Um espaço de convívio entre amigos, que acabou por se tornar um arquivo protegido por um só curador.

Pátria Basca e Liberdade.

O País Basco compreende terras em Espanha e na França, habitadas por um povo muito antigo e falante de uma língua sem parentescos latinos próximos. Essa gente orgulha-se de não ter sucumbido a Caio Júlio César, uma figura a que nenhum rei de Espanha, nem mesmo Felipe II, compara-se.

Foram inseridos na ficção política que se chama Espanha e são a nação mais rica dela. Foram e são alvos da insistência dominadora de Castela, que não recua do seu intuito de subjugar os bascos e pô-los a seu serviço. Como a tarefa não se resolve bem somente com discursos, Castela, pragmaticamente, sempre recorreu à força. Na Guerra Civil, o povo do planalto seco voltou a dar exemplos de seu pouco apreço por limites. Guernica é um exemplo bastante eloquente disso.

Os bascos não querem ser espanhóis e isso é tão evidente quanto o azul do céu de Madri. Não significa, todavia, que todos sejam partidários da luta armada mantida pela ETA, já que o consenso dá-se com relação aos fins, não aos meios. De fato, a maioria da população rejeita as violências dessa organização, ao mesmo tempo em que nutre um imenso desprezo por Castela e sua simbologia imperial.

O que me chama muitíssimo a atenção no caso basco é a indignação do dominador com a relutância do dominado em aceitá-lo. Ora, é preciso ser bastante arrogante para não compreender e aceitar que o outro não receba o dominador de braços abertos, como aos emissários dos deuses. E, os castelhanos têm a medida certa de presunção para assumir essa atitude mental. Enfim, é o urubu com raiva do boi que não quer morrer, mais uma vez.

Reclamam das violências – pouco falam das próprias – e da altivez basca. Difundem que a solução é uma pacificação de mão única, ou seja, sem mais palavras, a aceitação do domínio e a aniquilação da identidade própria. Claro que isso seria uma solução, se os bascos assim quisessem.

Outra solução era deixa-los cuidar de si, como querem. Mas, assim, Madri perderia receitas e teria seu orgulho imperial ferido.

2 Comments

  1. Severiano Miranda

    Rapaz, sobre isso, não muito tempo atrás, eles, os Bascos, não só estavam de acordo com o terrorismo, como concordavam com as agressões, chegando mesmo a comemorar na rua alguns assassinatos de guardas civis… O que obrigava os guardas que ali trabalhavam a andar sem fardas, enfim, conhecemos coisa parecida no Rio de Janeiro.
    Sobre a independência, divergimos um pouco, mas nenhum país da península estaria (ou estará?) completamente livre de Castela em momento algum, desde sempre… A solução seria implodir Castela, mas ai o universo estaria sem centro…

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