Um espaço de convívio entre amigos, que acabou por se tornar um arquivo protegido por um só curador.

Mês: março 2012 (Page 1 of 2)

Eleitores da direita, na França, praticam menos sexo!

Tive que fazer enorme esforço de contenção intelectual para que o título acima não saísse vulgar nem superficialmente irônico. Bem, o fato é que fizeram uma sondagem na França – não tenho idéia da credibilidade do instituto e descobriram o que pode ser o argumento definitivo contra a direita extrema: eles fazem menos sexo!

É algo de implicações terríveis, porque só posso pensar que se dedicam mais a odiar, a pensar em dinheiro, a serem xenófobos, que a amar e ter alguma lubricidade.

Vejam só, de acordo com a sondagem os eleitores de Sarkozy têm média de 6,7 relações sexuais por mês, os do centrista Bayrou, 5,9 e os dos candidatos de esquerda 7,6.

A França é realmente a pátria da pesquisa em ciências sociais e de um certo tipo de humor que me parece mais refinado que o incensado humor inglês!

 

Classe média.

Para a classe média brasileira. Preconceituosa, envergonhada de seus mais íntimos desejos, ao mesmo tempo radical, ávida em invocar um mérito que não se sabe qual é, profundamente egoísta, imitadora de todos os modelos externos, profundamente ignorante de tudo quanto a circunda, fechada. Bem, poderia seguir a elogiar, mas ficaria muito longo…

EUA: acabaram-se democracia, direitos civis e liberdades individuais.

Os EUA já foram propagadores da democracia, das liberdades individuais e dos direitos civis. Isso estava na constituição deles, em termos muito claros. Na verdade, ainda está e o fenômeno é de desprezo aberto pela tal constituição.

O que se vive nos EUA é precisamente o que os teóricos do estado de exceção preconizaram, ou seja, a superposição de uma ordem jurídica supostamente de exceçã à original ordem constitucional. Uma não substitui a outra e aí reside o aspecto mais pérfido da coisa, pelo que tem de ambiguidade voluntária.

Não é ocioso lembrar que o regime jurídico do III Reich não revogou nem suplantou o anterior regime de constitucional de Weimar. Ele instalou-se ao lado e por cima, o que é espetacular, do ponto de vista político-jurídico.

Hoje, nos EUA, não há, em termos práticos e legais, as garantias e direitos que caracterizavam o regime do país até o grande golpe de 1963. Isso, a despeito de permanecerem na constituição!

Acabou-se, sem mais, nem menos. Por que é claro que se acabou? Basta ler a lista de ações abaixo:

1) The government reads all of our emails and listens to our phone calls contrary to the Constitution. The Patriot Act allows them to search our homes without warrants.

2) They passed NDAA which President Obama signed on New Years Eve. It took away our rights to Habeas Corpus, trial by jury, indeed the right to a trial of any kind, the right to not be tortured and the the right to legal representation. All of those rights were taken from us by criminals masquerading as politicians who also pretended to care for us.

3) The Congress passed an FAA bill which appropriates money for 30,000 drones to spy on us. The majority of those drones are to be armed with shotgun tasers though they can easily be fitted with missiles. You are now subject to summary execution just like the people of Yemen and Pakistan.

4) The government has brazenly said they have the right to kill us without a trial based on secret evidence.

Pecar e pagar.

Antes dos pecados e dos pagamentos por eles, vai uma advert^^encia. O texto n~~ao ter´´a a grafia correta dos acentos agudo, grave e circunflexo e do til. ´´E problema de um v´´irus – um malware, para ser correto –  que infecta meu computador. Esse neg´´ocio ´´e absolutamente genial e sutil. ´´E o v´´irus mais destruidor que j´´a vi, porque, a princ´´ipio, reputa-se uma bobagem. Todavia, rapidamente, percebe-se que ele inviabilizou a comunicaç~~ao e o trabalho a partir do computador.

N~~ao ´´e poss´´ivel escrever em portugu^^es sem os acentos e o til, sem que se produza um texto, ou ileg´´ivel  por cansativo, ou sem significaç~~ao, por quest~~oes de sem^^antica. O mais ´´obvio que me vem “a mente ´´e o per´´iodo que comece com o verbo ser flexionado na terceira pessoa do singular. N~~ao consigo, nas atuais condiç~~oes, dizer ele ´´e! O v´´irus faz que saia isso que se viu: dois acentos agudos e a vogal e.

Tentarei, para ser menos cansativo que incompreens´´ivel, fazer o seguinte: suprimirei o til e usarei o acento agudo como o v´´irus imp~~oe. Assim, n~~ao ser´´a nao, mas ´´e ser´´a ´´e. Segunda-feira, ou formato o computador, ou tenho um infarto, ou compro outro…

Pecar e pagar ´´e delinquir para ser absolvido e delinquir de novo, para ser novamente absolvido e assim sucessivamente. ´´E algo que faz sentido para as pessoas, individualmente, pois o pecado p´´ublico suporia uma alma p´´ublica e pl´´urima, algo meio dif´´icil de conceber.

O pecado vem a prop´´osito das interpretaç~~oes da crise econ^^omica que se lançam nos media. De uma forma geral, fala-se de expiar a culpa da prodigalidade nos gastos feitos com dinheiro que nao se tinha. Ou seja, as pessoas endividaram-se para manter padroes de consumo incompativeis com seus rendimentos reais e isso conduziu a uma crise economica enorme, que ameaça os EUA e a Europa.

 Que as pessoas gastaram demais, ´´e certo. Agora, conv´´em observar o que significa as pessoas terem gastado demais, o que se encontra na raiz disso e o que isso pode acarretar.

As pessoas gastaram muito porque lhes disseram que o deviam fazer. As pessoas, as maiorias, fazem o que lhes dizem que façam, sempre. E so fazem o que ´´e poss´´ivel fazer. Ora, s´´o se gastou demais porque houve e ainda h´´a cr´´edito demais. E cr´´edito, sabemos quem o disponibiliza.

A consequ^^encia de terem gastado demais ´´e estarem endividadas, o que ´´e otimo para governos e bancos. Os endividados terao que pagar juros mais altos pelos creditos tomados, porque convencionou-se que o tamanho da divida ´´e risco do nao pagamento dos seus juros.

Os riscos de emprestimos feitos por bancos sao calculados precisamente por eles, inclusive no que respeita “as possibilidades de incumprimento em que os governos entram em cena. No limite, trata-se de levar o maximo de gente ao endividamento e de levar os governos a garantirem as dividas, porque eles podem apanhar dinheiro do todo das populaç~~oes para transferir aos bancos.

O que surge como um problema dos cidadaos Joao, Jose e Joaquim torna-se um problema do Estado, que assume dividas variadas e impoe a todos parcela de sacrificio, ate aos que nao se tinham endividado.

Aquilo que se resolveria no calote, classico e praticado varias vezes na historia, torna-se uma contaminaçao generalizada de dividas a comprometerem os Estados. A maior parte dos defices publicos nao passa de assunçao de dividas privadas pela entidade que pode socializar os prejuizos.

Essa bomba pode ser desarmada se for possivel desarmar a bomba do moralismo contaminante da pseudo-ciencia economica.

A Senhora Merkel ´´e filha de um pastor luterano, o que ´´e repleto de significados. Ela, e a maioria que ela representa, acreditam em retribuiçoes divinas para a alma coletiva. Retribuiçoes que se fazem pela austeridade de um povo pedidor a Deus e seguidor de uma moral auto-penitente e auto-glorificadora.

Ora, todos os povos europeus pedem a alguem, aos Deuses que lhes convem e geralmente ao Deus que se diz o mesmo, sempre. Por que recebem diferentemente? Est´´a claro que nao ´´e uma questao de Deus ou nao Deus, ´´e uma questao de dominio.

Tambem esta claro que as pessoas tem que se sentir culpadas e expiadoras de uma culpa que n~~ao se sabe bem qual ´´e.

Chico Anysio.

http://youtu.be/1Qkcha4QVmM

Chico Anysio era inteligentissimo; nao era erudito, mas muito sagaz, de uma percepçao ampla dos tipos sociais. Era capaz de pintar em cores fortes e traços grossos, como em caricatura, e em traços finos e sutis.

O urubu com raiva do boi vale mais que muitos livros de sociologia e antropologia juntos…

Soneto de fidelidade, de Vinicius de Moraes.

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

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