Um espaço de convívio entre amigos, que acabou por se tornar um arquivo protegido por um só curador.

Barcelona baila no Benabeu!

 

A valsa catalã de um futebol rápido, rodado, insinuante, belo e irresistível, enfim, triunfa no Bernabeu. Não foi uma vitória qualquer.

A partida opõe um símbolo castelhano, um símbolo até falangista, à única manifestação de nacionalismo catalão permitida por anos.  A única manifestação permitida por Franco era o Futebol Clube Barcelona, que catalisou, assim, toda a noção de orgulho nacional catalão.

Quando ele joga, é como se entrasse no gramado a seleção da Catalunha que não se quer Espanha. Suas responsabilidades são enormes, portanto. Nada obstante a imensa responsabilidade, ele joga ofensivamente, não se acovarda a um futebol mesquinho, de lógica utilitarista e defensiva.

José Mourinho, um homem profundamente arrogante e sabedor de como tornar essa característica em publicidade pessoal, pôs-se a provocar o Barcelona e seu treinador, Josep Guardiola. Não se devem provocar símbolos nacionais, principalmente quando eles são eficazes e seus adeptos são fiéis.

Mourinho reviveu um postura dominadora anacrônica, serviu-se de um assunto que não se deveria prestar ao que ele reputa provocações estimulantes. Foi irresponsável e até ignorante.

Guardiola, elegantemente, disse que José já entrava nas partidas vencedor! E lembrou que José já trabalhou no Barcelona, ou seja, lembrou-lhe, algo sutilmente, que deveria saber de que se trata ou, pelo menos, poderia saber.

Se sabe, Mourinho preferiu ignorar e arriscar. Quem sabe não retorna para a Inglaterra, que ele afirma ser seu habitat natural! Realmente, o que há de melhor no futebol inglês são os franceses africanos e o verde impecável dos relvados.

3 Comments

  1. rodrigo gurjão

    Não entendo nada de futebol, mas falara, ingênua, espontânea, ébria e “olhadodesoslaiamente” que Messi jogava bola como quem faz poesia, comparando com quem o faz como quem prosea. A eficiência, já que falamos de resultado, independe dessa diferença. O fato é que a “TV” está a destacar o dito cujo. Este futebol do Barcelona, de qualidade confirmada, e em terreno hostil, é prova de que esse esporte não tem resultados como o de pescarias, como ocorre com o futebol deste Brasil, com times de resultados inconsistentes, à mercê de desconhecidos, ou conhecidos, fatores exôgenos. Mas que o argentino não seja tido como o médico ortopedista que se destacou por ter sido o primeiro a usar uma cânula através da qual se eliminou, pela primeira vez, uma érnia de disco à base de radiofrequência, ignorando-se toda a equipe, inclusive de cientistas, das mais variadas especialidades, que contribuíram para esse resultado. Essa mídia…

  2. Andrei Barros Correia

    É verdade, a poesia messiana só é possível no ambiente em que ele está, ou seja, na excepcional equipe do Barcelona.

    A TV encanta-se pelo Barcelona. Mas, Rodrigo, tenho uma grande desconfiança desse encantamento.

    A mim, parece-me que é um encantamento com sabor amargo, à traição, como se fosse obrigado. Como se, no fundo, quisessem ver o triunfo daquilo em que eles acreditam e gostam: a linearidade defensiva, o ataque em último caso, o mourinhismo, o parreirismo.

    A admiração da TV, excepto por um e outro jornalista isolado, é invejosa, é de quem aguarda que esse aventuroso Barcelona acabe-se, para poderem dizer: era coisa rápida, passageira, o bom e o certo é o futebol medíocre!

  3. Severiano Miranda

    Fungindo um pouco, e sem fugir, vi uma frase bacana esses dias:
    “A diferença entre Cristiano Ronaldo e Messi, é que um joga muita bola, e o outro, dizem que joga muita bola.” =)
    Visca el Barça. Final da Champions. =)
    Vi o segundo jogo com a camisa da Argentina, como quem diz, os espanhois vão ter que me engolir.
    Bem, pelo menos a metade deles, e por um dia. hehehehehe

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