Ontem, encontrei um velho amigo que há muito tempo não via. E como sempre se faz nessas ocasiões, fomos conversar bebendo algo e contar da vida de cada um, um pouco.
Eis que no meio da conversa ele me fala sobre os PIGS, bom a primeira coisa que me veio a cabeça foi exatamente a história do PIG* de Paulo Henrique Amorim. Não era…
Qual não foi minha surpresa fiquei sabendo que, a imprensa inglesa se referia por vezes, a (P)ortugal, (I)rlanda, (G)récia e Espanha (do inglês (S)pain), através do acrônimo “PIGS”, ou porcos, tal qual tambem se utilizam do acrônimo BRIC para tratar a (B)rasil, (R)ússia, (Í)ndia e (C)hina. A grande diferença está em que os brics (do inglês “brick”) traduz-se por “tijolo”, sendo logo um elogio a essas economias, enquanto que PIG, “porco”, é usado como termo que busca realmente depreciar os PIGS.
Publicações como NewsWeek, The Times, The Economist, ou Financial Times, se referiram a estas economias como os porcos que voavam (the flying pigs), ou tambem utilizaram a expressão, “economia porca”. Dizem que “há oito anos essas economias chegaram mesmo a voar (flying pigs), logo depois de unirem-se a eurozona, mas agora os PIGS voltavam de novo ao solo”.
Mais sobre os “PIGS” no site EuroNews.net em português.
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
Severiano Miranda.
Posso lhe dizer que a percepção visual aqui em Salamanca, como havíamos notado, continua no mesmo sentido.
Cada vez mais lojas fecham as portas.
A imagem de Zapatero tá muito diferente da que vimos ano passado.
Pelo que eu vejo, a crise aqui ainda vai dar muito o que falar.
Thiago,
Parece que o desemprego na Espanha já está perto de 20%. É um número bastante elevado mesmo.
Severiano,
Acho que essa denominação representa mais de preconceito anglo-saxão que algo realmente distinto do ponto de vista econômico.
Veja o caso da Inglaterra. Hoje, depois de sofrer uma intensa desindustrialização, vive de ser um parque de diversões financeiro.
Quando a brincadeira dos bancos estiver na segunda ou na terceira volta, as coisas vão se complicar para os ingleses. Para piorar eles mantém uma moeda sobrevalorizada. Ou seja, são artificialmente ricos.
Quer dizer, os pecados dos porcos são os de todos. A diferença é que uns conseguem escondê-los.