Tristeza são harmonias complicadas ainda que perceptíveis; uma linha melódica que não chega a ser uma fuga, mas quase. Uma coisa que roda, o tango – velho ou novo – é uma coisa que roda, uma coisa concéntrica. Rodinhas menores que ao rodar traçam uma roda maior, uma dança, enfim, de morte…
Escute, quem for escutar, até ao fim, com calma, deixe-se levar, mas preste atenção.
das mais eruditas entre as músicas populares.
… fantástica.
Caro Andrei,
Interantíssima a melodia deste tango.
A proposta inicial de uma fuga espiritual – a lembrar Bach – é tomada pela tragédia existêncial inexorável, feita de pequenos círculos – como bem dizes -, de pequenos passos, de quase nada, onde se realiza a infinitude breve do ser. A cadência da sua repetição em declinio, afasta-nos progressivamente da proposta inicial. Cada momento carrega cada vez mais o ser, os seus círculos anteriores, declinando, sossegando em esgotamento, ou em serenidade vivencial que já não espiritual, até a um final. Lindissíma, meu caro. Um grande abraço.