visitantes de onde vinham e contar uma e outra anedota bem suave sobre a construção do teatro.

O perguntar de onde vêm os visitantes produz um belo efeito, pois todos anseiam por falar, mesmo que seja para dizer alguma irrelevância. A cultura da participação, ainda que se participe com um nada, é muito bem reputada.

Lá pela metade da visita, ao cimo do segundo lance de escadas, que dá acesso aos camarotes, a guia parou a explicar que a construção do teatro envolveu três ou quatro arquitetos italianos e franceses, mármores de três regiões distintas da Itália, espelhos belgas, vitrais franceses e por aí segue.

Perto de terminar a exposição, a guia foi interrompida por uma audaz e segura de si senhora do Rio de Janeiro, que a indagou o que naquele Teatro era argentino. Ó aparente sagacidade, coisa rápida que faz alguém meter-se no caminho da grosseria e da burrice…

É perverso tentar constranger pessoas que, em função do ofício, não podem responder adequadamente, embora saibam como fazê-lo. A jovem, muito delicadamente, disse o óbvio: embora arquitetos, mármores e vidros não fossem argentinos, a idéia de erguer o teatro, o sítio e o dinheiro que o pagou eram-no.

Se eu fosse um ser mais tolerante e, portanto, mais dado a provocações e ironias, teria perguntado à senhora do Rio de Janeiro o que ela acha que é brasileiro no Theatro Municipal da antiga capital do Império e da República, exceto o suor dos trabalhadores, e alguma areia retirada de Botafogo.

Mármores, espelhos, vitrais e o restante a compor um típico teatro fin-de-siècle como o Municipal do Rio de Janeiro vieram todos da Europa e nem por isso o edifício pode-se  considerar não-brasileiro.

A lógica fácil, a falta de educação, a falta de cultura formal e o estar sempre à vontade por sentir-se mais rico levam a grosserias imensas, que somente deviam ser praticadas na mesa de um bar, entre pessoas que não estão obrigadas ao silêncio por conveniências profissionais.

A má educação.

É cansativo e redundante falar em má educaçã0, pois leva, também, a confusões, equívocos e a mal entendidos. As pessoas pensam que se fala de etiqueta ou de formalismos, apenas, quando se trata de muito mais que isso. Mais que isso, mas também sobre isso.

As convenções sobre as formas de se estar e de se portar em convívio têm razão de ser. Não teriam, evidentemente, se todos estivéssemos sempre sós e se fôssemos todos destituídos de qualquer rigor connosco, mesmo estando sozinhos.

São regras – como quase todas as outras – que só visam a que não nos matemos ou agridamos tão constantemente que a convivência torne-se em algo animal entre animais que se dizem e se prontificam a reputar-se racionais.

A convivência entre os animais não humanos não precisa de regras extra-biológicas. Pode-se dizer que há modelos sociais em certas espécies e, tudo bem, elas existem. Todavia, são regras não criadas por algum consenso social racional. São regras biológicas no sentido de não derivarem de posições consensuais aparentemente racionais e, mais, conscientes.

As pessoas humanas são as páginas em branco que podem ou não receber algum escrito bom. Geralmente, ou permanecem em branco, ou veiculam um escrito ruim. Mas, fazem questão de afirmar sua realização, mesmo que ela seja uma mísera fração da potencialidade da página em branco.

A má educação – quem aposta nela sempre quererá negar o que se dirá adiante – é mais resultado da ignorância que da vontade. Por mais raiva e insatisfação que ela gere em quem a vê e sofre seus efeitos, convém lembrar que ela é algo menos voluntário que estúpido.

Uma estupidez bovina – para usar a expressão consagrada que ofende os bois – e repetida convictamente, afirmativamente, sem possibilidades de ser diferentemente. O sujeito que agride o outro com algum comportamento mal educado, contrário à minimização de atritos no convívio, geralmente fa-lo só por acreditar que não há outra formar de comportar-se.

O fulano mal educado e os fulanos todos mal educados não significam que haja uma conspiração do mundo contra quem aja preocupado em não atingir e em não impingir dificuldades aos outros.  Significa apenas que o fulano não conhece regra alguma. Não no sentido de conhecê-las e desprezá-las, mas no de não as conhecer e não ver sentido nelas, ainda que as entreveja.

Vou a um mercado, de carro, entro no parque de estacionamento, e tem um imbecil com o carro parado extamente na faixa para pedestres e no local em que se faz a curva… A coisa é absurda, pois o carro está precisamente onde não podia estar. Ali, ele impedia qualquer outro de fazer a curva, de seguir adiante para qualquer direção.

Mas, esse imbecil estava com as lâmpadas de alerta, aquelas amarelas que piscam aos mesmo tempo, dos dois lados, acessas. Ou seja, ele reputava-se em situação peculiar, fora do comum; em situação que merecia ser anunciada como extraordinária pelo uso das lâmpadas de picar amarelas.

O fora do comum, aqui, é só o detalhe e a armadilha psíquica. O parque de estacionamento estava vazio! Quer dizer que o fulano podia ter estacionado o carro sem quaisquer dificuldades, em uma vaga próxima à entrada do mercado. Quer dizer mais que isso.

Seria tolo e superficial dizer que o fulano é um criminoso com idéias pré-concebidas  e que sabia perfeitamente o que fazia. Ele sabia perfeitamente o que fazia dentro do pouco ou nada do que sabe ou acha razoável como normas de convivência.

Ele faz o maior absurdo, gera uma imensa fila atrás de si, e permanece na mesma atitude, porque ele não tem a percepção de que a conduta seja proibida ou lesiva aos outros. É algo normal, algo normal e somente passível de uma parcial desculpa ou aviso pelas lãmpadas piscantes.  Uma coisa que ele mesmo aceitaria se fosse ele a esperar por conta do mesmo absurdo; aceitaria o absurdo por conta da lógica da conivência e da ignorância.

O vale-tudo brasileiro é, no final das contas, muito mais de ignorância que de má-fé deliberada. Não significa que as punições sejam inúteis, mas que a educação é mais útil. Significa que, entre nós, o axioma jurídico de que ninguém se desculpa de descumprir a lei por desconhecê-la é uma falácia.

A lei é das muitas coisas desconhecidas. Há delas mais importantes; o desconhecimento é geral e tendente ao vale-tudo gebneralizado.

Eleitores da direita, na França, praticam menos sexo!

Tive que fazer enorme esforço de contenção intelectual para que o título acima não saísse vulgar nem superficialmente irônico. Bem, o fato é que fizeram uma sondagem na França – não tenho idéia da credibilidade do instituto e descobriram o que pode ser o argumento definitivo contra a direita extrema: eles fazem menos sexo!

É algo de implicações terríveis, porque só posso pensar que se dedicam mais a odiar, a pensar em dinheiro, a serem xenófobos, que a amar e ter alguma lubricidade.

Vejam só, de acordo com a sondagem os eleitores de Sarkozy têm média de 6,7 relações sexuais por mês, os do centrista Bayrou, 5,9 e os dos candidatos de esquerda 7,6.

A França é realmente a pátria da pesquisa em ciências sociais e de um certo tipo de humor que me parece mais refinado que o incensado humor inglês!

 

Classe média.

Para a classe média brasileira. Preconceituosa, envergonhada de seus mais íntimos desejos, ao mesmo tempo radical, ávida em invocar um mérito que não se sabe qual é, profundamente egoísta, imitadora de todos os modelos externos, profundamente ignorante de tudo quanto a circunda, fechada. Bem, poderia seguir a elogiar, mas ficaria muito longo…

Gaudí: antes de ver, fotografar!

Já nasci velho e sei bem disso. Sou muito intolerante com certas coisas, embora não seja capaz de matar por elas. Guardo minha intolerância para mim, como àlgum orgulho ou vaidade estóica.

Todavia, é irritante mesmo esse negócio de todos os visitantes d`algum lugar turístico sacarem de suas máquinas fotográficas antes de darem a mais tímida olhadela à volta, antes de mirarem a paisagem, o quadro, a escultura, o prédio, a fachada, o chão…

O tipo entra no local e fotografa! Pronto, reteve na memória digital da máquina aquilo que não parou para reter na memória cerebral dele mesmo.

Não achou belo o objeto fotografado, antes já tinham achado aquilo belo e por isso o tipo foi obrigado a visitar o ponto turístico. Aquilo estava indicado para ele, previamente, portanto era já belo, impositivo e fotografável!

O turista – que sempre é a pessoa normal na sua faceta de turista, portanto uma projeção – é o ser que não pensa. Ele é direcionado a certas coisas, antecipadamente. Não pode perder tempo, tem que cumprir um guia pre-estabelecido.

Isso de tempo até faz algum sentido, pois há que se escolherem coisas para se verem. Mas, não é sinônimo de obtusidade e espírito de manada, necessariamente.

Dou-me ao luxo de viajar sem máquina fotográfica. Minha mania são os mapas. Hoje, dei-me ao luxo de andar sem mapa: um teste. Resultou bem, afagou-me o ego a idéia de ter algum senso de orientação e de ter apreendido bem o mapa atentamente lido na véspera.

Subíamos o Paseig de Gracià. Era óbvio que, cedo ou tarde, veríamos a Casa Batlló. Óbvio, ainda, que mais adiante, sempre para cima, para o norte, veríamos a Casa Milà. Pois bem, as vimos, entramos nelas, percebemos que são lindas, realmente.

O arquiteto Gaudí e a burguesia florescente de Barcelona do princípio do século XX eram grandiosos. Gaudí não fez apenas a reinvenção do gótico, como fez arte-nova peculiaríssima. O homem não se limitou a copiar Paris; ele é melhor que o art-nouveau francês.

Ninguém m´obrigou a entrar nessas casas. Julgava que eram bonitas, por fotografias muitas já vistas. E são belíssimas…

Na Batlló, há efeito semelhante à altura do gótico, ou seja, os pátios internos à volta do elevador obrigam a olhar para cima. Quem olha é recompensado com tonalidades de azul variadas, nos azulejos.

Quem olha para cima é recompensado pelo esforço. Gaudí fez a proporção para que o cérebro do olhador não se baralhe. Ele fez a perspectiva no espaço pouco! As janelas vão se reduzindo à medida que se sobe. Ele criou um ponto de fuga artificial que parece real.

Queria deter-me a olhar para cima, mas vinham vagas de visitantes ansiosos pelo lugar que ocupava, para tirarem fotos!

Que tirem fotos, mas deixem-me olhar antes e olhem antes! No final, fotógrafos de turismos, suas máquinas viram tudo e vocês viram nada.

Paciência… Continua-se a a subir essa avenida que Madri gostava de ter e não tem. O edifício à direita, duas ou três quadras adiante, é um prédio de apartamentos que poderia ser belo de vulgar beleza, como vários ao redor.

Mas, é a Casa Milà, a Pedreira. É, em suma ordem social e econômica, um prédio vulgar: um prédio de apartamentos para as classes altas do início do século XX.

Mas, não é um prédio vulgar porque é novo, diferente de quantos prédios ricos há à volta, todos muito canonicamente belos, mas vulgares…

Não se trata apenas de curvas e de formas naturais ou inspiradas na natureza. Trata-se da inteligência do arquiteto. A natureza – assim simplesmente, como se diz – apareceu para todos, mas poucos foram chamados…

Bem, eu paro a olhar as chaminés no teto da Casa Milà e o que acontece? Acontece que estava parado a olhar e percebi que uma mulher posava para fotografia e seu marido esperava três degraus abaixo, com a máquina pronta, que eu saísse do campo de apreensão da imagem divina.

Não ponho obstáculos às fotografias dos outros, mas o fotógrafo e seu modelo tinham ou julgavam ter direitos sobre minha inclinação contemplativa. Isso assustou-me. Não me meteu medo, mas assustou-me. Fiquei-me, como se lhes dissesse: fodam-se!

O direito do turista a fotografar vem antes do direito do turista a olhar, é isso.

Uma história portuguesa!

Mais um vez o Druida-Mor se ausenta da Poção, e mais uma vez, este que vos escreve volta a baila, sempre tentando manter a qualidade dos textos. Me eximo um pouco de comentar os absurdos cometidos contra os populares em #Pinheirinho, e acredito que esse seria o assunto “do momento”, para tratar de algo bem menos importante, uma viagem de táxi..

A primeira paragem de Andrei por esses dias será Portugal, por onde também cheguei há quase dois meses agora, para dar continuidade aos estudos de doutorado. A diferença é que, Andrei e Olívia, chegam provavelmente ao Porto, e eu cheguei em Lisboa. Muito embora sejam cidades diversas, já escutei certa vez, de um motorista de ônibus português, que me levou de Braga ao Porto, que pegar um táxi, seja em Lisboa, seja no Porto, era pedir para ser furtado.

Táxi português.

Táxi português.

Bem, eu tenho uma estratégia desenvolvida para não ser roubado em táxis por ai, e depois de já ter sido pego em muitas “surpresas” pelo Brasil, que é sempre perguntar quanto custa a viagem antes de entrar no táxi, e que via de regra, funciona sempre… Mas como acabava de chegar da viagem e acabara de conhecer Maria Alice, não o fiz… (ahhhh, as desculpas…)

Chegamos em casa, e não deu outra, o taxista cobrou a mais, seguiu-se uma rápida discussão sem maiores problemas, e acabamos pagando o que nos cobrou, não foi a primeira vez que um taxista portuga me rouba, mas esse também não é o desfecho da história!

Adisson, logo chegou em casa, e depois de algum descanço regado a uma boa conversa, tinha que sair novamente para resolver um problema.. No aeroporto!! Então aproveitei a oportunidade, para ir com ele até lá. E uma vez no aeroporto, fomos a polícia, fazer a denuncia do taxista larápio. Eis que há um sistema interno de vídeo, e me propus a ser identificado por ele, enquanto isso fomos dar uma volta pelo estacionamento dos táxis, e ali estava o meliante, placa anotada, e depois de alguns instantes me reconheceram e a Maria Alice, no momento exato em que entramos dentro do táxi. Batemos as placas, e chegamos a conclusão que o taxista tinha muito azar…

No final das contas, o policial disse que por eu não haver pedido o recibo, tudo que podia fazer era dar uma multa, mas que o taxista poderia se livrar dela, afinal era a palavra de um contra a palavra do outro.. Mas eu sai satisfeito, afinal, tinha identificado o cara, visto a polícia trabalhar, e no final das contas, se ele não for o dono do táxi, vai no mínimo levar um rela do patrão, se esse for sério.. =D

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