Essas cinco fotografias retratam o local onde havia uma bonita casa, na Avenida Getúlio Vargas, em Campina Grande. Era uma edificação bastante característica da década de 1950, bem proporcionada, com uma fonte na frente.
Puseram-na abaixo, totalmente, rente ao chão. Restaram apenas alguns resquícios do revestimento de mosaico e um pedaço da fonte que havia, na entrada, além das grades.
A inscrição Jesus está voltando, que se vê na face interna do muro à direita, permite antecipar que vão edificar no local um desses templos de igrejas neo-pentecostais, que vendem o sucesso e ganham o dinheiro dos fiéis.
Essa gente tem muito dinheiro e nenhum senso histórico, artístico e estético. Para as finalidades a que se propõem, havia a possibilidade de erguer um galpão qualquer, com a feiúra que os caracteriza, em qualquer outro local.
Esta é uma cidade recente, de 140 anos e não tem, evidentemente, edificações de grande antiguidade. Viveu uma fase de enorme prosperidade devida ao cultivo de algodão e esse ciclo esgotou-se pelos anos de 1950-1960. Dessa prosperidade resultou um rápido e breve florescimento de alguma arquitetura, nomeadamente de residências de famílias ricas.
A cidade não encontra grandes barreiras físicas à sua expansão e poderia preservar o patrimônio arquitetônico que tem. Não são muitas as casa bonitas dessa época e essa que foi sumariamente posta abaixo para dar lugar a um templo que será vulgar e poderia estar em qualquer lugar, era uma dessas edificações bonitas.
Acabou-se, simplesmente.
A casa era linda! Um patrimônio histórico da cidade. É uma pena que o desprezo pela história seja tão frequente. E tu tens razão, os compradores da casa poderiam fazer o templo deles em qualquer lugar, em qualquer galpão. É o que não falta por aqui.
Lamentável, pra dizer o mínimo! Chamo a atenção para a faixa com os dizeres: “Jesus está voltando!”. As pessoas deveriam ler sobre nossa história com o mesmo fervor com que leem a Bíblia. Jesus,certamente, ficaria bem mais satisfeito.
Eu não to lembrando onde ficava essa casa não…
alguém me dá um ponto de referência?
Era antes da entrada para o João XXIII, à esquerda de quem vai no sentido do centro para Bodoconcó.
Rapaz, era uma casa bonita mesmo. Nada de imensas genialidades arquitetônicas, mas bem característica de uma época.
Tão pondo abaixo um bocado de casas também na zona que vai da João da Mata até o açude velho. Um absurdo.
Isto é uma pena e ocorre em diversos lugares . Aqui em Gravatá ,uma pequena cidade de Pernambuco fizeram o mesmo e no lugar construiram um “shopping” que nunca deu certo.
Nossa cidade vive tempos em que o desprezo pela história de nosso povo é uma constante punjante que nos empurra rumo ao ostracismo cultural. Se queremos proteger nosso acervo arquitetônico, comecemos pelas ruas Cardoso Vieira, Buninas, Marques do Herval, Barão do Abiaí, Venâncio Neiva, Maciel Pinheiro, a praça Lauritzen e outros logradouros da cidade. Se queremos ser justos com nossa cultura o que poderia ser melhor do que explicitar ao povo quem foram estas pessoas.
Campina é ingrata com os seus filhos. Boa parte deles, quado puderam, saíram daqui e os novos ricos como não possuem tradição não vêm mal algum em derribar nossas demonstrações culturais.
Há algum tempo atrás quiseram derrubar o estádio municipal Plínio Lemos, para edificar no local galpões para abrigar pequenas fábricas de calçados. E assim espanar da cidade a única lembrança deste que foi um dos grandes prefeitos que o município teve. Daqui a algum tempo pensarão em demolir o teatro municipal Severino Cabral. Seu Severino era analfabeto, mas presenteou a cidade com uma sala que ainda hoje é referencia acustica no Norte e Nordeste do país. Prédio que foi projetado pelo engenheiro Geraldino, que ainda está vivo, vive em Campina e pouco é lembrado. Pois a ele, como a muitos outros campinenses ilustres, nós poderíamos homenagear.
A demolição de prédios históricos, ou apenas belos para nossos olhos, refletem a falta de zelo pelos nossos traços culturais. É uma agressão tão violenta quanto seria rasgar os livros de nossa biblioteca municipal (sim temos uma).
Quase esqueci:
Várias pequenas casas, próximas ao centro jurídico de nossa cidade foram demolidas. Aquelas pequenas moradias apesar de feias e apertadas estavam ali há mais de 50 anos. Eram as habitações dos estivadores que carregavam e descarregavam os trens que chegavam do sertão trazendo algodão bruto; e que partiam de campina levando algodão beneficiado. Elas não chamaram a atenção de ninguém, a não ser pela pobreza daqueles que rezidiam nelas. Mas de alguma maneira os antigos habitantes destas pequenas casas ajudaram a construir a capital do trabalho. Que hoje está sendo demolida, assim como a casa da Getúlio Vargas.
Luiz,
Gostaria de convidá-lo para, se quiser e puder, claro, escrever sobre o tema, aqui na Poção.
Não haveria balizas temáticas estritas e você poderia oferecer-nos seus vastos conhecimentos sobre a cidade de forma geral e, de forma mais específica, sobre o patrimônio histórico e arquitetônico.
Esteja à vontade.
Um pena mais uma casa ter ido abaixo,a prefeitura deveria zelar pelo nosso patrimônio arquitetônico.Nossa história deve ser respeitada.
Estive em campina grande em maio 2011 passando minhas férias e andando pela cidade, mais precisamente na av getulio vargas,observei esse absurdo. Quando criança gostava de passar por essa rua so para admirar seus velhos casarões. Realmente é uma pena que em campina grande não se preserva essas antigas construções.
João,
O absurdo segue seu rumo, sem recuos. Imagino que conheças aquela área que vai da rua João da Mata até ao açude velho. Nela, demolem-se casas, umas depois das outras. Algumas eram muito bonitas, representantes de estilo arquitetônico moderno, dos anos 50 e 60.
Há poucos dias, começaram a por abaixo a casa onde funcionava o bar Baiuka. Era uma casa de esquina muito bonita. Em poucos dias, restarão os escombros…
Realmente esta Av: Getulio Vragas, foi onde passei grande parte da minha vida, na epoca era muito bom, tinha muitos jovens sempre brincavamos juntos era o pessoal da Getulio vargas com da Rua: Nilo Peçanha era todo mundo amigo, hoje quando vejo sinto muita saudade daquele tempo, as casas umas estão abandonadas ou demolidas esta mesmo que esta no chão era um a casa linda lembro q os donos era também dona da boite SKINA q ficava na esquina da Rua Maciel Pinheiro não sei se alguem lembra, mais ainda tem pessoa que mora nesta Avenida que sempre que vou a Campina Grande vou visitar. sinto muita saudade passei muitos momentos bons no tempo que morei.