No futebol, não ganha o melhor, que isso é confundir êxito com beleza. Ganha quem ganha, o melhor é quem joga mais bonito. Para além de quanto idealismo haja nessa afirmação, convém lembrar quais os objetivos por trás disso que é jogar futebol.
Antes, muito antes, de se pensar em campeonatos organizados, em número de adeptos, em potencial comercial, em preço de transferências, pensou-se em jogar. Na raiz, joga-se por prazer, tanto que houve amadorismo por muitos anos. Claro que isso associa-se à natural busca pela glória, que se relaciona com a vitória.
Um e outro dicotômico de pensamente hei-de-vencer-a-qualquer-custo pode pensar: esse fulano que escreve é um tremendo idealista tolo, que faz propaganda da derrota. Não é isso. A vitória é necessária para os egos, para os excessos dos adeptos, para se venderem camisetas, chaveiros, perfumes, cuecas, bandeiras, telefones, toques, musicais e outras coisas mais.
A beleza é necessária para se saber que as atividades humanas podem ser criativas. E é mais rara. E também triunfa, mas não foi dessa vez.
O bacana do futebol eh justo isso…
Nem sempre o melhor ganha!
É verdade, Thiago, basta lembrar-mos da equipe brasileira de 1982. Nunca vi um futebol tão bonito.
As duas coisas podem ser harmonizadas. O que enche minha paciência é que muita gente pretende que eficiência só rima com feiúra. Mas, pode-se jogar bonito e ganhar.
Por exemplo, o São Paulo deu dois espetáculos, em 1991 e 1992 e ganhou as duas vezes. Felizmente, Telê tinha compreendido que não se tratava de jogar feio, mas de jogar bonito sem descuidar da defesa.
Podem e devem ser harmonizadas. Morro de inveja de quem pôde acompanhar a seleção no mundial de 82. Não poucas vezes, eu ouvi elogios à forma dessa equipe atuar. Inclusive uns amigos nossos espanhóis daqui de Salamanca.
E olha que para um espanhol reconhecer que uma equipe ou atleta, de outra nacionalidade presta, é DIFÍCIL viu?