Um espaço de convívio entre amigos, que acabou por se tornar um arquivo protegido por um só curador.

Gore Vidal sobre 11 de setembro de 2001. Agora, o maior escritor norte-americano fala do assunto.

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Perdoe-me quem não compreender o que Gore Vidal diz, mas não há tradução. Não deixaria de colocar aqui por receio de parecer pedante, pois é bastante precioso. Vidal é o maior romancista norte-americano. Criação, Juliano e a Era de Ouro são das poucas obras de arte que se produziram nos EUA, no mesmo nível do que melhor se produziu no restante do mundo, na mesma época. Erudito, esteta, simples e preciso. Nasceu no inner-circle dos EUA, não é massa, nem representante do modelo centrado apenas na detenção de dinheiro.

Ele fala como um homem velho, cansado e meio escandalizado pelo que houve. Compreendeu que foi um Pearl Harbor sem uma guerra como a Segunda Grande. Aqui não há traços de teoria da conspiração, como nos dois vídeos precedentes. Há obviedade e assombro por a teoria da exceção e da razão de estado ter entrado no jogo por pouca coisa.

Eles deixaram acontecer, está claro. Vidal diz que para essas ocasiões a lei norte-americana prevê que todos os caças das bases próximas decolam, imediatamente, interceptam, forçam a descer ou mudar de curso e, se for o caso, abatem o avião em conduta fora do plano de vôo. Não precisa da autorização do presidente, do vice-presidente ou de qualquer outro. Lembra que o pai dele, que serviu na primeira grande guerra, ajudou a produzir regras, sob Roosevelt, prevendo o modelo de interceptações para casos fora do comum, como sequestros.

No dia 11 de setembro, os aviões que rumavam para Nova Iorque cessaram comunicações e nada aconteceu. Apenas um caça decolou, muito depois, de uma base em Massachusetts, próximo ao Canadá. Todos os caças do sistema de defesa ficaram no chão, contrariando o dever legal. A única resposta para isso é que alguém mandou que assim ficassem!

2 Comments

  1. Monte Alverne Sampaio

    Mas esses gringos ja deram demonstraçoes, ao longo da historia, que sao capazes de muitas coisas.

  2. Andrei Barros Correia

    Pois é, Monte, Pearl Harbor é muito eloquente. As bombas atômicas nas cidades de um Japão de joelhos são outra imagem eloquente.

    Manter campos de concentração, durante a II Grande Guerra e agora, é mais uma imagem.

    Patrocinar golpes de estado na América Latina, na África, no Médio-Oriente, na Ásia, na Europa; estimular o que havia de pior na Europa do Leste só para dar trabalho aos russos – incluindo a eleição de um bispo polonês abaixo da crítica.

    Estimular a descompensação do planalto entre a Pérsia e a Índia e por o mundo todo a pagar o preço.

    Instituir a Captis Diminutio nos próprios EUA, ou seja, a possibilidade da perda da cidadania e da liberdade, em função de ameaças que eles mesmos criaram.

    São capazes de tudo, mesmo.

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