Inicialmente, advirto que não segue uma negação dos endividamentos dos países. Sim, há dívidas, é claro. Segue uma tentativa de lembrar que os credores é que fazem o foco de seus retratos, que todos findam por aceitar como o único possível. Mas não é o único e deveria bastar para percebê-lo a dívida dos Estados Unidos da América, a maior de todas.
Os credores nunca aceitam que possam ter avaliado mal os riscos assumidos, o que talvez revele a grande verdade de que, na realidade, não há riscos. Todavia, assumindo-se as balizas formais que os próprios dizem seguir, vamos acreditar que há riscos e que estes são avaliados.
Ora, se os devedores estão à beira da insolvência e não se deu alguma catástrofe imprevista, é claro que duas situações são possíveis: ou os riscos foram mal avaliados, ou tudo está sendo propositadamente magnificado para aumentar o resgate da chantagem.
As duas conclusões possíveis, acima enunciadas, permanecem inalteradas se for acrescentado outro elemento a elas antecedente. Países diversos, mas igualmente endividados, sofrem pressões diversas. Por que? Enxergo uma parte da resposta no urânio, que é o lastro real de algumas moedas – não é o ouro, é claro, que serve para nada.
Sem esse lastro não seria possível a alguém consumir quase tudo quanto os outros produzem e pagar com notas promissórias nunca descontadas. Nem dever mais que todos os outros e nunca ter sua dívida executada e convocar a falência alheia para sempre evitar a própria.
Lembro-me que Caio César teve problemas muito maiores que os discursos chatos do advogado hipócrita que era Cícero, pois República nem havia mais, então. César era um grande caloteiro e utilizador político do calote. Como qualquer general e político esplêndido sabia que as dívidas não podem ser maiores que os devedores. Terá sido Brutus um banqueiro, ou preposto destes?
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