Farto-me de jesuítas e reformados, na mesma proporção. Medo, esse tenho mais dos últimos, por circunstâncias históricas. Mas, se vivesse há seiscentos anos atrás, tê-lo-ia mais dos primeiros.  Mentem e matam, uns mais, outros menos, conforme as possibilidades das épocas, apenas isso.

Vivem com os pezinhos bem plantados no chão, os olhos bem abertos a mirar a bolsa e as bocas cheias de Deus prá lá, Deus prá cá. Não discuto como se formou esse Deus, a quem revelou seus segredos e desígnios, se se satisfaz com pombos assados ou com palavras. O que dele se diz basta para perceber quem são os que dele falam. Ora, o acelerador de partículas da fronteira franco-suíça não é o acusador dessa gente. São-no seus próprios textos.

Pensais defender a Deus com linguagem iníqua

e com mentiras?

Quereis tomar o seu partido

e ser seus advogados?

Que tal se ele vos examinasse?

Iríeis enganá-lo como se engana um homem?

Se Ele existir, se mortos, os homens forem ao Seu encontro, vão mentir para Ele? Vão dizer que acenderam velas e cantaram louvores? Não perceberão que a brincadeira terá acabado?